Ruined By Love

Capítulo 6

Violet, por um momento, corou e depois voltou os olhos para Hvitserk que a olhava de maneira assustada e confusa.

"Ivar!" Torvi exclamou com o intuito de repreender o garoto que revirou os olhos sorrindo de um jeito maldoso.

"Isso não são assuntos seu, irmão." Ubbe disse se referindo a Ivar.

"Não são assuntos meus?" ele retrucou. "por acaso vocês aqui sabem que eu dormi com ela? E se esse filho for meu?" Hvitserk cerrou os punhos ao ouvir a fala do irmão. Estava possesso de raiva, mas não se colocaria contra Ivar naquele momento, era questão de família, não de orgulho. O pai precisava dos filhos juntos.

"Ivar, tenha escrúpulos!" Torvi interviu.

Violet olhava as reações de Hvitserk e sentia cada vez dentro de seu interior que, por mais que estivesse pensando em ficar com a criança, não poderia. Ela traria problemas familiares inimagináveis se ficasse. Estava destinada a dar um jeito assim que desembarcasse em solo inglês.

Hvitserk se aproximou de Violet mas sobre ele foi lançado um olhar de repreensão por Torvi, o mesmo a ignorou completamente.

"O que posso fazer para te ajudar?" ele perguntou a garota.

"Nada. Eu estou bem." Ela disse baixo sentindo o vômito preso em sua garganta.

"Você quer água?" ele perguntou.

"Hvitserk, eu entendo que você queira ajudar, mas agora não é o momento de tantas perguntas. Se quer ajudar, faça." Torvi saiu em defesa de Violet apertando mais os seus ombros e beijando a cabeça da garota.

...

A viagem foi longa mas logo chegaram em solo. Tiravam as coisas rapidamente dos barcos pois parecia que iria chover. Hvitserk ajudava Violet a carregar as coisas e Ivar os observava de longe. Desconfiado. Enciumado. "E se essa criança for minha?" ele pensava. Mas como poderia ser? Não tinha nenhuma explicação plausível que fosse capaz de afirmar. Ele sabia que não era, mas iria utilizar-se disso para que outros pudessem crer na sua validade e poder de, mesmo sem ter de fato tido relações com Violet, conceber um filho.

O primeiro trovão soou. Violet olhou para o céu e viu um relâmpago. Respirou fundo e continuou entregando um caixote para outra escrava. Hvitserk tinha sido solicitado por Ubbe e então colocou a servente para ajudar a garota.

"O que você vai fazer agora?" Ubbe perguntou assim que Hvitserk se aproximou. O irmão não entendeu a pergunta.

"Como assim?"

"O que você vai fazer a respeito de Violet, Hvitserk?" Ubbe se virou para olhá-lo.

"Não sei se a criança que ela carrega é minha." Disse cruzando os braços.

"E você acha que é de quem?" Ubbe perguntou irônico.

"Você ouviu Ivar dizer que dormiu com ela." Ubbe revirou os olhos.

"Você acha mesmo que esse filho possa ser dele? Sigurd me disse que eles não fizeram nada, só dormiram, essa criança derivou de que? Um milagre? Pelo andar, ela já tem mais de um bom tempo grávida, uma noite só não seria capaz de fazê-la conceber uma criança, Hvitserk." Ubbe disse nervoso e olhou para o irmão que parecia estar também agora. Continuou "você precisa defendê-la na batalha. Custe o que custar. Ela não está mais sozinha e aquele que está com ela, também é um dos seus." Ubbe falou pegando no ombro do irmão e saindo de perto logo em seguida.

...

Foram ao encontro de Ragnar, os quatro filhos. Bjorn não se fazia presente por conta de outra expedição, mas já estava sabendo do ataque. A saída dos irmãos e Torvi de perto da garota a fez ter tempo suficiente sozinha. Pegou as costuras que estava fazendo e se afastou da vila provisória que haviam construído. Se sentando em uma montanha um pouco distante, de onde tinha visão de um vasto campo.

"Odin, pai de todos, me diga o que posso fazer com essa criança que a mim pertence e que carrego? Como posso não querer e não admirá-la? É um fruto meu de um amor que talvez nunca se concretize, mas que tem todo o significado de pureza para mim. Como devo agir? O que devo fazer?" ela olhava para o céu e dizia as palavras, até uma gota de chuva atingir sua testa.

Olhou mais adiante e viu muito além de nuvens carregadas de chuva. Viu cavaleiros vindo em sua direção, um pouco distante, porém em distância perigosa. Largou as costuras e correu voltando para a vila. Por sorte, conseguiu chegar a tempo de avisar.

"ESTAMOS SOB ATAQUE!" gritou. Imediatamente os chifres foram assoprados. Todos correram em busca de escudos e espadas. Inclusive, Violet. Estava desesperada. Não fazia a mínima ideia de como era pegar em uma espada ou usar ela para desferir golpes contra alguém. Era pesada. De ferro. Grande. Os cavaleiros adentraram a vila e uma luta começou.

Sangue respingando para todos os lados. Pessoas gemendo com dores insuportáveis. Algumas mutiladas, aquelas que não gemiam, mortas. Seus olhos encontrando as profundezas olhavam para Violet. Um cavaleiro foi em sua direção e levantou sua espada para atacá-la, seria seu fim. Foi atingida por respingos de sangue no rosto e fechou os olhos. Sentiu uma pancada forte na cabeça e um zumbido alto no ouvido. Um peso tomou o seu corpo e foi ao chão.

"VIOLET!" ouviu a voz de quem parecia ser Hvitserk. Piscou algumas vezes os olhos e então caiu em sono profundo. Até Valhalla, talvez.