"Você saltou de pontes em ruínas, assistindo paisagens urbanas se transformando em pó, filmando helicópteros caindo no oceano lá de cima."
Se Kara pudesse se descrever em uma palavra, ela diria: esgotada.
Já fazia um mês desde que Lex iniciou uma batalha com Supergirl; batalha essa que - felizmente - Lex perdeu. Entretanto, ao tentar ajudar a intervir na batalha com sua magia, Lena acabou gravemente ferida. Lex destruiu um prédio, no propósito de que os destroços caíssem todos em Lena. E funcionou perfeitamente.
Hoje faz um mês e quatro dias desde que Kara segurou o corpo ensanguentado de sua esposa, o carregando para o hospital, enquanto orava aos deuses para que Lena não morresse. Lena foi levada imediatamente para a cirurgia, deixando Kara aos prantos na sala de espera. Suas lágrimas escorriam tão rápido, e em uma quantidade tão grande, que Kara pensava que seus olhos iriam explodir.
Alex, Nia, Brainy, J'onn e Kelly chegaram no hospital quatro horas depois, com a notícia de que Lex havia sido morto. Mas mesmo assim, não foi o bastante para despreocupar Kara, que obviamente, não conseguia tirar sua esposa, que estava em cirurgia a quatro horas, da cabeça. E a super não havia recebido nenhuma notícia sequer. Os super-amigos tentaram confortá-la, mas foi em vão.
Um médico responsável pelo caso de Lena se aproximou deles uma hora depois. O homem já de idade, coincidentemente, foi professor de Alex em Seattle. Seu nome era Richard Webber.
— qual de vocês é Kara Danvers-luthor? — perguntou. Kara imediatamente se levantou, com os olhos vermelhos de tanto chorar.
— Sou eu. — Kara respondeu apressada. O médico assentiu e instruiu Kara a ir para um lugar mais reservado. Lá, ele contou sobre a condição de Lena. Pélvis, perna esquerda, braço esquerdo e uma parte da coluna fraturados. Lena também teve que se submeter a uma cirurgia cerebral, graças a uma hemorragia. O médico garantiu que aquilo provavelmente não lhe causaria danos, todavia, a fratura em sua coluna, fez com que Lena ficasse permanentemente arejada. Ela acabou entrando em coma durante a cirurgia.
Kara tinha demorado alguns segundos para assimilar tudo que o homem à sua frente dizia. Lena nunca mais poderia andar. Ela iria ficar confinada em uma cadeira de rodas pelo resto da vida, dependente de pessoas para ajudá-la. E Kara sabia melhor do que ninguém, que Lena odiava receber ajuda.
Tudo que Kara queria fazer naquele momento, era quebrar tudo em sua frente. Ela queria trazer Lex de volta a vida, apenas para ter o prazer de matá-lo com as próprias mãos, para vê-lo gritar de dor, da mesma forma que Lena gritou quando aquele miríade de pedras desabou em cima dela.
...
Kara não saiu do lado de Lena desde que ela saiu da cirurgia - com medo de que no momento em que Lena despertasse, estivesse sozinha.
Kara mal comia, nem bebia, muito menos se banhava. Alex tinha que estar no hospital com freqüência para convencer Kara a cuidar de si mesma. Ela sempre trazia comida e roupas para sua irmã também. Uma vez ou outra, Alex conseguia fazer Kara comer, e trocar de roupa.
Agora, a loira está sentada ao lado da cama de Lena, segurando sua mão, enquanto cantava a canção favorita das duas.
— Tenho a música em você, baby, me diga por quê. Você esteve lá trancado por tanto tempo, e eu simplesmente não consegui dizer adeus. — A voz de Kara era suave e baixa. Era como ouvir um anjo cantar. Ela vinha cantando essa música para Lena o mês inteiro, todos os dias.
Ambas dividiam o mesmo cobertor, uma vez que o clima estava bastante frio; chovia tanto no lado de fora, que parecia que o mundo iria acabar. De repente, Kara sente a mão de Lena apertando a sua. Não foi forte; pra falar a verdade, foi extremamente fraco, mas mesmo assim, Kara sentiu. A Kryptoniana dá um salto, mas quando finalmente percebe o'que acabou de acontecer, um sorriso esperançoso pintou o seu rosto.
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E oque acontece agora? || Em Hiatus
AcakForam há exatos 8 anos atrás que Kara conheceu Lena. 4 desde que declararam seu amor uma pela outra e 3 desde que se casaram. Mas 5 desses anos foram destruídos em um mês em que Kara passou segurando a mão gélida de sua esposa em coma, ou melhor, d...