𝒑𝒓𝒐́𝒍𝒐𝒈𝒐

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25 de dezembro, 1943 | FALKENHEIM - ALEMANHA NAZISTA

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25 de dezembro, 1943 | FALKENHEIM - ALEMANHA NAZISTA

Em outras épocas o Natal era o resumo de toda a felicidade vivida em um ano. Uma manhã para comemorar o nascimento de um bebê e para celebrar nascimento de novas versões de si mesmos a cada dia. Um momento para reunir a família e trocar não só presentes mas atitudes de afeto e amor. Um dia reservado para ser feliz.

Em outras épocas o Natal deveria fazer as pessoas felizes.

Mas não era esse o sentimento que Rosie Betzler sentia dentro de seu coração. Na Alemanha de 1943, o Natal poderia trazer apenas uma coisa para Rosie. Alívio.

Alívio porque por pelo menos quatro dias a milícia de Hitler não estaria nas ruas. Alívio porque ela poderia garantir a sua própria segurança, assim como a de seu filho. Alívio porque ela também poderia garantir a segurança da menina que vivia nas paredes de sua casa. Durante algumas horas, Rosie poderia respirar e continuar o seu trabalho como ativista em paz.

E talvez a felicidade fosse apenas uma consequência. Talvez. Talvez quando os Aliados vencessem a guerra ela poderia desfrutar dessa paz não somente no Natal, mas em todos os dias do ano. Contudo, enquanto isso não acontecia, ela ainda precisava trabalhar para manter a pequena porcentagem da Alemanha Anti Nazista sã de todo e qualquer tipo de alienação.

E quem sabe um dia ela poderia salvar o seu filho da ideologia doente que corria solta pelas ruas da cidade em que nasceu.

Era com esses pensamentos de uma possível paz futura que Rosie caminhava para fora de seu quarto em uma manhã gelada de dezembro. A temperatura beirava o negativo, mas ainda assim não nevava. Ela ajeitou seus cabelos quando olhou para o espelho que ficava no corredor e abriu uma fresta da cortina da sala, para deixar a luz natural iluminar a casa. Rosie preparou um café da manhã para três pessoas, ela separou um prato em especial com um pouco mais de comida e antes de seguir para o último quarto do andar de cima, ela passou no quarto do filho.

─Ah que horror! ─  A mulher de cabelos loiros zombou ao dar de cara com o ditador bigodudo em um dos pôsteres de Jojo, colado em seu guarda-roupa. Rosie sentia a mesma náusea toda vez que pisava dentro do quarto do filho. Todas aquelas suásticas e pôsteres pendurados nas paredes a deixavam meio zonza. Os desenhos de idolatria ao Führer e os livros da juventude hitlerista apenas a lembravam sobre sua falha em ser uma boa mãe. De qualquer forma como ela poderia lutar contra um governo inteiro? Essa era a questão. Rosie parou ao lado da cama do garoto adormecido e acariciou seus cabelos dourados e macios antes de lhe dar um beijo na testa.

𝐎𝐍𝐄 𝐋𝐀𝐒𝐓 𝐌𝐈𝐒𝐒𝐈𝐎𝐍 ও  𝑗𝑜𝑗𝑜 𝑟𝑎𝑏𝑏𝑖𝑡 Onde histórias criam vida. Descubra agora