Bolinhos

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Duas semanas haviam se passado. Todos estavam bem, Deidara, se adaptou ao novo emprego e as novas funções. E Obito, feliz por encontrar alguém tão competente quanto.
Algo que incomodava muito o pequeno, mesmo não sendo de sua conta, era o fato do Uchiha trabalhar feito um escravo. Nem precisava daquilo! Mas não ousou se intrometer nas relações de trabalho de seu chefe.

Naruto estava bem, aparentemente. Com os cuidados do irmão se sentia muito melhor. Mas ainda assim precisava dos cuidados profissionais, medicações corretas e tratamentos.
Chegava a ser um pouco estressante essa rotina de cuidados, as vezes Naruto fazia birra igual criança, para não tomar a medicação. E Deidara não era lá um dos caras mais pacientes do mundo. Só parecia!

...

Obito mexia em alguns documentos e assinava outros. Quando Deidara chegou à residência para mais um dia de serviço, ao em vez de ir direto ao quarto de empregada, foi a sala de seu chefe.

– ...Com licença, Sr. Uchiha! Meu uniforme está no quarto? – questionou. Havia o colocado para lavar no dia anterior, antes de ir embora, pois acidentalmente sujou com molho enquanto cozinhava.
Obito olhou de cima a baixo “sua empregada”, estava com um top branco e uma saia de pregas preta.
– Sim, antes de sair... Eu queria falar com você. – voltou com a atenção nos papéis, ignorando um pouco a presença do Uzumaki.

– Claro, Sr. Uchiha... – se aproximou, meio desconfortável, pelo maior estar tão focado nos papéis que fazia parecer que ele era invisível ali. – O que deseja? – indagou com um sorrisinho meigo.

– Preciso. – não tirou a atenção do que estava fazendo – Vou receber visitas, uma reunião! E preciso que faça algo para recepciona-los.

– …Ah claro! Quer que eu faça alguma comida ou algo assim? Eu sei fazer brigadeiro e sorvete muito bem! – disse sugestivo.

– Faça algo, mas não comidinhas de festa infantil. É uma reunião de negócios, coisa básica, entende?
– Ah… Claro senhor! Mas bem... O que exatamente eu poderia fazer? – revelou tamanha confusão.
Obito suspirou e o olhou nos olhos. Deixando o pequeno um pouco intimidado.

– É o seu trabalho, deveria saber o que fazer! – respondeu friamente – Tem um livro de receitas na cozinha, na décima página tem uma folha separada, onde contém algumas receitas básicas, apropriadas para reuniões.

– Ah, ok... Obrigada! Com licença!
Deidara se retirou da sala, suspirando aliviado por se ver livre da tensão dentro daquele escritório. Foi para a cozinha, pegando o livro citado e abrindo na página especificada.
Enfim, ligou o fogão para começar a cozinhar. E acidentalmente queimou a mão na panela quente, enquanto pensava distraído, em seu superior por algum acaso bravo, lhe deu medo só de pensar. mesmo assim continuou a cozinhar. Até arrumou a mesa de um jeitinho que achou que seria o certo. Tudo com base no que aprendeu em filmes.

Obito saiu de sua sala, e foi até a cozinha, saber como ia o andamento das coisas. Foi a primeira vez que Deidara o viu transitando pela casa, e segunda vez o vendo de corpo inteiro.

– Como andam as coisas por aqui? Eles já vão chegar. – referiu-se aos seus convidados.

– Ah…Tudo bem! eu já preparei a comida, senhor. Mas tem um problema!… Eu sem querer me queimei…  – sorriu sem graça, se sentia um desastrado por isso.
– Tem uma caixinha de primeiros socorros ali no armário – apontou – e tem uma no seu quarto também.
– Ok, muito obrigada! – foi até o armário, pegando a caixinha e fazendo um curativo.

O Uchiha aproveitou a distração e deu uma olhada na mesa arrumada. Sorriu pequeno e fechado ao ver.
– Ela leva jeito ‘pra decoração, admito! – pensou.

O maior se pôs na frente de sua maid, que fechava a caixinha de primeiros socorros e guardava:

– Preciso que fique de prontidão caso eu precise de seus serviços. – disse sem emoção alguma na voz – Se eles pedirem algo, você obedece. Entendido?

– Sim, Sr. Uchiha! – assentiu com a cabeça também.

– Ok. – respondeu minimamente e saiu do cômodo. Deixando o loiro sozinho aguardando seus convidados.

