Notturno - Entre A Luz E A Escuridão

Capítulo 23 - Beatrice

*ALERTA DE GATILHO FORTE. SE VOCÊ PODE SE SENTIR MAL, POR FAVOR PULE ESSE CAPITULO.

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Beatrice olhava ao redor buscando qualquer brecha para tirar Aurora dali, mas para cada canto que olhava, havia um homem armado. Ela sentia o seu coração acelerado e o suor escorrendo pelo seu rosto, foi quando viu que um daqueles homens tentava puxar Aurora dos seus braços, a pequena se debatia e gritava enquanto outro homem a puxou pelos cabelos novamente, a arrastando. Beatrice ainda estava anestesiada pela última imagem que teve do seu amigo caído ao chão

- BEATICE EU NÃO QUERO IR, EU ESTOU COM MEDO. Gritou Aurora a despertando, antes daquele homem tapar o seu rostinho com um pequeno tecido que Beatrice imaginou que estava embebido de clorofórmio fazendo com com que a garotinha desfalecesse.

Ao ver a aquela cena, Beatrice buscou dentro de si toda força que tinha, eles podiam fazer o que quisessem com ela, mas não machucariam o seu anjo, jogou seu cotovelo para trás com toda força atingindo o nariz do homem que a segurava, fazendo-o sangrar.

- Sua vagabunda! Disse tocando o nariz e indo em direção a ela com ódio.

Beatrice tentou alcançar Aurora que estava sendo carregada para dentro de um dos carros, mas foi impedida mais uma vez com um forte puxão nos cabelos sendo obrigada a se virar e encarar o homem que ela havia atingido.

- Você achou que ia conseguir escapar sua vadia? Disse-lhe desferindo um soco forte no rosto fazendo-a cair no chão.

O gosto férrico do sangue invadiu a sua boca, ela tentou se levantar, mas foi impedida por um forte chute na barriga que fez com seu corpo todo entrasse em choque a fazendo se lembrar daquele momento que ela mais queria esquecer, os chutes foram ficando cada vez fortes e violentos, ela não conseguia se mexer, tudo que conseguiu fazer foi olhar em direção ao carro onde Aurora havia sido colocada antes de desmaiar.

- Beatice! Beaticeeeee! Ela ouvia de longe o sussurro doce e sentia uma pluma tocando sua bochecha. Aos poucos Beatrice abriu os olhos, tendo dificuldades em abrir um deles, era como se estivesse pesado e não a deixasse abrir normalmente. Ela olhou pra cima de si e viu a pequena menina com seus olhos cor de céu sendo destacados ainda mais pela vermelhidão. Aurora chorava e ela não sabia o porquê. Beatrice teve dificuldade em erguer a mão para limpar as lágrimas da pequena que caiam em torrentes.

- Meu amor, porque está chorando? Ela perguntou à menina.

- Você está dodói. Tem tanto sangue. A menina disse, tocando o canto da sua boca, a fazendo sentir dor. Foi aí que Beatrice se lembrou do horror que havia acontecido e se levantou em um rompante, sentindo seu corpo inteiro protestar e gritando ao sentir a lateral da sua barriga doer. Ela olhou ao redor e viu que estavam em uma espécie de galpão. Havia sujeira para todos os lados e entulhos. As janelas estavam cobertas por pedaços de madeira e havia apenas uma lâmpada acesa pendurada no teto.

- Eu quero ir embora Beatice... Aurora disse e ele viu a pequena com um bico chorando e quis chorar junto. O quê ela faria a seguir? Como proteger a menina?

Beatrice caminhou pelo local tentando encontrar alguma saída. Ela ignorava a dor que sentia em sua costela e o seu rosto latejando e focava apenas em tirá-las daquele local. Olhou os entulhos e não encontrou nada que pudesse auxiliá-la. Andou para perto das janelas tampadas por madeira e procurou qualquer brecha, sem sucesso. Em um cantinho, com teias de aranha, ela encontrou uma pequena chave de fenda e a guardou no cós da sua calça. Aurora caminhava junto com ela, segurando em sua mão com toda a força que a pequena tinha.