música do capítulo: James Arthur - Fall
48h atrás
Pov Donna Troy
Eu sempre achei que estava no controle da minha própria vida todas as vezes que me via no espelho. Todas as vezes que vestia meu uniforme ou o escondia para caminhar pela rua e comprar café na esquina próxima ao apartamento. Sempre achei que você poder escolher, realmente escolher, o que quer fazer, quem quer ser, o que gosta e o que não gosta fosse o verdadeiro sinônimo de controle, pelo menos de si mesmo, afinal a relação pessoal com o exterior jamais será de compreensão, principalmente com o futuro. Quem consegue entender exatamente tudo o que acontece ao seu redor? Quem consegue controlar tudo o que acontece ao seu redor? Talvez, em alguns momentos, eu tenha pensado. Principalmente quando colocava meu traje e salvava o mundo, como os outros. Hum. Memórias de um tempo antigo.
Eu nunca tinha percebido, que tudo não estava em minhas mãos, meus amigos tampouco. Quando você é uma espécie de ídolo superheróico fica difícil ter amigos comuns tendo que saltar pela janela, se esgueirar em becos, faltar no trabalho e cancelar planos em cima da hora. Então o que acontece? Você se envolve mais na teia dos meta humanos e simplesmente não sai mais, não se ainda quiser usar seus poderes, basicamente isso. Todos os meus amigos sentem o mesmo, o controle... Falso controle que nossos poderes dão para nós, falsos sentimentos que nos enganam e criam uma rede de sentimentos de invencibilidade que podem levar a beira do precipício. Muitos surtaram, Arsenal é o exemplo mais forte que consigo me lembrar. Capturado pela Cadmus, clonado, decepado e aprisionado por anos, dado como morto enquanto sua cópia vivia sua vida para coletar informações. Só acordando porque o plano deu errado e o próprio clone descobriu.
Até que ponto os poderes nos tornam invencíveis? Será que eles não fornecem, mas cobram em dobro? É difícil analisar isso, principalmente quando se tem várias realidades alternativas de existência em que simplesmente você viveu outra vida, tinha outro nome, outros poderes, outros sentimentos, outros gostos e preferências, onde tomou outras decisões e onde aconteceram coisas que você nunca sequer imaginou! Ter todas as imagens tão vividas em minha mente me corroía. É como se eu negasse e não quisesse aceitar tudo isso que estava dentro de mim. Donna Hinckley Stac, Tróia, Darkstar, Deusa da Lua, Princesa e por fim eu, Donna Troy. Como lidar com todas as vidas e experiências, pensamentos delas dentro de mim? Como lidar com partes inteiras suas que nem sabia da existência?
Respirei fundo e encostei a cabeça na poltrona fechando os olhos. O cheiro de esterilização do avião estranhamente me acalmava, pelo menos um pouco. Tudo passa em alta velocidade na minha cabeça, apresentando pontos apenas para contrapô-los no próximo segundo. Eu consigo ser eu mesma, depois disso tudo? Sempre me pergunto, e a resposta sempre me foi não. Não, eu não consigo continuar a mesma depois do multiverso ter acabado e todas as nossas versões aproximarem-se como foguetes em colisão. Por sorte, eu estava na Nova e não elas... Senão, o que aconteceria comigo? Com minha vida? Meus pensamentos? Será que elas me deixariam de lado como eu ando fazendo com elas? Eu sei que não é exatamente o melhor a se fazer, mas eu tento, aos poucos, me recuperar disso tudo e... Ela me ajudou.
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Adverso Amor Inoportuno (Supergirl) | Supercorp
FanfictionÉ geral... A maioria das pessoas no mundo estão preocupadas com coisas além delas, muitas vezes preocupadas com tudo, mas raramente consigo mesmas. Por isso eu acho normal ter passado praticamente todos os dias voltada a minha empresa. Por isso eu...