010| chapter ten

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NOAH URREA
New York, terça-feira,
06:50 am

Os últimos dias mesmo com todos esses
acontecimentos, quando esbarrei em Sina sem querer,  partir dali se tornaram melhores. Ela é uma mulher incrível, gentil, humilde de coração, que não merece tudo o que está passando com o infeliz do seu marido.

Dói saber que muitas mulheres passam por situações dessas dia a dia, muitas sem coragem de denunciar por ameaças, por medo, por causa de homens infelizes.

Pensar que existem pessoas que por nada
fazem um mal tão grande, dói, e cada dia piora,quantas mulheres não morrem por conta disso.

Eu perdi minha mãe para o violência doméstica, para o relacionamento tóxico e eu não pude fazer nada para impedir.

Mas dessa vez será diferente, não deixarei
que isso ocorrá com Sina, nem que para isso eu tenha que matar Brian, mas eu não permitirei que ele tire a vontade de viver de Sina, como meu padrasto tirou da minha mãe.

Eu preparei o café da manhã para Sina, coloquei tudo em uma bandeja, e peguei a rosa branca que tinha pego mais cedo no jardim, a coloquei na bandeja também.

Caminhei com a bandeja em mãos para o
quarto da Sina

Entrei em seu quarto e vi que ela já estava acordada, encolhida na cama com o rosto vermelho de quem tinha chorado demais, vê-la assim parte meu coração.

Ela olhou para mim e se sentou na cama com suas costas encostada na cabeceira, eu caminhei até ela.

- Bom dia. - Ela forçou um sorriso.

- Bom dia, dormiu bem? – perguntei e ela negou.

- Sinto muito, mas olha eu fiz um café cheio de coisas para você, espero que goste. - coloquei a bandeja em seu colo.

- Não era preciso, nem estou com fome, mas obrigada pelo cuidado. -sorri.

- Tente comer nem que for só um pouquinho, certo?
- ela concordou. Eu peguei a faca e o garfo cortei um pedacinho de panqueca e fiz aviãozinho ela riu e retirou com a boca a panqueca do garfo e mastigou.

Eu a ajudei a tomar o que tinha preparado e até comi com ela já que eu tinha exagerado um pouco com a quantidade de comida.

- Quer ajuda em algo?- perguntei sem algum
objetivo

- Não, pode ir se arrumar para o trabalho, temos só quarenta minuto para isso. - falou e eu assenti.

– Tudo bem, chefinha. - ela revirou os olhos rindo e eu ri junto com ela. - Eu vou me arrumar. – me levantei de sua cama, me aproximei dela e deixei uma beijo em sua testa antes de sair com a bandeja.

- Amélie, bom dia princesa. – falei assim que entrei no quarto. A menina pulou na cama e eu fui até ela e a abracei.

- Bom dia tio Noah, onde está a tia Si? - perguntou com um sorriso largo no rosto.

- Ela está se arrumando, para ir trabalhar, eu também irei com ela denovo. - ela fez um biquinho manhoso.

- Eu preciso ir princesa, preciso conseguir dinheiro para pagar tia Any, e para arrumar um lugar para nós dois morarmos, não podemos ficar para sempre aqui, né?

- Quando a gente for embora não veremos mais a tia Si? - neguei. – Mas aqui é legal, tio  Noah ficaremos mais perto da tia Si e poderemos proteger ela do malvado do malido dela. – falou com os bracinhos cruzados.

- Eu sei pequena, iremos proteger ela, mas vamos ir embora mais pra frente não agora, tudo bem? - ela assentiu meio contrariada. Eu fiz cócegas nela que caiu na cama rindo.

- Para tio. - ela pediu e eu parei e enchi aquelas bochechas fofas de beijinhos.

- Agora o tio vai se arrumar, você ficará com a Nanda, mais tarde eu voltarei e ai poderemos até ir no parque, o que acha? - ela sorriu e assentiu pulando na cama.

- O tio Noah é o melhor, te amo mil milhões. - ela falou e eu sorri.

- Mil milhões, Uau. – eu sorri feito um bobalhão.

- Eu também te amo, de muitão. - ela deu uma piscadinha e eu ri.

