Capítulo XL

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— Todo o fundo? — Perguntou Madre Hilda de maneira enérgica. — Veja bem senhorita, parte do fundo que o seu pai nos deu já foi direcionado a causa de Santa Coloma de Andorra, não posso retira-lo.

— Não quero que faça isso. — Afirmei. — Quero que o redirecione. Junto de... — Fiz um breve esforço para erguer a mochila sobre a mesa e empurrar para ela. — Junto desse montante. É uma doação, para o senhor Samleam.

A mulher empalideceu e teve dificuldade em deglutir quando checou os maços dentro da mochila.

— Eu... — Ela gaguejou. — É um montante muito considerável, ainda mais para um menino órfão. — Algo na maneira como ela pronunciou a última, arrancou-me o resto de paciência. — Não sei se podemos aceitar!

Fosse pela cruz de Irídio acima do gabinete dela ou pelos estresses burocráticos que Edgar havia me forçado nas últimas horas, naquele momento, não havia parte minha que não estivesse saturada.

Ergui-me da cadeira e projetando meu corpo sobre a mesa do escritório da madre, puxei o colarinho do hábito da freira e a forcei a me encarar.

— Não quero que dinheiro seja um problema para ele, então certifique-se de que ele recebera tudo o que foi dado a ele. Deverá ser o suficiente para pagar todo os anos letivos de qualquer uma das universidades daqui até o noroeste, e ainda será deverá ser o bastante para que ele tenha conforto em sua vida inicial. — Uma vida sem mim, lembrei-me mentalmente. — Se não for o suficiente, basta ligar para o número no cartão dentro da mochila. É de um banco. Deverá avisar que é sobre o protocolo 'Doom' e nada mais.

Essa era a última coisa que eu faria por Théo. Que sua vida longe de mim fosse a mais confortável e longínqua possível.

— Não deverá nunca dizer a origem de tal fundo. Quando ele questionar e ele questionará, responda que um filantropo anônimo o escolheu como seu dependente e decidiu assegurar os estudos dele. E esqueça-se de mim no dia hoje.

A mulher fez que sim com a cabeça.

— Ótimo. — Ergui-me da cadeira e comecei a me afastar. — Ah, e cuide bem dele.

Afastei-me daquela sala apressadamente.

Ainda aguardava o telefonema confirmando que tudo estava pronto, de fato, mas agora pouco me restava fazer. Subi as escadas vagarosamente, implorando que meus passos lentos aumentassem as horas restantes daquele dia, mas eles não o fizeram.

Duas pequenas batidas a porta de Madeleine e um sorriso forçado em meu rosto.

— Fine! — Seus braços se envolveram em meu pescoço quando ela nos prendeu num abraço apertado e confuso, considerando as sacolas que eu carregava comigo. — Entre logo!

Rapidamente Madie me puxou para dentro do quarto e me fez sentar em sua cama, sumindo pelo banheiro logo em seguida.

— Por que parece que fazem dias que não a vejo? — Ela gritou através da porta fechada.

Ri silenciosamente.

— Não sei. As coisas tem estado uma bagunça.

— É. — Um grunhido confuso foi proferido lá de dentro. — As coisas tem estado meio... Caóticas.

Para dizer o mínimo. — Sussurrei.

— Mas ao menos teremos um baile hoje! — Exaltou ela enquanto eu tremi.

Outro murmúrio inaudível fez-me endireitar a coluna.

— Madeleine, você está bem?

Um segundo! Espere!

As Crônicas do Caos - Perdição (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora