Capitulo 64 - Matteo

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Matteo olhava Beatrice enquanto dirigia, o rosto dela estava sereno enquanto o coração dele batia descompassado. Sim, ele já tinha pedido alguém em casamento antes, mas não era porque a amava e sim porque era o certo. Matteo havia chegado na casa de Elisa, pedido sua mão aos seus pais e marcado a data como quem marca uma reunião. Havia sido um casamento espalhafatoso para que a sociedade soubesse daquela união.. Não entre duas pessoas que se amavam, mas sim entre dois nomes importantes: os Russos e os Moretti.
Naquele momento era tudo absolutamente novo e especial. Ele não pediria a mão daquela mulher porque era adequado para a sociedade Italiana ou porque lhe traria benefícios. Ele pediria porque a amava.
Chegando no restaurante, Matteo se apressou para descer e abrir a porta dela, viu nos olhos de Beatrice a surpresa e curiosidade, mas ela não disse nada. Caminharam juntos para dentro do restaurante que era decorado ao estilo vitoriano. Aquele restaurante era dentro de uma ópera adornada com madeiras do século XVIII, peças e lustres banhados a ouro e um teto enorme de vidros coloridos e intercalados. Um lugar importante, para uma noite importante.
-Boa noite senhor Moretti. O maitre os cumprimentou enquanto os acompanhava até sua mesa que era reservada. Matteo era conhecido ali, afinal, era um dos sócios do local. Ele tinha investimentos em várias áreas da Itália e principalmente da Sicília, um dos motivos de grande parte do seu poder e influência é poder comandar grandes camadas da sociedade.
No meio do salão havia uma pista de dança e o Jazz tocava ao fundo o clima de inverno começava a dar sinais de que logo a estação mudaria, mesmo que sinais de flocos de neve surgiam nas janelas. Beatrice parecia quieta, seus olhos serenos davam uma sensação que Matteo não conseguiu interpretar bem. Mas naquele momento ele se concentrava em como ela estava linda. Seus cabelos castanhos caiam como cascata por seus ombros e seios, seus olhos verdes brilhavam como duas esmeraldas, sendo destacados ainda mais pela luz das velas e o vestido vermelho e com o decote modesto, mas extremamente sexy, contornava sua pele branca e delicada.
-Você está perfeita. Ele disse, enquanto pegava a mão dela e beijava.
-Digo o mesmo de você. Ela sussurrou com os olhos faiscantes.
Eles pediram um risoto de camarão e um vinho verde Português para acompanhar. Aos poucos, Matteo a viu relaxar enquanto começava a sorrir mais e flertar com mais intensidade. Beatrice quando bebia ficava um pouco mais engraçada, pois contava piadas sem graça e seus gestos eram mais lentos o que o divertia terrivelmente.
Depois do jantar e da sobremesa, a qual ele fez questão de não comer, prometendo a ela que já tinha uma sobremesa para mais tarde, Matteo tocou a caixinha de veludo do anel que estava em seu bolso. Ele apertou aquele pequeno pedaço de plástico enquanto tentava tomar coragem para dizer as palavras. Beatrice estava alheia a tudo aquilo e em um rompante se levantou o assustando.
-Vamos dançar amore mio! Ela disse estendendo a mão até ele o fazendo arregalar os olhos ao perceber que haviam chamado atenção dos clientes. Ao mesmo tempo que aumentava seu nervosismo, sua vontade em rir era enorme, já que ela estava mais alegre que o normal.
Juntos, embalados pela música daquele lugar, sob as cores que o vidro do teto emitia em seus corpos, dançaram uma e outra música. Imagens da sua mãe misturadas as risadas de Beatrice nublavam sua mente. Sua mãe amaria aquela mulher como ele a amava.
