P.O.V. Draco Malfoy
Harry estava que nem louco a tentar ajeitar o ninho de ratos a que ele chama de cabelo. Ele queria dar uma boa primeira impressão à minha mãe, e eu achava fofa a sua atitude.
-Deixa lá, meu amor, adoro o teu cabelo como é e tenho a certeza que a minha mãe também vai gostar.- disse, abraçando-o por trás, enquanto ele se via no espelho de corpo inteiro que estava preso na porta do roupeiro.
-Podes repetir isso?- pediu manhoso, derretendo-se nos meus braços.
-O quê? Que adoro o teu cabelo?- ele virou-se ficando a olhar para mim de baixo e colocando os seus braços à volta do meu pescoço, puxando-me para baixo e sussurrando na minha orelha.
-Tu sabes bem que não é isso.
-Será que é que a minha mãe também vai gostar?- perguntei, com a intenção de o provocar um pouco mais.
De súbito, algo me empurrou com força contra a minha cama, e um moreno sentou-se no meu colo.
-Continua a tentar.- ele respondeu, mordendo a minha orelha.
-Meu amor...- disse, cercando a cintura do menor com certa possessividade.
Até que o ambiente foi interrompido por batidas na porta.
-Harry, temos de ir para baixo. Já estão prontos?
-Já vamos- gritou Harry, em resposta ao ruivo.-Anda- disse, levantando-se.
-Acho que tenho um problemazinho.- respondi, vendo o olhar malicioso de Harry.
-Posso ajudar.
...
-Chegaram tarde, o que estiveram a fazer?- questionou Hermione, depois de quase chegarmos atrasados.
-Nada de mais.- disse, tentando esconder o rubor que cobria a minha face.
-Pois, sei. Enfim, o Harry falou contigo sobre aquele assunto?
Nós estávamos apenas os 2 na carruagem, Harry estava com Ron e tinham ido à carruagem-restaurante.
-Sim, mas eu não sei o que é que se pode ter passado. No entanto, posso procurar na biblioteca da minha casa.
-Parece uma ótima ideia.
E a conversa parou por aí quando Ron e Harry chegaram. Os dois começaram a jogar xadrez bruxo e eu e Hermione falámos sobre um novo livro que ambos tínhamos lido. Apesar de parecer improvável, Granger era uma grande amiga e eu podia falar com ela sobre tudo.
Pansy e Blaise não iam connosco, pois iam ficar no castelo.
P.O.V. Harry Potter
-Calma Hazz. Vai correr tudo bem.- tentou tranquilizar-me Draco, apertando mais forte a minha mão.
-Eu sei.
Atravessámos as grandes portas de madeira e um arrepio percorreu o meu corpo. Aqueles corredores tão frios, todos construídos em pedra e ornamentados com estátuas e pinturas faziam-me lembrar os gritos de Hermione, o ar de desanimada de Luna, o rosto repleto de desespero de Ron.
O ligeiro aperto de Draco na minha mão, traz-me de volta à realidade. Aqueles tempos já foram, estão no passado. Tenho de me concentrar no presente. Estou aqui, com o meu namorado e não corro perigo nenhum, nem os meus amigos.
-Pronto?- questionou.
-Sim.
Fomos ter com a mãe dele que estava na sala de estar. O nosso encontro foi um pouco constrangedor. Não falámos muito pouco durante o jantar, até que a Narcissa decidiu mostrar algumas fotos de Draco, quando era mais novo.
Ele era muito fofo em criança.
Havia diversas fotos dele a correr tanto dentro quando nos arredores da Mansão em roupas com personagens de desenhos animados trouxas. Porém à medida que evoluíamos nos anos, aquela criança cheia de vivacidade e alegre, transformava-se num adolescente triste e sem esperança. Todas as fotos que antes tinham cores, passaram a preto e branco, como se a alegria das cores não tivesse coragem de penetrar ali.
Logo terminamos a sessão de vergonha do Draco, que quase parecia um tomate de tão corado que estava e fomos-nos preparar para a ópera, algo que a minha futura sogra decidiu que seria uma boa atividade.
