Capítulo 4

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"Você quer o que?" Sigurd exclamou ao ouvir o pedido de Ivar

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"Você quer o que?" Sigurd exclamou ao ouvir o pedido de Ivar. "mas como você espera que consiga fazer isso?" ele continuou perguntando ao irmão.

"Eu sou aleijado e não um morto. Acredito que vá dar certo." Ivar disse soltando um sorriso, mas logo contendo ao olhar para Hvitserk e sua cara nada amigável. "ô irmãozinho, não me diga que está com ciúmes da escrava ou que acharia mesmo que ela iria ser só sua."

"Não fale besteiras. Que horas você pensa em fazer isso?" Hvitserk perguntou tirando o foco da conversa.

"Assim que escurecer mais." O irmão caçula respondeu.

Eles conversavam baixo, um passando a informação para o outro de maneira desconfiada. A mãe estava atenta a todos os movimentos e logo questionou a conversa fiada entre os três.

"Nunca os vi tão unidos assim e conversando tanto." Ela sorriu.

"Estamos vendo maneiras de ajudar nosso pai." Ivar disparou.

A mãe, por um momento, suspirou mas logo sorriu, lembrando do que Hvitserk tivera falado com ela. Ivar retribuiu o sorriso sem graça e satisfação que a mãe lhe lançou e logo já estava se arrastando, entrando em seu quarto, fingindo que iria dormir.

...

Todos já haviam ido dormir e apenas os três irmãos permaneciam acordados.

"Tudo pronto?" Sigurd perguntou entrando no quarto.

"Onde você estava?" Ivar sussurrou irritado.

"Estava fazendo xixi." Ele disse e Ivar revirou os olhos, se arrastando para a porta do quarto.

Hvitserk não estava nada satisfeito. Evitava conversar com os irmãos durante o caminho que Ivar tinha marcado de encontrar Violet. Ele estava com o coração na mão e sentia uma sensação de impotência tamanha. Sabia que seria julgado pela mãe se se opusesse ao irmão caçula, ela o tinha como um tesouro.

Chegaram até a casa inabitada onde Ivar marcou com Violet e perceberam que ela já estava ali. Hvitserk viu seus cabelos loiros longos voando quando uma ventania forte bateu por ali. O seu estômago revirava. Não porque Ivar deitaria com Violet. Sim, por isso também, claro, mas também por vê-la tão bonita, atraente, cheirosa, arrumada, esperando por... Ivar.

"Essa noite vai ser longa." Ivar disse sorrindo e se arrastando até a porta do quarto onde Violet estava. "Olá" ele disse e ela se virou olhando para ele.

"Olá, Ivar." Ela tentou passar uma espécie de segurança mas, Hvitserk, com o pouco que conhecia Violet, sentiu o medo e receio em sua voz.

"Vocês vão ficar aqui para ver?" Ivar perguntou sem olhar para os irmãos.

Essa era a deixa. Eles precisariam sair. Hvitserk relutou um pouco, mas logo Sigurd deu um tapa em seu ombro fazendo sinal para que eles saíssem. Os olhos de Violet o acompanharam até a porta se fechar.

...

Ivar já estava sem camisa e com os cabelos soltos, largados sobre os ombros. Violet por sua vez, sem vestido. Sentou sobre o colo de Ivar mas não foi capaz de sentir nada. Ele, por outro lado, sentia tudo. Sentia arrepios, sentia desejo por Violet, sentia seu tronco ter descargas elétricas, mas não tinha como fazer o ato em si. Não podia dar aquele prazer a Violet. Sentiu também angústia.

"Está tudo bem." Ela disse beijando a cabeça dele. "não se preocupe, é normal ficar nervoso"

"Acho que não seja nervosismo." Ele disse com os olhos baixos.

"E o que é então?" Violet perguntou. "eu não te agrado?" Ivar levantou os olhos até ela.

"Pelo contrário, agrada muito." Disse.

"Então..."

"Mas acredito que a minha condição não ajude." Ele falou quase que sem voz.

"Então vamos simplesmente passar essa noite juntos. Vamos falar sobre coisas que você gosta. Coisas que você tem vontade de fazer." Violet disse se deitando no peitoral do garoto.

Começaram a conversar sobre desejos. Sobre o que sonhavam fazer. O que sonhavam construir. Ivar dizia querer se tornar tão famoso quanto o pai. Violet sorriu da audácia.

"Não imaginei que você pudesse se tornar essa garota tão serena." Ele falou fazendo ela levantar a cabeça o olhando.

"Como assim?" perguntou.

"Você sempre cuidou de mim quando eu quebrava algum osso. Quando eu sentia aquela dor insuportável você com seus 15 anos já estava lá me ajudando e eu sempre admirei isso, a forma como você me olhou mesmo nem minha mãe tendo me olhado assim." Ele falou olhando para o nada.

"Basicamente é o que eu preciso fazer." Ela retrucou, deitando a cabeça novamente em seu peitoral.

"Sim... é o que você precisa fazer." Ela sentiu uma espécie de desânimo na voz de Ivar, mas não perguntou. Ao mesmo tempo que ele estava ali com ela e aceitava que ela fosse gentil e amorosa com ele, poderia escorraçar ela e mandar matá-la. Então, simplesmente, calou.

"Ivar? Violet?" Hvitserk entrou na casa e Violet travou o maxilar.

"Irmão, não seja inconveniente." Ivar gritou do quarto.

"É que eu não ouvi barulho." Ele disse "vocês já começaram a..." ele entrou no quarto e se deparou com Violet deitada no peito de Ivar e completamente nua. Mordeu os lábios de raiva e se virou rapidamente.

"Pode olhar, Hvitserk." Ivar disse.

Hvitserk não iria olhar. Ele não queria olhar. A raiva que o consumia naquele momento seria incapaz de o fazer discernir entre o certo e o errado. O sentimento que tinha por Violet estava o matando.

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