Porta 7: Não durma nunca mais!

101 12 198
                                    

Escrito por bitchofzarry

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Escrito por bitchofzarry

Harry

Ignorei todos aqueles olhares em mim enquanto caminhava de volta para a minha barraca. Sabia o que estavam falando. O capitão do time de futebol que se assumiu gay e me aproveitei de todo esse tempo para poder ficar vendo os meninos pelados no vestiário. Boatos que até assediei muitos deles. Eram coisas horríveis que não tinham nexo algum. O que nenhum deles entendia era que eu não tinha saído do armário, eu tinha apenas me apaixonado. Mas ninguém queria saber dos meus sentimentos quando até mesmo estava sendo ameaçado de ser tirado do time de futebol. Sempre acreditei que o preconceito existia bem pouco, que realmente as pessoas tinham evoluído e a mente delas ficaram mais aberta, mas estava sendo provado que não. Estava sentindo na pele o que era sentir aquilo. Ser desprezado e humilhado só por ter me apaixonado por alguém do mesmo sexo.

Entrei na barraca e me encolhi embaixo da coberta, ouvindo os murmúrios lá de fora. Todos passando em volta dela e tecendo xingamentos escrotos. Fechei meus olhos com força, respirando fundo. Não permiti que mais lágrimas saíssem dos meus olhos, já estava cansado de chorar por algo que eu não tinha culpa alguma. Prendi a respiração e mantive meus olhos fechados por alguns segundos até parar de tremer e pegar os fones de ouvido. Liguei o Spotify na playlist que o Zayn tinha feito para mim e sorri ao me lembrar do seu sorriso ao me assistir ouvindo as músicas. Acabei cochilando com as músicas tocando e minhas lembranças boas daquele sorriso lindo, os olhos castanhos e seus beijos deliciosos que sempre me tiravam sorrisos.

Olá, meu doce Harry — ouvi uma voz asquerosa dizer bem próximo ao meu ouvido.

Abri meus olhos e estava sozinho em minha barraca. Estava de noite e tudo estava silencioso. Provavelmente dormi demais e todos tinham ido para suas barracas. Umedeci meus lábios e passei as mãos em meu cabelo, puxando os fios para trás. Um arrepio intenso na minha nuca estava me incomodando demais e minhas mãos ainda estavam trêmulas.

Precisava de ar.

Abri a barraca e sai dela, deixando o ar gélido preencher meus pulmões. Aquela sensação não tinha saído de mim. Virei meu rosto e encarei a barraca mais próxima e algo nela me intrigou. Tinha uma mancha vermelha na lateral, não era uma mancha pequena, ela quase dava a volta pela barraca. Uni minhas sobrancelhas e me aproximei em passos lentos e curtos. Logo quando cheguei mais perto meus olhos se arregalaram porque a mancha vermelha era realmente sangue. Engoli a seco, dando mais uns passos adiante na direção da barraca. Minha respiração estava ofegante já e minhas mãos tremiam ainda mais. O arrepio na minha nuca estava pior e apesar de estar até tendo neblina não estava sentindo frio. O acampamento todo estava completamente silencioso demais. Parei em frente a barraca e ergui a mão esquerda que estava absurdamente trêmula, levei-a até o zíper da barraca e abri aos poucos, sentindo meu coração socando meu peito com extrema força, aquele aviso de perigo gritava nos pelos dos meus braços arrepiados.

Pandemônio - Zarry StylikOnde histórias criam vida. Descubra agora