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COMEÇO A OLHAR o que tem dentro da carteira daquele idiota enquanto ando de volta para aquele lixão.
Assim que cheguei mais perto vejo que a polícia estava no local.
Mas que merda?
Entro por uma grade que estava aberta e vou até o local para poder ver melhor, quando um dos guardas passa sua lanterna na direção que eu estava então me escondi atrás de um dos carros velhos que estavam lá. Tudo o que eu possuía, se foi. Eu não tenho para onde ir. Sem futuro, sem saída. Eu tentei papa, mas não tem mais motivos para lutar. Tudo o que me resta são as boas lembranças...
Alguns anos atrás...
—— Dia perfeito não é filho? —— Meu pai falava me olhando e vendo meu sorvete derreter. —— Marcus? —— Ele olha para minha mãe e vem até mim. —— Ei, as coisas estão melhores, você precisa sair disso. Você só tem uma chance para isso, ou você encontra um jeito de ser feliz e se divertir, ou não. A vida não é um ensaio geral filho.
Após anos de turbulência meus pais eram finalmente felizes. Eu tentei ser também, mas eu não acreditava, mesmo naquela época eu não conseguia superar o medo de algo que todos ignoravam tão habilmente. Todos morríamos e coisas ruins nos aguardavam a cada esquina. Reagan cortou os fundos para as unidades de saúde mental liberou centenas de doentes mentais nas ruas. Incluído Barbara Salinger. Uma esquizofrênica suicida. Barbara Salinger que fez todos os meus medos virarem realidade. Eu não acredito em Deus, mas eu sou hipócrita. Oro quase todas as noites com música tocando ao fundo. Eu oro por uma saída, longe de outra instituição ou longe de outro monstro, longe de outra gaiola. Eu oro por ajuda...
☯︎
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—— Mandou me chamar Mestre Lin? —— Falei entrando dentro da sala dele.
—— Sim Senhorita Salazar. Vou ser bem direto. Sabe o garoto de hoje de manhã.
