"Por que é sempre assim depois que acabamos de transar, Violet? Você diz que não podemos fazer isso de novo, mas é só eu conseguir uma brecha que tudo acontece novamente." Hvitserk falou tirando suas mãos que sustentavam as coxas da garota, deixando que seus pés tocassem o chão.
"Eu sou escrava! Eu preciso fazer isso, Hvitserk!" disse.
"PARA DE SE UTILIZAR DISSO, VIOLET" ele gritou impaciente "CHEGA DE SE UTILIZAR DISSO! VOCÊ PODERIA MUITO BEM ME DAR UM TAPA NA CARA E IGNORAR AS INVESTIDAS QUE EU DOU, MAS DIFERENTE DISSO VOCÊ PARECE GOSTAR DO QUE FAZEMOS, MAS SIMPLESMENTE FICA ME DIZENDO QUE NÃO PODE ACONTECER E TODAS ESSAS BESTEIRAS!" ele desferiu as palavras contra a garota que as sentiu como facas atravessando cada parte do seu corpo.
"Você está sendo rude demais." disse empurrando Hvitserk e seguindo pelo caminho, caminhando quase correndo.
"E você está sendo egoísta demais!" disse.
"Por que?" ela se virou para olhá-lo.
"Porque não é mais sobre poder ou não poder estar comigo, é sobre você sentir como se eu precisasse ficar igual a um cachorro atrás de você." Disse.
"Eu não preciso que você fique igual a um cachorro atrás de mim, Hvitserk. Você é um príncipe, todas as garotas da vila dariam tudo para estar com você e serem apresentadas como sua esposa." A garota disse sentindo as suas bochechas queimarem de raiva e, de certo modo, por saber que sim, ela estava sendo egoísta com seus sentimentos e os de Hvitserk.
"De todas elas eu escolhi você. Posso te tornar uma mulher livre e você pode se casar comigo, o que te impede?" perguntou.
"O que me impede? O que te impede? Vocês falam sobre isso desde que começaram a me tratar como um peão e eu rodei na mão de vocês três!" ela falou se referindo a Ubbe, Sigurd e o próprio Hvitserk.
"Meus irmãos não gostam de você ao ponto de garantir sua liberdade." Afirmou.
"E você pelo visto também não." Ela retrucou.
Quando Violet viu que Hvitserk não falaria mais nada, seguiu o seu caminho tendo certeza de que alguma coisa do que disse era verdade. Ninguém naquele tempo o julgaria por libertá-la e dizer a todos o quanto a amava. Sendo assim, o que impedia que ele o fizesse? Quais eram os motivos pelos quais ele não fazia o que tanto dizia ter vontade de fazer?
...
Chegaram até a casa de Ubbe e Torvi os recebeu com muita alegria como sempre.
"Ubbe" Violet se curvou. "Sua mãe pediu para que eu viesse avisar a você sobre a necessidade que seu pai tem de vocês na Inglaterra." Disse quando levantou a cabeça.
"Quem avisou a ela?" Ubbe perguntou coçando o queixo.
"Um viajante que integra a defesa de seu pai." Afirmou.
Ubbe assentiu com a cabeça confirmando que iria em ajuda do pai.
Torvi o olhou e assentiu com a cabeça. Estava grávida, Violet sorriu quando Torvi acariciou a barriga. Tinha vontade de ter filhos e construir uma família. Tinha anseio de ter filhos, ensiná-los a plantar, lutar, defender-se e ter netos tão inteligentes quanto. Hvitserk não tirava os olhos de Violet e percebeu o quanto emocionada ela ficou ao perceber a gravidez de Torvi.
"Você está grávida?" falou. Ubbe a olhou e Torvi também.
"Sim. Estou" Torvi assentiu sorrindo radiante.
Violet logo conteve o sorriso e lançou seus olhos para Ubbe. Ele entendeu o recado. "Nunca mais me toque." Era o que ela dizia a ele pelos olhos.
"Bom, Torvi, eu fico muito feliz pela sua gravidez. Espero que essa criança venha protegida por Odin, o pai de todos. Trará muitas alegrias, isso é certo. Agora, se vocês me permitem, eu vou voltar à vila e contar a minha senhora que Ubbe irá ajudar." Disse.
Hvitserk estava quase saindo atrás da garota quando Ubbe o chamou:
"Irmão, preciso de você aqui." Violet sentiu um alívio. Ubbe a aliviava a maioria das vezes, era atencioso e sabia quando os irmãos estavam sendo inconvenientes e malcriados.
"Agora?" Hvitserk reclamou.
"E que horas seria?" Ubbe disse irônico.
...
Violet seguiu pelo seu caminho. Naquele horário já estava tudo mais escuro por conta da neve que caía com mais intensidade agora. Pegou um pedaço de madeira qualquer no chão e acendeu em uma tocha acesa que iluminava parte do caminho. Seguiu andando até pensar ter visto um vulto passando no chão. Não tinha importância, talvez tivesse sido algum animal. Mas então ela tropeçou e bateu com o queixo no chão. O estalo do gelo ao receber a gota de sangue quente a fez olhar e perceber que seu queixo sangrava.
"Mas o que..." olhou e viu Ivar sentado a sua frente. "Ivar?" ela perguntou e resmungou internamente. Jeito mal educado de dizer oi.
"Afinal o que você tem com Hvitserk?" ele perguntou indo direto ao ponto. Ela teria reclamado muito, se não estivesse com o queixo partido e latejando.
"Não entendo." Disse.
"Não entende, rum? Então vou clarear sua mente" ele fez um gesto com a mão "vocês transam todo dia."
"Não é verdade." Ela retrucou.
"É claro que é verdade. Não somente com ele, mas com Sigurd também e com Ubbe." Ele riu sarcástico.
"Com Ubbe não é verdade. Ele está casado com Torvi." Ela falou colocando as mãos no queixo e gemendo. Definitivamente Ivar não sabia conversar de maneira amigável.
"Não me importa as explicações, eu quero saber por que não comigo?" ele perguntou olhando nos olhos da garota.
Ela havia entendido a pergunta. Mas não sabia o real motivo de nunca ter acontecido nada entre eles.
"Por que você sempre escolheu meus irmãos e não a mim?" ele insistiu.
"Ivar, eu não sei, não é como se eu tivesse uma explicação para isso, eu juro que não sei" ela disse.
"Você me acha um pobre coitado?" ele perguntou cruzando uns braços.
"Claro que não, Ivar" a garota gemeu pois o gelo estava queimando suas mãos.
"Então se eu pedisse a meus irmãos que me levasse até você, você faria alguma coisa comigo?" perguntou.
Violet engoliu em seco. Não sabia o que responder. Nunca havia sequer passado pela sua cabeça a possibilidade de ter algo com Ivar.
"Sim..." ela respondeu quase como um sussurro.
"Ótimo, então temos um encontro marcado. Hoje, no final da noite." Ele disse e a garota se assustou.
Por que ela era sempre o alvo? Por que todos os desejos dos irmãos sempre levavam a ela?
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Ruined By Love
FanficViolet, de significado "bonita como uma flor", e ela era. Delicada como pétalas de rosas, seu rosto macio como plumagem, mas, como toda rosa, com seus espinhos. Espinhos capazes de ferir, machucar, dilacerar, não qualquer coisa, mas corações, quando...