Romeu e Julieta

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Amor.

Há inúmeras formas de amor. Amor de mãe, amor de pai, amor de irmão e amor... o amor.

Desde o início, o amor me salvou. Meu amor pelo meu irmão e o amor dele por mim nos salvou do feitiço da morte, mesmo que eu tenha descoberto isso há pouco tempo.

Por muitos anos, pensei que o amor era apenas aquele que sentíamos pela pessoa que seria nossa alma gêmea, o amor romântico.

Eu estava terrivelmente enganado.

Quando acordei, uma semana depois do baile, gritando de dor ao mover qualquer parte do meu corpo, percebi o que o amor poderia fazer. Meu amor por meu irmão causou aquilo, meu medo de perder ele, Draco, e Ted causou aquilo.

Minha raiva causou isso. Meu desejo de vingança.

Minha magia se juntou à de Alexy, causando aquela explosão.

Eu não sei quanto tempo se passou desde que acordei pela primeira vez, não sei se foram horas ou segundos. Meu corpo não respondia aos comandos básicos. A cada movimento, meus ossos doíam junto com meus músculos.

Lembro-me de quando acordei naquela manhã, finalmente recobrando minha consciência e sem tanta dor no corpo. Finalmente, pude raciocinar sobre o que havia acontecido.

Olhei para a cama ao meu lado, vendo Alexy dormindo serenamente, o que me fez sorrir aliviado.

— Finalmente acordou. — Pomfrey se aproximou — vocês estavam nos deixando preocupados.

— Alexy... — sussurrei com a voz rouca.

— Ele acordou na noite anterior. — explicou, levantando sua varinha e a colocando em minha testa, fazendo um exame rápido — isso é melhor do que eu esperava, pensei que você estaria pior que seu irmão por conta da azaração. Ainda é ruim, já que vocês dois estão acabados.

Encostei novamente minha cabeça no travesseiro, encarando o teto. Pomfrey se afastou em silêncio, provavelmente saindo para chamar os professores responsáveis.

Minha cicatriz começou a pulsar, fazendo minha mão encostar na testa, ignorando completamente as dores em meu corpo. Fechei meus olhos, deixando minha mente me levar para onde ela queria.

A história que Dumbledore me contou, gêmeos da magia.

"Não conte a Alexy."

Não seria algo que pudesse ser discutido.

Abri meus olhos lentamente, ficando sentado devagar, olhando para a cama do meu irmão. Me levantei, apoiado na parede, caminhando lentamente até meu gêmeo e o balancei, ouvindo seus murmúrios de reclamação enquanto abria os olhos devagar. Coloquei seus óculos em seu rosto, e ele sorriu ao me ver, ficando sentado com minha ajuda e me abraçou com carinho, me puxando para me sentar com ele em sua cama.

— Você está bem?

— Eu que deveria estar perguntando isso! — me repreendeu, me fazendo sorrir, e ele revirou os olhos — isso responde minha pergunta. Achei que você não iria acordar tão cedo, fiquei com tanto medo de que o feitiço tivesse te afetado mais por causa da azaração. Eu ainda não entendi o que aconteceu, mas... me desculpe.

Eu o olhei com atenção e respirei fundo, olhei para a porta antes de encarar seus olhos.

— Não podemos confiar em Dumbledore. — digo erguendo minha mão em um pedido de silêncio quando ele tentou falar algo — Não dá para explicar direito, Alexy. Um dia desses, ele me chamou na sala dele e... e me contou o plano dele completo. Ele queria que eu me tornasse espião de Voldemort. E eu sei sobre as horcruxes. — ele arregalou os olhos — Tem alguém vindo, eu vou te explicar tudo que ele escondeu de você. Precisamos de algum lugar seguro.

O Menino que MorreuOnde histórias criam vida. Descubra agora