Cap. 12: Campo de Força

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Sábado, 09:34 da noite.

Rezende caminhava atordoado pela floresta.

Depois que caiu rolando por aquele barranco, ele caminhava devagar e sentia dores pelo corpo. Em sua roupa suja de terra, haviam pequenos rasgos no tecido, revelando pequenos cortes em sua pele e finas linhas de sangue envolta de uma vermelhidão.

Rezende andava sem orientação, pois estava perdido. Sua cabeça doía e ele respirava pesadamente. Enquanto caminhava, os momentos em que vivera naquela cabana e a cena terrível da morte de Aruan surgiam em sua mente. Um medo agudo percorria todo o seu corpo o que o fazia querer andar mais rápido, pois aquela criatura ainda poderia estar atrás dele, porém seu corpo recusava, procurando não fazer esforço, pois estava muito cansado.

Depois de alguns minutos, driblando a vegetação, Rezende se deparou com outro barranco.

Esse era bem maior, mas não era tão inclinado.

Rezende parou sobre ele e olhou para baixo.

Logo mais a frente, descendo pelo barranco, havia uma pequena "estrada", um largo caminho, na horizontal. Havia uma baixa cerca de madeira em suas "margens" e o caminho era aparentemente mais limpo, sem tanto obstáculos. Além disso, haviam alguns postes nas margens que iluminavam o caminho com uma luz baixa.

Ao olhar à sua esquerda, Rezende viu que o caminho levava à uma outra cabana.

Essa parecia mais "conservada" e mais bonita que a outra. Rezende deduziu então, que essa cabana era de acesso aos residentes do chalé e que aquele caminho o poderia levar de volta para a grande casa.

Rezende logo pensou em seguir por aquele caminho e voltar o mais rápido possível para o chalé. Porém, seu corpo doía e ele estava muito cansado.

Precisava fazer uma pausa.

Ele então, começou a descer pelo barranco.

****

Felipe respirava profundamente, parado no gramado diante da velha cabana.

Ele movimentou seu celular em sua volta, acompanhando com os olhos o feixe de luz da lanterna. Porém, não havia nenhum sinal daquela moça que vira momento antes.

Ficou alguns segundos passando os olhos pela floresta e pela cabana, procurando pela garota. O rosto assustado dela e suas palavras de desespero, vinham em sua mente. Aquela pessoa, que parecia ter mais ou menos a sua idade, poderia estar precisando de ajuda. Seria ela uma vítima daquela criatura? Pensava Felipe. E/Ou daquela pessoa que o havia os trancado naquele porão? Por quê ela teria se assustado ao se deparar com ele?

Felipe pensou em gritar pela moça, mas não vez. Era perigoso. Pensou também em procurar por ela na cabana ou pela floresta, porém também era arriscado demais. Além disso, ele precisava voltar o quanto antes para o chalé.

Felipe então, dá meia volta e caminha pelo gramado.

Enquanto caminhava pelo gramado, Felipe ouve um som, vindo em direção das árvores.

Ele parou assustado, e como um reflexo rápido, apontou a lanterna naquela direção.

Era a garota.

Ela estava parada ao lado de uma árvore, olhando para ele. Sua expressão era de medo e lágrimas rolavam pelo seu rosto. Ela respirava profundamente e tremia.

Ele respirou fundo, assustado, e a encarou por alguns segundos. Felipe então, percebeu que agora, havia uma enorme mancha de sangue que encharcava sua roupa, na região da costela até a coxa.

Tentou falar algo, mas antes que pudesse dizer alguma coisa, a moça se manifestou.

- A g-gente n-não deveria estar aqui... - gaguejava em meio aos prantos - V-Vocês n-não deveriam estar a-aqui...

Youtubers e o Segredo da CabanaOnde histórias criam vida. Descubra agora