Matteo havia aprendido a dançar com sua mãe enquanto era ainda bem menino. Um dia, ela começou a dançar sozinha no meio da cozinha enquanto fazia uma massa e Matteo havia ficado encantado com os movimentos que o corpo dela fazia. Sua mãe ao perceber seu encanto, o tirou de onde estava sentado e o colocou em cima dos seus pés, tendo várias reclamações do pequeno Matteo que tinha vergonha se seu pai o visse naquela situação. Mas aquele dia havia sido apenas o começo das suas aulas de dança com a primeira mulher que ele havia amado com sua vida.
Aquelas memórias lhe eram nostálgicas e ao mesmo tempo que levavam um sorriso ao seu rosto, o rasgava por dentro ao perceber que tudo havia sido perdido e arrancado.
Já cansados se sentaram, e ele percebeu que não teria coragem em fazer aquele pedido naquele momento.
Caminharam de mãos dadas em direção ao carro enquanto Beatrice tagarelava sobre o quão lindo era aquela arquitetura.
-Eu me senti em um filme da Disney! Ela dizia com gestos exageradamente lentos. - Eu não estava me sentindo confortável com todo aquele luxo, mas depois, eu amei Matteo! Obrigada! Ela disse beijando seu rosto e sorrindo de uma forma que aqueceu seu coração por completo.
-Eu amo você. Matteo disse, a parando antes de entrar no carro e a pressionando na porta. - Amo seu cheiro. Falou enquanto corria seu nariz pelos seus cabelos. Matteo então a tomou em um beijo afoito, sugando sua língua e exigindo sua entrega. - Amo seu gosto. Amo você por completo. Ele disse enquanto seus corpos se assaltavam naquela noite invernal.
Ao chegarem em casa, correram em direção ao seu quarto. A mansão estava silenciosa e fizeram um grande esforço para que nenhum barulho fosse ouvido pelos demais.
Matteo tocava a todo momento aquela pequena caixinha, sem ter coragem de realmente a tirar do seu bolso. Beatrice começou a se desfazer dos seus saltos e sua luta em tirar o sapato o fez gargalhada enquanto a segurava pela cintura para que não caísse.
-Cuidado Luce.
-Acredito que eu esteja levemente embriagada.
-Você acredita? Eu tenho certeza.
-Mas aquele vinho era DIVINO amore mio.
-Acredito então que encontrei o vinho perfeito para minha mulher de olhos verdes.
-Sim! Acho que tudo para mim deve ser verde né? Ela questionou com a mão no rosto.
-Nao sei... Só sei que essa cor se tornou a minha favorita de todo o mundo. Ele disse a pressionando na cômoda e a beijando. Suas carícias ficaram mais intensas e Matteo a ergueu, a sentando na madeira e abrindo suas pernas, fazendo seu vestido subir e embolar em suas coxas bem desenhadas. Sem nenhum pudor, ele se pôs de joelhos e com apenas um puxão rasgou a diminuta calcinha. Matteo lambeu aquelas dobras maravilhosas e sugou seu clitóris ouvindo Beatrice gritar diante da sensação. Ela já estava extremamente molhada e sem nenhuma dificuldade ele colocou dois dedos de uma do vez nela, mexendo e tocando o seu ponto G sentindo sua vagina responder o apertando. Com a língua, ele sentiu o clitóris dela inchar e sem perder nenhum tempo, acrescentou mais um dedo dentro dela a esticando enquanto seu pau latejava de desejo.
Assim que Beatrice gozou desesperadamente em sua boca, Matteo se pós de pé e a desceu, a virando de costas para ele e de frente para o espelho. Ele subiu seu vestido vermelho até sua cintura e expôs suas nádegas perfeitas. A imagem refletida no espelho o enlouquecia enquanto suas mãos tateavam e sentiam aquela pele perfeita. Ele então tirou seu pau para fora e com uma estocada, a empalou até o fundo os unindo em um só corpo os fazendo gemer. Matteo se levava até o fundo dela, exitando seu ponto mais sensível e quando Beatrice estava a ponto de gozar novamente, ele se retirou de dentro dela e com a lubrificação da sua vagina, colocou um dedo em seu ânus o incitando a se abrir. Beatrice arregalou os grande olhos enquanto ele deslizava seu dedo para dentro daquele lugar que ainda não era seu. Os olhos verdes e a respiração entrecortada era visível no espelho que refletia a imagem de ambos, desgrenhados e sedentos em uma nuvem de luxúria.
