Capítulo 5

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Violet fez menção de se levantar da cama ao perceber o quão irritado e cheio de raiva Hvitserk ficou, porém Ivar segurou suas costas com força, fazendo pressão para que ela não levantasse.

"Você vai se juntar a nós, irmão?" Ivar perguntou.

"Não." Hvitserk falou de pronto. "Só vim conferir se estava tudo bem. Agora que já sei que está, estou saindo." Hvitserk saiu deixando os dois a sós de novo.

A partir dali, Violet já não tinha mais vontade de conversar com Ivar. Não tinha vontade de estar ali e estava potencialmente enjoada. Seus olhos estavam pesados e sentia uma sensação de queimação na garganta. Fez gesto de vomitar, se levantando rápido, mas não conseguiu. Ivar notou o mal estar da garota.

"Aconteceu alguma coisa?" ele perguntou, mas não parecia preocupado.

"Só estou um pouco cansada. Podemos dormir?" ela perguntou.

"Você não vai me dar só mais um beijo?" ele acariciou a bochecha da garota e ela sorriu de canto beijando a palma da mão de Ivar e logo em seguida beijando-o. Aconchegou-se no peito dele e adormeceram.

Hvitserk via tudo através da pequena janela da sala. Seu estômago revirava e a sua vontade era de matar Ivar. Tinha reparado que Violet não estava se sentindo bem e teve necessidade de dentro das entranhas de poder fazer o que estivesse ao alcance para ajudá-la.

"Você está realmente apaixonado." Sigurd disse tirando o foco do irmão da janela.

"O que você tem a ver com isso, Sigurd?" ele perguntou escorregando na parede do lado de fora da casa.

"Nada. Só cuidado para não desviar do que realmente importa por estar pensando demais na escrava." Ele disse.

A palavra "escrava" tinha sido dita num tom de desprezo. Hvitserk olhou de canto de olho para Sigurd e não respondeu, demonstrando total insignificância sobre o que ele havia dito.

Estavam sentados os dois na porta de entrada da casa e fazia muito frio. Acabaram passando a noite toda acordados na espera de que Ivar os pedisse para voltar para casa.

...

No dia seguinte os enjoos de Violet continuavam. Ela estava mal. Vomitava por várias vezes e estava se sentindo muito fraca. Tão fraca que fazia os afazeres com lentidão e Aslaug estava ficando potencialmente irritada, mas olhando direito para a garota, sentiu compaixão.

"Violet, vá descansar por um momento." A senhora disse tomando a costura da mão da garota.

"Obrigada, senhora." A garota agradeceu e saiu pelos fundos, vomitando assim que pôs os pés para fora.

"Droga..." lamuriou. "mas que droga. Sujei o vestido" reclamou.

Estava irritada. Dores de cabeça forte. Seios sensíveis. Tonturas. Sonolência. Isso só podia indicar uma coisa: gravidez. Balançou a cabeça se recusando a acreditar nisso, mas lembrou dos mesmos sintomas que sua mãe tinha sentido antes de ter sua irmã Katarina.

Ficou potencialmente perdida. Pois, sabia de quem seria se caso estivesse grávida, mas não poderia dizer. Caiu em lágrimas. Cobrindo o rosto com as mãos. Ouviu passos se aproximando e tentou disfarçar, não conseguiu.

"O que aconteceu?" Ubbe perguntou sentando ao lado da garota no chão.

"Nada. O que faz aqui?" ela retrucou enxugando as lágrimas.

"A minha mãe está exigente demais ou não está sabendo controlar meus irmãos?" ele disse em tom protetor.

"Nenhum dos dois. Estou indisposta hoje e essas coisas acontecem." A garota falou olhando para o céu.

"Não vai me contar mesmo?" ele insistiu.

Sabia que podia confiar em Ubbe. De todos os filhos, ele era o mais responsável e atencioso. Ela hesitou um pouco antes de falar, mas disse:

"Acho que estou grávida." Ubbe tomou aquilo como uma surpresa e susto.

"Como? De quem?" ele perguntou nervoso.

"Ao que tudo indica? Hvitserk." Ela disse.

"Ele já sabe disso?" ele perguntou.

"Não."

"E você não pensa em falar?"

"Não."

"Mas os seus cuidados precisam ser diferentes agora." Ele falou se virando para ela.

"Eu não sei se vou carregar essa criança em meu ventre, Ubbe, não tenho condições de supri-la." Disse olhando nos olhos de Ubbe. Estava emocionada e nem percebeu ter passado a mão na barriga de forma carinhosa.

"Você precisa contar e aí terá todas as condições." Ele disse.

Ela não respondeu. Ficaram em silêncio. Não percebendo que Ivar escutava tudo um pouco distante e fora da vista deles.

...

Um mês se passou e o dia da expedição para a Inglaterra chegou. A arrumação dos barcos estava a todo vapor. Eles corriam contra o tempo para pegar uma maré boa e navegável. Violet carregava alguns caixotes pesados e Ubbe se apressou para tomá-los de sua mão. Torvi veio em direção a Violet e sem dizer nada a abraçou. Acalentada. Violet engoliu em seco e quando se soltaram, Torvi acariciou o rosto da garota.

"Ele ou ela vai ter tudo que precisa. Eu vou estar aqui para ajudar você. Pode ter certeza." Torvi era incrível.

Ivar observava tudo de longe. A barriga de Violet já estava um pouco saliente. Quando entraram nos barcos, Violet tratou de se sentar em um lugar que chacoalhasse menos. Trocava olhares com Ubbe e Torvi a todo momento. Hvitserk observava sem entender nada.

A viagem seguiu e, em um dado momento, o barco começou a jogar bastante por conta dos ventos. Os enjoos tomaram Violet de uma maneira completamente arrebatadora. Ubbe vendo a situação da garota, chamou Torvi para ajudá-la.

Alguma coisa estava potencialmente errada e Hvitserk sabia que Violet escondia algo.

"Está enjoada?" Ivar perguntou e todos ao redor olharam para ele. Ele continuou "é o balanço do barco ou o filho que carrega?"

Hvitserk olhou para Violet.

"Filho?" sussurrou para si mesmo.  

Ruined By LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora