Cap. 18: Floresta Maldita

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[[ANTES]]

Cocielo deu alguns goles do líquido ardente daquela garrafa, que desceu queimando pela sua garganta. Ele fez uma careta, limpando com as costas da mão a lágrima que ameaçava cair de seu olho. Pousou a garrafa em seu colo e encostou sua cabeça na prateleira. Ele esperava sentir seu corpo relaxar um pouco quando o líquido invadisse o seu interior, como se estivesse levando uma dose de anestesia, que o fizesse o acalmar um pouco de sua tensão. Aguardou por alguns segundos, porém essa sensação de alívio não queria vir, e ao invés de se sentir confortável, a sua angústia parecia aumentar.

Seus pensamentos então, se conectaram a imagem de sua mãe, trazendo uma sensação triste em seu peito, que arfou pesado. Começou a pensar que se ele morresse naquela noite, a última lembrança que sua mãe teria dele, não seria nada positiva. Ele, naquele momento, só queria ter a oportunidade de pedir o seu perdão, pelas coisas erradas que fizera. Porém, ele não quis pensar muito sobre aquilo, então chacoalhou a cabeça, tentando se despertar daqueles pensamentos.

"Eu tenho que sair daqui..." - pensou.

Ele então, deu mais alguns goles do conteúdo daquela garrafa, esperando que aquela bebida lhe desse forças para continuar.

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Cocielo saiu pior daquela dispensa do que quando entrou. Parecia mais fraco, com mais medo. Seu corpo suava bastante e seus olhos marejados o dificultava ainda mais de andar por aquela cozinha escura. Por um momento culpou a bebida, por não ter lhe dado o que tanto queria: forças.

Ajeitou as alças de sua mochila sobre os ombros, no qual conseguira consertar a que havia se soltado anteriormente. A bolsa estava um pouco mais pesada agora, pois além das garrafas e as peças de roupas, Cocielo enchera seu conteúdo com suprimentos que pegou da dispensa, como pacotes de salgadinhos, algumas latas de alimento e garrafinhas de água.

Caminhou de cabeça baixa até o meio da cozinha, parando próximo ao balcão. Encarou o faqueiro e pegou a única faca que continuava ali, já que várias outras estavam espalhadas pelo chão do cômodo.

Em seguida, ergueu sua cabeça, suspirando profundamente. Cocielo então, percebe que a porta de saída do chalé pela cozinha, agora estava aberta, escancaradamente.

"O quê!?" - franziu a testa, se lembrando de que antes ele não havia conseguido escapar por ali.

Ele encarou as árvores distante do chalé por alguns segundos, engolindo em seco. Em seguida, se virou para trás, encarando a sala de estar através da outra porta.

Cocielo: P-Pessoal... A saída está aberta... - disse, atordoado.

Se virou, encarando a saída da casa novamente, tenso.

Em seguida, se voltou para a sala de estar novamente.

Cocielo: HEY, GALERA!? - gritou.

"Porra, será que eles já saíram? Mas eu não ouvi nada..." - pensou.

Cocielo então, respirou fundo e caminhou pela cozinha, atravessando a porta.

Do lado de fora do chalé, Cocielo parou e encarou a paisagem por alguns segundos. Tudo parecia calmo. Em seguida, se virou para o chalé, encarando o interior da cozinha através da porta, esperando que alguém tivesse ouvido o seu chamado. Porém, ninguém apareceu. O rapaz então, suspirou. Nesse momento, ele sente algo golpeá-lo fortemente a parte detrás da sua cabeça e ele cai de bruços no chão terroso, desacordado.

Por fim, a saída do chalé pelo qual o rapaz acabara por passar, se fecha lentamente.

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Os olhos lacrimejados de Daniel continuavam fitando um determinado ponto da floresta, um pouco longe dele, entre as árvores. Christian, que estava ao lado dele, franziu a testa, intrigado com o comportamento de seu companheiro de missão.

Youtubers e o Segredo da CabanaOnde histórias criam vida. Descubra agora