-Em breve seu cuzinho será meu também. Eu vou te mostrar como pode ser prazeroso. Ele sussurrou em seu ouvido, mordendo logo em seguida seu lóbulo da orelha.
Naquele momento ele a sentiu relaxar e abrigar ainda mais seu dedo, o dando coragem de juntar um segundo dedo, com um pouco mais de dificuldade. Assim que Beatrice conseguiu acolher os dois dedos em seu ânus, Matteo estocou sua vagina novamente com seu pau, e juntos, começaram a penetra-la. Seu dedo em seu cú e seu pau em sua boceta, o dando um prazer indescritivel em poder possuir sua mulher por completo, os fazendo gritar e gozar juntos.
Depois de mais um assalto de prazer, ficaram abraçados na cama, ouvindo apenas a respiração um do outro sincronizada.
-Eu deveria sentie vergonha... Ela disse. - Mas tudo que consigo sentir é um amor e uma necessidade de repetir tudo isso com você novamente.
- Se tem algo que você nunca deve sentir, é vergonha em se entregar para mim! Ele disse olhando em seus olhos. - Somos um do outro. Sempre. Matteo disse, enquanto sua mão livre tateava a calça que estava jogada ao lado da cama e que continha a caixinha com o anel que ele mesmo havia escolhido e que era de pequenas esmeraldas que formavam uma pequena constelação. - Beatrice, eu nunca imaginei que pudesse amar alguém como amo você! A luz que seus olhos me trazem todos os dias, os sonhos que me fez recordar e a esperança de uma grande e linda família vieram no momento que aceitei que seu amor veio para minha vida. O que mais quero agora é poder ter seus olhos em um pedaço que será tanto meu quanto seu. O que mais quero é ouvir risadas em cada canto dessa casa, ver cada pedacinho de gente que se parece com nós dois e que é amado por nós dois... Eu quero uma vida com você Beatrice, quero uma família grande com você e quero poder ama-la todos os dias da minha vida. Quer casad comigo? Matteo perguntou enquanto abria a caixinha e mostrava o anel que significava tanto para ele. Beatrice arregalou os lindos olhos verdes e levou a mão a boca. Assim que ele viu os olhos dela se encherem de água e sua boca se abrir em uma resposta, ele estava tão concentrado e emocionado que custou entender o que ela havia dito, só entendeu no momento que a viu se levantar da cama apressada e vestir seu vestido.
O "NÃO" dela martelava em sua mente enquanto a via correr descalça porta afora.
Matteo sentia suas mãos suarem tamanho seu nervosismo e ansiedade, ele não conseguia entender o motivo dela ter agido daquela maneira, até alguns minutos atrás eles estavam se amando como se existisse apenas os dois no mundo. Assim que despertou, vestiu sua calça e saiu do seu quarto apressado, ouvindo os passos de Beatrice pela escada, ele caminhou rapidamente pelo corredor na esperança de alcançá-la, os seus olhos assustados e cheios de lágrimas seguinte ao seu pedido tomavam a sua mente. Ele desceu as escadas o mais rápido que conseguiu e a procurou por todos os lugares, inclusive no seu antigo quarto, o frio estava intenso demais e ele não queria acreditar que ela havia saído descalça após ter nevado. Assim que abriu a porta o vento gélido acertou o seu rosto, ele estava usava apenas uma calça de moletom, mas naquele momento isso não fazia diferença pois o frio que o tomava vinha de dentro. Ele precisava encontrar a sua Luce, ele precisava entendê-la!
Após alguns passos, viu Beatrice sentada em um dos bancos do jardim, ela parecia estática enquanto abraçava suas pernas desnudas e seus pés descalços se apoiavam na madeira fria do banco, ao se aproximar ele notou as lágrimas escorrendo pelo seu rosto, que estava vermelho.
- Amore mio. Falou se sentando ao seu lado, ele tinha que fazer um esforço enorme para não tremer tamanho sensação que sentia. - Está frio, vamos entrar. Falou recolhendo uma lágrima solitária que escorria pelo seu rosto, fazendo com que ela recuasse ao seu toque e se levantasse subitamente.
- Por que você está fazendo isso? Questionou entre soluços.
- Amore mio, vamos entrar por favor, não quero que fique doente. Tentou argumentar. - Acho que deveríamos conversar, vamos. Estendeu a mão e sendo ignorado.
- Sobre o que Matteo? Disse alterada. - É tudo muito simples, você me pediu em casamento e eu disse não. Não tem mais nada o que ser dito, tudo isso foi um erro, eu sou um erro.
Aquelas palavras eram como navalhas cortando filetes da pele de Matteo.
- Vo...você não sente o mesmo que eu? Perguntou com a voz trêmula.
- Não se trata do que eu sinto, se trata de que isso entre nós nunca deveria ter acontecido. Falou abaixando o cabeça enquanto secava as lágrimas. - Eu não deveria te amar como eu te amo.
- Mia luce. Disse se aproximando. - Por que me disse não? Matteo nunca havia ficado tão confuso em sua vida.
- Por que? Por que? Questionava com a voz embargada enquanto caminhava de um lado para o outro.
- Por favor Beatrice, fale comigo, eu quero entendê-la. Disse tentando acalmá-la.
- Eu nunca vou ser completa Matteo, eu nunca vou poder te dar o que quer, eu sou quebrada e nada pode me consertar. Gritou o deixando assustado.
- Do que você está falando mia vita?
- UM FILHO MATTEO. Gritou a todos o pulmões com a voz chorosa. - Eu nunca vou poder te dar um filho, eu não posso gerar uma criança, aquele maldito me tirou tudo, tudo! Eu nunca vou poder segurar um filho nos braços, nunca. Disse enquanto se entregava a um choro intenso.
Matteo caminhou rapidamente em sua direção e a abraçou sentindo as suas lágrimas molharem a seu peito desnudo, enquanto acariciava os seus cabelos. Naquele instante sentiu a raiva o dominar e a ânsia por encontrar o maldito que tirou tudo da mulher que ele amava aumentou ainda mais.
- Está tudo bem Luce. Não chore. Disse num sussurro. - Vamos entrar, está muito frio.
Ele pegou sua mão, e ela assentiu tentando conter o choro enquanto tremia de frio. Seu coração doía por vê-la sofrer daquela maneira, ele não se importava pela recusa do seu pedido de casamento, ele só queria tirar toda dor que ela sentia.
Matteo permaneceu em silêncio assim como Beatrice, ao chegarem no andar superior, ela se afastou e caminhou em direção ao quarto de Aurora.
-Beatrice? Disse ao vela se aproximar da porta.
- Por favor, me deixe ficar com Aurora. Pediu com os olhos cheios de lágrimas.
Matteo respeitou o seu desejo caminhando sozinho até seu quarto. Ele sentou sobre a sua cama enquanto tentava digerir tudo que havia acontecido, olhou para a mesa de cabeceira e viu a caixinha com o anel ainda aberta, o cheiro de sexo ainda pairava aquele ar e tudo que ele desejava era terminar aquela noite com sua mulher usando aquele anel que havia escolhido para ela. Se levantando, ele pegou a caixinha e a fechou, sentia um aperto no peito e um nó na garganta. Não julgava Beatrice, ele entendia todas as suas dores e medos, e estava disposto a fazer com que ela entendesse que a amava e que nada que ela fizesse ou dissesse o faria desistir desse amor.
Ele olhou para sua cama e soube que não conseguiria dormir sem ter o corpo de Beatrice ao seu lado, respirou fundo apertando a caixinha aveludada, decidiu descer para o escritório e fazer algo para ocupar a mente. Passando de frente o quarto de Aurora sentiu vontade de abri-lo para ver se Beatrice estava bem, deu alguns passos hesitando, mas tomado pela preocupação voltou até a porta a abrindo com delicadeza, assim que entrou viu que Beatrice dormia abraçada a sua filha e sua expressão era serena assim como a da menina, os seus lábios se curvaram formando leve sorriso. Ele não precisava de mais um filho, Aurora era o suficiente e mesmo que Beatrice não tivesse gerado um filho em seu ventre ela já era a melhor mãe que sua filha poderia ter.
****
- Senhor Moretti? Matteo? Ele ouviu a voz de Leonel ao longe e sentiu o tocar em seu ombro. - Está tudo bem com o senhor?
- Estou bem, trabalhei até tarde. Disse ao perceber que havia adormecido.
- Me assustei ao vê-lo debruçado sobre a mesa. Falou sem graça
- Que horas são? Perguntou ao notar que não estava com seu relógio no pulso
- São quase 9:00hrs senhor.
Matteo se levantou da cadeira e saiu subitamente do escritório, ele havia perdido a oportunidade falar com Beatrice assim que ela acordasse. Não queria pressioná-la, mas desejava que ela entendesse que o seu sentimento por ela ia além de qualquer plano que havia feito. Ela tinha que entender que todos os planos seriam válidos, desde que estivessem juntos.
Matteo não pôde trabalhar naquela manhã, a sua mente não se concentraria. Ligou para Ozan e deu ordens para que ele resolvesse todas pendências daquele dia, ficou a manhã toda no escritório tentando revisar algumas planilhas, mas não obteve sucesso, sua mente estava barulhenta demais. Caminhava de um lado para o outro enquanto olhava para o relógio ansioso para o momento de buscar Aurora e Beatrice. Quando chegou no portão do colégio de Aurora viu que os alunos ainda não haviam sido liberados, seus dedos tamborilavam o volante na espera, logo que o portão abriu desceu para ir ao encontro da filha que veio correndo ao seu encontro como sempre fazia.
- Papai, papai. Disse pulando em seu colo.
- Olá, como foi a aula? Perguntou assim que a olhou no colo.
- Foi legal, aprendi uma nova canção. Posso cantá-la?
- O que acha de fazer isso assim que encontrarmos Beatrice? Sugeriu.
- Sim papai. Ela vai gostar não é mesmo? Disse se ajeitando no banco enquanto ele colocava o cinto de segurança
- Tenho certeza que sim. Agora fique quietinha. Já vamos encontrá-la.
O trânsito não estava a seu favor, parecia que justo naquele dia ele estava mais lento, fazia um esforço gigantesco para não se irritar, a ansiedade fazia com que apertasse firme a direção até os nós dos dedos perderem a cor. Assim que chegou a porta faculdade, Beatrice estava parada segurando firme sua bolsa, o seu rosto tinha o mesmo semblante triste da noite anterior, mas conversava com o maldito professor.
- Papai a Bea, a Bea. Gritou a menina empolgada.
-Espere um pouco Aurora. Ele ordenou a filha enquanto tirava o cinto e descia ao encontro de Beatrice. Era nítido que Lucca dizia algo que prendia sua atenção e Matteo teve que fazer um esforço hercúleo para não socar a cara daquele sujeito pelo simples fato de estar perto da sua mulher. Enquanto caminhava ouviu ela dizer que tinha descartado a proposta, mas não sabia se havia feito certo e o professor disse que não era tarde ainda para voltar atrás. Matteo não entendeu aquilo, pois assim que os alcançou, ambos se calaram e se olharam de uma forma que ele não gostou.