Depois que chegamos na empresa o trabalho foi árduo, aprendi várias coisas, muitos aqui me ajudaram no que não sabiam, todos pareciam ser legais e bem amigos, como uma família, exceto John Smith, diretor geral. Ele vive de cara fechada
pelo menos foi o que me disseram, ele também não pareceu gostar de mim e eu nem sei o porquê, mas também não fui com a cara dele.

Quando chegou o horário de almoço Sabina me chamou para ir comer com nossos colegas de trabalho, que são ainda mais loucos que ela. Eu avisei Sina que iria almoçar e até chamei a mesma, mas ela
preferiu terminar o que estava fazendo.

- E então Noah,tem namorada? - Shivani a diretora de marketing me perguntou e eu neguei. – Tem alguma coisa com a patroa? Vocês me parecem próximos.

- Não, somos só amigos. – falei enquanto fazia meu pedido.

- No sábado vamos sair todo mundo para beber algo? Preciso distrair-me um pouco. - Savannah disse e todos concordaram, menos eu, claro. - Você vai né Noah?

- Não tenho dinheiro para ficar desperdiçando com bobagens. - ela me olhou com uma cara debochada.

- Eu pago, de todo mundo aliás, só preciso de companhias agradáveis. - ela falou.

- Não dá... - ela me interrompeu.

- Deixe de ser chato, isso será bom você nos
conhecerá melhor e nós a você. - ela empurrou meu ombro.

– Tudo bem. - bufei. Assim que as comidas
chegaram começamos a comer, elas começaram a conversar sobre coisas que eu literalmente não entendia, então preferi ficar na minha.

Horas mais tarde Sina ainda não havia saído de dentro da sala para nada, o que me deixou preocupado, mas eu não tive coragem de entrar, apenas liguei e ela disse que estava terminando de preparar algum tipo de palestra que teria na semana seguinte em San Diego.

- Sina?- chamei por ela enquanto bati na porta.

Ela não disse nada, então eu mesmo abri a porta lentamente e coloquei a penas a cabeça para dentro.

A vi dormir em cima de vários papéis.
Eu me aproximei em passos cautelosos, fiquei ao seu lado e me agachei ficando com o rosto próximo ao seu.

Seu rosto tem traços lindos, ela é linda, tanto por fora quanto por dentro, e fico feliz em ter alguém assim ao meu lado mesmo que seja como uma amiga.

- Você realmente não deve ter dormido bem a noite. - acariciei seu rosto, ela se mecheu um pouco então eu parei de mecher com ela para não correr risco de acorda-la.

Arrumei suas coisas com cuidado, e fiquei por um momento em sua sala olhando para o por do sol do alto do prédio através da parede de vidro de sua sala.

- Ai que susto. - ouvi sua voz e me virei. - Não tinha percebido que tinha entrado.

- Você estava dormindo. – falei. – Vamos embora, você precisa descansar. - ela assentiu ainda sonolenta. Eu peguei suas coisas e a ajudei.

Saímos de sua sala, eu também peguei minhas coisas e juntos fomos embora em um táxi já que ela estava sonolenta demais para ir dirigindo e eu nem tenho carteira para isso. Chegamos em casa, Sina foi para
seu quarto e eu fui atrás de Amélie.

Eu abracei minha pequena e a levei para tomar um banho, ajudei a se arrumar, penteei seus cabelos e fiz uma trança. Tomei um banho e me vesti também, fui ao quarto de Sina e falei que sairia com Amélie, ela apenas assentiu meio estranha, falei para ela comer algo e que não voltaria tarde para poder jantar com ela.

Mesmo cansado brinquei por duas horas com Amélie no parque com o dinheiro que Sina tinha me dado adiantado para que eu pudesse sair com Amélie.

Quando cheguei em casa levei Amélie para o quarto, dei um banho nela e a coloquei para dormir já que ela não tinha fome e estava muito cansada pelo dia divertido que teve.

Fui para o quarto de Sina, bati na porta seguidas vezes e nada, então decidi abrir e meu coração se apertou com a imagem que presenciei.

𝙁𝙊𝙍𝘼𝙂𝙄𝘿𝙊| 𝘢𝘥𝘢𝘱𝘵𝘢𝘵𝘪𝘰𝘯 𝘯𝘰𝘢𝘳𝘵Onde histórias criam vida. Descubra agora