Capítulo 18

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 E afinal o dia da viagem chegou. Hvitserk estava completamente tomado por uma ansiedade que o corroía por dentro. Ivar estava cheio de planos de ataque para os inimigos e não via a hora de enfrentá-los. Liv estava tendo calafrios em sua espinha, mas não queria dizer ao pai os sonhos que tinha tido nas noites passadas. Ouvia as vozes de sua mãe. Vozes raivosas, cheias de pesar, ressentimento, desconforto, sufoco.

Hvitserk havia percebido que a filha estava estranha, mas imaginava que era por conta da sua primeira batalha, a qual ele, de fato, não queria levá-la.

"Vai ficar tudo bem." Thora disse beijando a bochecha de Hvitserk.

"Eu espero." ele disse vendo a filha entrar no barco com Ubbe.

"Do que tem medo? ela é uma ótima arqueira." falou.

"De não protegê-la suficientemente como fiz com  sua mãe... e nós sabemos o desfecho." Thora respirou impaciente com a fala de Hvitserk.

"Você precisa esquecer isso." disse.

"Se não ia ajudar, pelo menos ficasse calada."

Hvitserk a olhou de canto de olho e se levantou indo em direção a Liv que disfarçou ao perceber o pai se aproximando, entrando no barco logo em seguida e beijando a cabeça da filha.

Thora ficaria. Estava grávida. Hvitserk queria sentir algum tipo de conexão imensa pela criança, mas não conseguia ter a mesma afetividade que tinha por sua primogênita e, algumas vezes, aquilo o matava por dentro. 

A viagem foi cansativa. Um pouco medonha por conta das tempestades que assolavam os mares. Liv estava com medo. Dormiu e sonhou com a mãe. Hvitserk a abraçava cada vez mais forte pois a filha tremia a cada voz que ouvia de sua mãe. Hvitserk pensava ser pelo frio absurdo que fazia aquela noite no barco, mas não era.

"Prometo não te decepcionar, mamãe." Liv sibilou em sono profundo.

Hvitserk tentava acordá-la, mexendo na filha a todo custo.

"Liv." ele chamou sussurrando.

"Eu prometo, mamãe." a menina disse agora chorando.

"Liv." o pai chamou de novo a filha que agora abriu os olhos lentamente.

"Chegamos?" ela perguntou um pouco desorientada.

"Ainda não. Com o que você estava sonhando?" ele perguntou curioso.

"Com a mamãe." a menina respondeu.

"Violet?"

"Sim. E ela está muito zangada, pai. Ela pediu para que eu me cuidasse e cuidasse de você. Ela disse que algo inesperado acontecerá e que teme muito por sua vida. Ela diz que o ódio misturado ao amor incondicional será a sua ruína." A menina conversava baixo com Hvitserk que a olhava com atenção.

Ivar observava de longe a conversa dos dois e revirava os olhos, desdenhando da situação. Não tinha paciência. A sua relação com Hvitserk estava comprometida. Não se dava ao luxo de perguntar sobre nada do irmão, mas sentia, em seu interior, uma mágoa terrível por não ser mais tão próximo daquela que ele sentia um amor enorme: Liv. 

... 

Todos chegaram ao assentamento em Wessex e ficaram admirados com o bom trabalho que os seus próximos estavam fazendo. O assentamento estava dando frutos, mas não mais como antes, era constantemente atacado. Príncipe Alfred havia mandando dois cavaleiros virem para conversar mas, naquele momento, ninguém queria paz. 

"Príncipe Alfred manda saudações e diz que visa a paz entre os povos." os cavaleiros disseram em união. 

Ragnar tomou a frente. 

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