Batalha H.P.

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P.O.V. Harry Potter

Segui Malfoy pelos corredores intermináveis. Sabia que ele conseguia ouvir-me, mas isso não o fez parar.

Comecei a segui-lo, pois sabia que ele tramava alguma. Durante o ano inteiro localizava-o pelo Mapa, decorava os horários, tudo. No início, Ron e Hermione apoiaram a minha ideia, porém, no momento que quis sair a meio de um jogo de Quadribol para ir atrás dele, aí as coisas começaram a ficar sérias. Hermione dizia que eu estava obcecado, que podia confiar nela e no Ron para vigiarem Malfoy. Mas eu não conseguia deixar que fossem outras pessoas. Um dia, Ron até disse que eu tinha um crush no Malfoy. Dá para acreditar?! Eu, o salvador do Mundo Bruxo, o menino que sobreviveu, com um crush na doninha oxigenada?

Deixei o assunto, no entanto, em algumas noites que eu não conseguia adormecer, dava por mim a pensar, e se... E se eu realmente gostasse do Draco?

Enfim. Malfoy entrou na casa de banho, trancando a fechadura. Com um feitiço muito simples abri a porta e fiquei admirado com o aspeto que Malfoy apresentava. O cabelo sempre perfeito estava espetado para todos os lados, uma confusão total. As roupas impecáveis estavam amassadas. Os olhos cor de tempestade estavam vermelhos do choro que ele agora tentava controlar. Dava pena ver Malfoy naquele estado.

Não.

Ele é um Devorador. Ele merece sofrer.

No entanto, ele é apenas uma criança, assim como eu. Forçados a entrar numa guerra que não é nossa, desde muito cedo. Ron disse que a família Malfoy já tem fama. Se calhar, Draco foi obrigado a seguir essa fama.

-O que estás a fazer, Melfoy.- tentei forçar um tom de arrogância, como se não quisesse saber, porém, olhando para o estado do loiro, só conseguia estar preocupado.

-Estou a tentar abrir a Câmara Secreta. O que achas, Pottah?- apesar da situação, não conseguia deixar a ironia de lado.

-Continuas o mesmo arrogante de sempre, não é Melfoy?- perguntei, tocando o bolso onde estava a minha varinha. Com um movimento, Melfoy agarra a dele. Ao ver o seu gesto, ataco-o, com um feitiço, que aprendi com um certo príncipe.

-Sectumsempra.

Preparado para a dor que sentiria,  Malfoy enrolou-se em si mesmo com o propósito de a diminuir. No entanto, ela nunca chegou. Olhou para cima e eu vi os olhos cor da tempestade olhando para mim, também ele surpreendido por o feitiço não ter resultado. Sem dizer uma palavra, saí a correr pela porta, sem olhar para trás.

...

Estava nos braços de Hagrid, a ser transportado de volta ao centro da batalha. Com os olhos entre-abertos consegui ver as lágrimas que escorriam pela cara do meio gigante e se emaranhavam na sua barba. Várias pessoas chamavam o meu nome, e ouvir os gritos que saiam das bocas da Ginny e da Hermione foi o que mais doeu.

Os pais de Draco chamam-no para juntar-se ao seu lado. Eu mantenho a esperança de que ele fique, que lute pelo lado da luz, mas ao ver as caras de desprezo que os alunos lhe mandam, percebo que isso é uma batalha perdida. O loiro segue em frente sendo abraçado pelo Voldemort. Consigo ver a sua cara de nojo. Talvez ele odeie Voldemort tanto quanto eu.

O sem nariz tenta recrutar mais pessoas para se juntarem a ele. Neville faz um discurso muito inspirador e cheio de coragem, estou orgulhoso dele.

Vendo que ninguém está a olhar, saiu dos braços de Hagrid e escondo-me a seus pés. Rapidamente os sussurros começam e um Devorador da Morte encontra-me. Vejo a surpresa no rosto de Voldemort, mas não me importo.

Eu estava desprotegido, não sabia o que fazer até que...

-Harry!- alguém chama-me. Viro-me na direção do som e vejo que Draco atira-me a varinha que tinha ficado com Narcissa depois do incidente na Floresta Negra. Com os meus reflexos de Quadribol apanhou-a e começou a minha própria luta com o homem que matou os meus pais, sem pensar muito no motivo de Draco ter-me ajudado.

Eu ataco e defendo, porém sou apenas uma criança, vá adolescente, enquanto Voldemort treinou a sua vida inteira para momentos como este. Ele risse, pensando que em breve terá ganho e, sinceramente talvez vá mesmo.

Olhei para o céu, depois de cair pela milionésima vez e gritei. Um grito de puro choque e terror. Eu tinha percebido que o ar ao redor estava mais frio, mas não pensei que fossem eles. Vários Dementores sobrevoam Hogwarts. Quando um está perto de apanhar-me um Patronus salva-me. Um cervo. Igual ao meu. Tento não pensar muito nisso e continuou a lutar. É isso que tenho de fazer, lutar e não pensar.

Finalmente consigo lançar o feitiço final e o lado da luz ganha. Vários Devoradores começam a fugir, outros já foram apanhados. Olho ao redor e vejo que toda a minha família está bem. Depois olho ao redor e procuro outra pessoa.

Draco.

Ele tem um olhar assustado quando a mãe pega na sua mão e fogem.

Queria que ele tivesse ficado, queria ter resolvido as coisas. Afinal, graças a ele, eu consegui me defender.

Sinto uns braços ao redor do meu pescoço e viro-me.

É Ginny.

Nós tentámos algo, tentámos ser mais que amigos, mas não deu certo. Porém continuamos irmãos e isso não vai mudar nunca.

Ginny volta para a beira da família, abraçando Luna pela cintura. Bem me parecia que havia ali coisa.

Deixo os Aurors tratarem de tudo e sigo a professora Minerva para o seu escritório.

Agora que a guerra acabou só quero descansar e não pensar em mais nada.

Pois é Harry, o melhor é descansar.

Até ao próximo capítulo. ;)

Amor É Mais Que Uma Palavra De 4 LetrasOnde histórias criam vida. Descubra agora