- Amore mio. Disse tentando não demonstrar seu nervosismo enquanto a beijava na cabeça.
- Oi. Disse secamente se desvinciliando dos seus braços. -Lucca, preciso ir.
-Bea, pense bem. O maldito disse enquanto o ignorava por completo.
Matteo acompanhou Beatrice até o carro tentando controlar sua raiva.
- Bea, Bea, eu aprendi uma canção nova hoje. Falou Aurora quase se soltando do cinto
- É mesmo? Disse se virando para trás se esforçando para sorrir. - E qual é?
Aurora começou a cantar uma errando algumas palavras enquanto Beatrice a olhava sorrindo, ele via no rosto dela todo amor que sentia por sua filha e aquele era um dos motivos que fazia com que a amasse cada dia mais. Assim que adentraram o portão da mansão, ele pôde notar a tensão voltar para o rosto de Beatrice, o deixando ainda mais ansioso para falar com ela.
Ao descer do carro, ela pegou Aurora no colo e ele percebeu que teria que adiar a conversa por mais alguns minutos, fazendo com que suas mãos suassem na expectativa.
- Beatrice nós podemos nos falar após o almoço? Perguntou assim que entraram.
- Cat. Gritou Aurora antes que Beatrice pudesse lhe responder ao ver a filha de Ana colocando algumas flores no vaso que havia sobre o aparador da sala, sua filha adorava a companhia de Catarina, antes de Beatrice chegar e ela não se adaptar à nenhuma babá a garota sempre esteve disposta a lhe dar atenção enquanto não estava na escola.
- Oi boneca. Disse a garota com um sorriso.
- Quero descer. Falou Aurora balançando as perninhas.
- Amore mio?! Chamou ao ver que Beatrice não tirava seus olhos da pequena.
- Sim?
- Podemos falar?!
- Matteo acho que tudo que tínhamos para falar já foi dito ontem. Não insista por favor. Falou baixinho para que Aurora e Catarina não ouvissem.
- Catarina você não terá mais aula hoje certo?
- Não senhor Moretti, vou auxiliar a minha mãe se o senhor não se importar. Respondeu tensa.
- Pode levar Aurora para trocar o uniforme.
- Sim senhor, vamos bonequinha. Disse dando a mão para a menina.
- Beatrice está dodói? Questionou.
- Não filha, nós só iremos conversar. Respondeu.
- Vocês estão brigados? Questionou com rostinho fechado.
- Não meu amorzinho, está tudo bem. Disse Beatrice se abaixando e o deixando mais tranquilo. - Vai com a Cat, já me junto a vocês para almoçarmos.
Aurora assentiu com a cabecinha e subiu as escadas junto a Catarina enquanto ele caminhou em direção ao escritório sendo seguido por Beatrice.
-Beatrice só me escuta por favor. Disse assim que fechou a porta
- Matteo por favor... Ela tentou argumentar mas ele a silenciou levando os dedos com delicadeza aos seus lábios
- Shiiii... só me escuta! Beatrice eu preciso que você saiba que o que aconteceu ontem, tudo o que você me disse, nada daquilo muda o que eu sinto por você amore mio, eu te amo e quero você para sempre na minha vida. Disse se aproximando lentamente. - Eu prometo que vou cuidar de todas suas feridas e cuidar para que você nunca mais se machuque, nada no mundo fará com que eu deixe de te amar. Tocou o seu rosto.
- Matteo eu nunca vou ser uma mulher inteira, nunca vou poder te dar a família que você anseia. Disse tentando se afastar do seu toque.
- Eu sinto por ter dito que queria mais filhos, Aurora me basta, você me basta! Não me tire de sua vida mia luce ele disse enquanto tentava controlar o sufocamento que teimava em domina-lo.

Continua...

Notturno - Entre A Luz E A EscuridãoOnde histórias criam vida. Descubra agora