-Tu eras muito fofo quando eras criança.- provoquei quando chegamos ao quarto dele e ele trancou a porta.
-Será que podes esquecer tudo que viste?- perguntou, visivelmente embaraçado.
-Hmm, não. Agora sai, quero vestir-me.
-Acho que já passámos desse fase.- respondeu, toda a vergonha no seu rosto transformada em malícia.
Se possível, fiquei ainda mais corado.
-Ok, eu vou.- disse, saindo para outro quarto.
Vesti-me rapidamente e fui ter com ele. Quase babei só de olhar.
Mais uma vez ele estava com um dos seus ternos, mas este parecia ter algo de especial. Talvez fosse mais justo.
-O que foi, Potter, nunca viste tamanha beleza?- ironizou, chegando perto de mim, e abraçando-me a cintura.
-Claro que já, no nosso dormitório tem espelhos, lembras-te?
Ele fingiu um ar irritado, que eu logo retirei dando-lhe diversos beijos por toda a sua face. Quando terminei, ele tinha o mais verdadeiro dos sorrisos dirigido a mim. Raramente eu via aquele sorriso, e ficava feliz de ser um dos poucos com o privilégio de poder admirar tamanha obra de arte.
-Vamos meninos?- chamou Narcissa.
-Estamos a descer mãe!
Demos as mãos e lá fomos nós para o auditório.
Passamos pelas imensas filas para entregar o bilhete, e depois de um longo tempo, estávamos finalmente sentados e descansados.
Nós estávamos mais ou menos no meio e tínhamos uma grande vista do que se passava no palco. Draco estava do meu lado esquerdo e do seu lado esquerdo estava a mãe.
E tinha de admitir. Aquela cadeiras eram bastante confortáveis, quase que adormecia, no entanto, antes que eu o conseguisse, a cantora principal começou a sua parte e eu pensei que ia ficar surdo.
Passado uma hora de pura tortura voltámos para a Mansão Malfoy para passar a noite.
Se eu tivesse de descrever a ópera diria que era como uma mulher a dar à luz.
Porém não podia dizer isso ao Draco e a Narcissa. Eles deviam gostar disso, e parecia indelicado dizer que não gostava, então disse que tinha adorado.
Já cansado fui para o quarto de Draco, depois de declinar a oferta de Narcissa de utilizar um quarto de hóspedes, vesti o meu pijama e esperei pelo loiro, que logo se deitou ao meu lado. Abracei-o, sentindo o cheiro floral que se desprendia dos seus cabelos, como se estivesse mesmo num campo.
-Não precisavas de ter feito isso.- ele sussurrou, interrompendo o silêncio da noite.
-O quê?
-Teres mentido sobre o facto de gostares de ópera.
-Mas eu gosto.- menti.
-Harry, quase ninguém gosta, e eu não te julgo. Eu próprio usei tampões de ouvido para não ouvir nada.
-Se tinhas isso não me sabias dar uns?- questionei, logo percebendo a merda que eu tinha dito.
-Pensei que tinhas gostado.- ele sussurrou, virando-se para olhar no meu rosto. A luz da lua banhava as suas feições e de alguma forma tornava-o mais bonito. Os reflexos prateados da lua batiam nos fios loiros dele, parecendo que era puro ouro a brilhar.
-Não é justo. Não consigo mentir para ti.- resmunguei.
-Deixa lá Hazz, és muito bom em outras coisas.- ele respondeu, bem perto do meu ouvido causando-me um arrepio.
Bom, o resto da noite foi passado na cama, mas estivemos bem longe de dormir.
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Amor É Mais Que Uma Palavra De 4 Letras
FanficConcluída -Amor é mais que uma palavra de 4 letras. Amor é amar alguém, mas não aquela pessoa perfeita. Não existem príncipes, princesas, cavaleiros andantes. Existem pessoas normais, com defeitos e qualidades. E amar é enaltecer as qualidade, sem...