música do capítulo: Nickelback - Far Away
Pov Narrador
O amor é um sentimento forte, dizem até que todas as pessoas o desejam. Ainda que não reconheçam esse anseio no peito, ele se faz presente. Pulsante, vivo, adormecido. Talvez como o coração, ele tenha o papel de nos manter em pé quando nada mais parece estável, quando nada parece ser forte o suficiente para nós segurar. Então fazemos sozinhos, sem apoio, nos sustentamos com nossos sentimentos. Quando presos, os soltamos para sabermos o que fazer, porque mesmo que agora consigamos nos sustentar... Para onde vamos? Que tal um passo de cada vez? Um passo de cada vez. Temerosos, machucados, amedrontados levamos o pé a frente, tremendo como se tudo fosse desabar novamente. Levamos o outro a frente agora, um pouco mais calmos - nada desmoronou. O primeiro pé volta à frente, depois o outro, depois ele novamente e assim voltamos a caminhar para nossa vida, para nosso caminho.
Guiados pelos sentimentos, principalmente pelo amor. Por sua existência, ou por sua busca.
E o que acontece quando achamos? O sentimento que todos buscam - quase utópico pela dificuldade. As vigorosas correntes elétricas que sentimos por dentro parecem ganhar o triplo de energia, né? Sentimos como se tivéssemos ganhado um fôlego a mais. Animado, otimista, sorridente. O mundo ganhou mais cores ou é apenas impressão? Cumprimentamos todos, independente da hora, sem distinção. Falamos quase o dobro e escutamos muito menos, todos os planos são aceitos veemente, os sorrisos não saem do rosto, até o tom de voz parece ter mudado e a gargalhada é mais alta e contagiosa. Será que ganhamos uma vida a mais no game da realidade? Sim, exatamente isso.
Você se sente vivo. O amor trouxe sentido.
Diferente do que pensamos, o amor não é fácil, nunca será, afinal, se é difícil encontrá-lo, como poderá ser fácil mantê-lo? As pessoas desejosas, afoitas por finalmente terem o que sentiam falta mesmo sem saber, tropeçam nesse nervosismo, e demandam o triplo. Fornecem pouco e querem mais e mais, muito mais. A presença em todos os eventos é cobrada, assim como carinhos constantes, sorrisos e gargalhadas - jamais lágrimas -, apresentação à família e amigos é obrigatória, sonhos de morar juntes e construir uma família, tudo isso e mais um pouco, recusando dramas e problemas. Isso é o amor? Não seria algo por status? Aparência? Ou apenas uma grande ilusão mentalmente criada por você mesmo? Afinal, cobra-se tudo, mas você ouviu o que a outra pessoa deseja? Talvez nem tenha perguntado.
Talvez você não se importe porque está tão afoito com a experiência de ter, que não se preocupa em ser. E então você perde. E a vida escurece três vezes sem o brilho que outrora havia ganhado.
Mas essa dor é diferente, esse luto trás sabedoria.
Aprendemos com a dor o que fizemos de errado, o quão imaturo e infantis fomos ao achar que não existiriam problemas no amor. Ou que só há um amor! Não. Existem vários! Há os fogosos, pequenos amores que queimam fervorosos, tirando seu fôlego, mas também lhe sufocando até que o fogo queime em brasa, e ela se apague. Rápido ele vem, rápido ele vai. Existem os tempestuosos, carregando e destruindo ao redor com seu caráter tóxico - tudo que foi construído com carinho e devoção cai por terra - deixando desordem quando se vão. Antes você não duvidada de si, não se maltratava, não se questionava negativamente, mas depois dele você não se reconhece mais – ele te mudou e não foi para o bem, deixou cicatrizes que doem como o inferno e marcam sua pele de uma maneira única que se olha no espelho e ainda consegue ver as mãos em seu corpo.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Adverso Amor Inoportuno (Supergirl) | Supercorp
FanfictionÉ geral... A maioria das pessoas no mundo estão preocupadas com coisas além delas, muitas vezes preocupadas com tudo, mas raramente consigo mesmas. Por isso eu acho normal ter passado praticamente todos os dias voltada a minha empresa. Por isso eu...