Bem-vindo ao Pandemônio, um lugar onde a histeria, a balbúrdia e a luxúria dominam cada canto. Aqui, o solo é infértil, o sol jamais desponta no horizonte, e as orações são consumidas como se fossem drogas, alimentando desejos insaciáveis. Este é um...
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🧜♂️ BOA LEITURA 🧜♂️
Há milhões de anos atrás, havia um barco e dentro desse barco havia um homem. Milos era o nome daquele barco, Milos já era velho, navegou por tantos lugares, enfrentou tantas tempestades, viu tantas coisas… Zayn era o dono dele. Um homem jovem que vendeu o pouco que tinha para adquiri-lo. Não tinha família, não tinha uma casa e nem um emprego, ele era em poucas palavras, um bêbado navegando sem rumo nenhum.
Mas Zayn não se via dessa forma sempre. Ele tinha um propósito, ele tinha sonhos que naquele momento pareciam inalcançáveis, mas ele tinha. Ele sabia que seu barco não aguentaria mais dois anos, logo estaria se desintegrando por completo naquele mar negro e sem fim. As madeiras já estavam podres, as velas mal funcionavam e a chuva torrencial vinha mais agressiva do que nunca para destruí-lo um pouco mais.
O marinheiro olhou para o céu escuro e fechou os olhos, sentindo a primeira gota de água cair sobre sua testa e descer pelo seu rosto. Os raios que iluminavam aquele céu foram seguidos de fortes trovões. O capitão Malik segurou firme na embarcação quando uma onda forte passou por baixo dele. Seus olhos agora procuravam pela garrafa de rum que estava tomando, era umas das últimas que tinha guardado, não poderia desperdiçar uma gota se quer.
Zayn passeou com o olhar por cada centímetro daquele pequeno barco, cambaleando pelo balanço intenso das ondas e afastando os fios molhados de cabelo que caíam pelo seu rosto. Quando finalmente encontrou a garrafa, correu para pegá-la, mas uma onda forte o atingiu com violência, deixando o barco inclinado para o lado, conseqüentemente levando a garrafa junto, que com o impacto, se despedaçou em pequenos cacos por todo o piso de madeira.
— Não! — O jovem capitão gritou chutando alguns objetos para fora do barco em completa fúria. A chuva agora ainda mais forte, deixava o mar mais agitado, tudo ali estava perdendo o controle. Ele tentou lamber o resto do álcool desperdiçado no chão, mas já tão tinha mais aquele gosto tão bom que detinha o poder de acalmar sua mente.
Por mais triste e decepcionado que Zayn estivesse, ele não sentia medo de morrer ali. Afinal, estava sozinho e em uma tempestade como aquela em alto mar, as chances de sair vivo dali eram poucas.
Talvez aquela fosse a suahora.
O vento forte levava o barco para uma direção que o marinheiro não costumava ir, por ser ainda mais perigosa. Ele não sabia o que encontraria por aqueles lados, mas se aquele era o seu último dia de vida, que mal faria uma visita ao perigo? Pelo menos seria divertido.
E assim a embarcação seguiu no meio daquela escuridão fria. Malik sentou-se no chão e abraçou os joelhos para se aquecer um pouco, ficando naquela mesma posição durante toda a viagem, até que encontrasse uma luz. Uma luz que iluminou seus olhos e o fez ficar de pé.