Obito largou algumas pastas em cima da mesinha de centro e ligou o notebook ao lado, em uma planilha. Sentou-se em sua poltrona – com uma postura toda autoritária – aguardando seus convidados, melhor dizendo, clientes. Estava totalmente insatisfeito em recebe-los mas era seu trabalho.
Deidara ouviu o som das pastas se chocando contra a madeira da mesinha e foi até a sala verificar se estava tudo bem. Deu uma risadinha nasal e organizou por conta própria as pastas. Até colocou o fio do notebook para carregar, o Uchiha nem se quer havia notado a bateria fraca.

– Não quer tomar nada antes deles chegarem? Uma água, ou... Um suco?
– Não, obrigado!

Deidara assentiu e se sentou no sofá ao lado, com as pernas cruzadas, uma por cima da outra. Obito, sem querer pousou seu olhar nas coxas de sua maid, acabou ficando hipnotizado por suas pernas serem bem fartas e o cós do vestido estar meio levantado, revelando a pontinha do shortinho branco, que fazia parte do uniforme maid. O empresário parou de fita-lo quando o mesmo percebeu e ajeitou as pernas e a roupa, ficando envergonhado, sem saber aonde enfiar a cara.

Não demorou até os convidados, clientes, de Obito chegarem. Deidara quem os atendeu e notou a feição de desaprovação do Uchiha quanto as visitas. Estava escrito em sua testa que ele não queria recebê-las, muito menos executar a reunião.

Todos se acomodaram na sala. E dentre as pessoas, Konan estava lá.
– Dara! Sirva uma bebida! – pediu o Uchiha.

Ele assentiu, e antes de sair, Konan lhe lançou uma piscadinha e fez joinha discretamente, para lhe dizer que estava arrasando no papel de “Dara”.
O pequeno retornou com algumas taças de vinho, servindo aos convidados de seu chefe.

– Se não quiserem, eu posso trazer outra coisa! – se sentia inseguro em relação as preferências daquela gente tão mau encarada, de acordo com o próprio. Sentia medo de errar e ser julgado.

– Por mim está bom, e vocês? – Obito questionou aos demais, que concordaram consigo.

Com os serviços dispensados, por ora, Deidara ficou de canto na sala. A reunião se deu por início, e eles discutiram bastante. Obito sempre com a mesma expressão séria e fria, segurando sua taça de vinho, da qual deu apenas dois goles desde que foi servida. Deidara o achou bem atraente nessa postura em que se encontrava.

Mas durante os debates sobre isso e aquilo, alguns dos clientes, convidados, de seu chefe não paravam de o fitar. Nem eram olhares discretos, o que incomodava o pequeno por ter uma atenção tão forte, e desconhecida sobre si.

Ao fim da reunião, todos dialogavam, exceto Obito. Kakashi se aproximou disfarçadamente do Uchiha e questionou num quase sussurro:
– Que mal lhe pergunte, Obito. Mas, sua empregada, é solteira?

– Se o Sr. Uchiha autorizar, já podem ir para a cozinha. – disse a pequena figura loira. Interrompendo o diálogo dos demais. Nem se quer ouviu o que foi dito a seu respeito.

Obito olhou para o pequeno, e olhou para Kakashi, respondendo o grisalho no mesmo tom:

– Não sei, eu não faço esse tipo de pergunta aos meus funcionários. – respondeu seco e se levantou. – Dara, acompanhe-os até a cozinha, eu vou logo depois.

– Ok, Senhor! – assentiu ao pedido, direcionando os convidados até a cozinha. Onde todos se serviram. – precisam de algo?

– É... – Sasori tentou lhe chamar, mas não lembrava o nome.

– Dara! Meu nome é, Dara!

Sasori sorriu fechado.

– Eu, queria conversar com você. A sós!

– Ah, certo! – Deidara assentiu. Mesmo sendo estranho um pedido como esse, tinha a frase de seu chefe em mente “Se eles pedirem algo, você obedece.”

– Sabe um local mais reservado, para a nossa conversa? – indagou Sasori.
– Eu acho que, no meu quarto. Vou te mostrar aonde é.

O Uzumaki guiou o de cabelos ruivos até seu quarto. Os demais que estavam na cozinha ficaram confusos em relação a isso, mas não questionaram nada. Já no quarto do loirinho:

– Bem... O que quer conversar? – indagou o pequeno.

– Queria... Saber mais de você!

– Como assim?

Sasori foi até ele e pegou uma mecha de sua franja, enrolando com a ponta dos dedos.

– Te achei linda! Queria saber mais sobre uma pessoa tão... Perfeita como você! – disse, tentando ser seduzente.

– …Só se afaste… – começou a ficar desconfortável. Afastou os dedos de Sasori de seu cabelo.

– Não precisa ficar assim, eu só quero conversar com você!

– Hum...  – semicerrou os olhos, guiando os para o lado.

– Solteira?

– Sim...

– Wow! Tão bonita, e ainda só? É um desperdício isso!

Deidara mordeu o lábio inferior, a situação estava tomando um rumo nada legal.

– Olha, só para avisar, eu sei muito bem diferenciar elogios de assédio. Então não ouse tentar comigo!
Sasori suspirou e ergueu os braços em rendição.

– Ok, ok. Você venceu! Não irei dizer mais nada.

O pequeno se mostrava calmo, sabia que Sasori jamais faria algo estando na residência do Uchiha e na companhia de outras pessoas.
Antes que pudessem dizer mais quais quer coisa, Obito entrou no quarto sem avisos prévios:

– Dara, eu preciso de seus serviços na lavanderia. – disse, olhando disfarçadamente para Sasori com um semblante sério.

– Ok. Com licença! – saiu, indo até a lavanderia prestar os devidos serviços.

Nesse meio tempo, Obito dispensou seus convidados, já era fim de tarde, faltavam exatos dez minutos para Deidara sair. Estava terminando de limpar a lavanderia, quando seu chefe adentrou no local. Parou, escorado na porta de entrada, esperando o Uzumaki notar sua presença. Estava tão lindinho distraído!

– Ahn? O que 'tá fazendo ai? – Questionou envergonhado, não sabia a quanto tempo o mesmo estava ali lhe olhando.

O maior descruzou os braços e ficou em posição normal.

– Só queria falar algo, antes de ir para casa. – se aproximou.

– Ah pode falar! – depositou toda a sua atenção ao superior.

– Perdão pelo Sasori, ele foi um inconveniente! Nem sei como me desculpar direito... – coçou levemente a nuca.

– Tudo bem, não foi nada!
O Uchiha sorriu minimamente fechado e assentiu as palavras de bem estar de “Dara”.

O Uzumaki terminou de organizar as coisas, trocou de roupa e partiu para casa. Estava tão cansadinho que adormeceu assim que deitou na cama.

(...)

Somente tempos depois que o Uzumaki voltou a ver Obito no escritório da casa. Era, na verdade, bem difícil ele usar daquela sala. Passava mais tempo no escritório da empresa.

– Sr. Uchiha. Eu... Posso entrar? – apareceu de mansinho na porta do escritório, segurando uma pequena bandeja de alumínio com uma xícara e um pratinho, com alguma coisa que havia feito na cozinha.

O maior assentiu com a cabeça, como sempre, não tirava a atenção de seus “preciosos” papéis.

Deidara entrou, indo até a mesa no final da sala. Colocou a xícara sobre a mesa e logo o pratinho com algumas bolinhas coloridas espetadas por um palito.

O maior franziu o cenho, não havia pedido nada.

– Er... Eu sei que não me pediu nada. Mas, o Senhor não saiu ‘pra almoçar, então eu fiz isso... São dangos! Eu gosto bastante, acredito que vá gostar também. – brincava com os dedos em nervosismo.

Obito não fez questão da coisa, nem se quer parou para olhar direito. Por que tão frio, Uchiha? Deidara achou melhor se retirar, antes que entrasse em surtos devido ao tamanho nervosismo que ficava quando batia de frente com Obito.

O mesmo tentou manter sua concentração no que estava fazendo, mas todo aquele papo de comida e que “acredito que vá gostar também” acabou despertando sua curiosidade. Então se deu por vencido e largou os benditos papéis que tanto lhe prendiam a atenção. Retirou as luvas para melhor pegar a xícara. Ao encarar o conteúdo, não era bem o café do qual estava acostumado a beber, e sim, chá verde.

Olhou curioso para o pratinho, com os tais dangos, pareciam comidas de desenho animado de tão diferentes que eram. Obito chegou a se perguntar se sua empregada estava tentando lhe pregar uma peça. Mas o cheiro que exalava era tão bom que decidiu experimentar. Pegou um dos espetinhos e mordeu o primeiro bolinho de cor rosa, era extremamente delicioso. Quando menos percebeu já havia comido todos sem deixar uma migalha sequer.

Deidara sorriu bobo ao ir buscar a louça para lavar e ver que alguém gostou de seus bolinhos!

...

História sendo escrita por mim e meu momozin 💛

Vulgo Deidei da minha vida real!

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Maid -TobideiOnde histórias criam vida. Descubra agora