SAKURA
Estava a cinco minutos tentando arrumar a peruca castanha em minha cabeça, a vida de esconder meu cabelo de verdade acabava comigo, mas precisava disso, precisava de um emprego, ser aceita na sociedade, então por que não para de pintar o cabelo, Sakura? Vocês perguntam, e a resposta é simples: Não quero.
Faz parte de mim agora, o cabelo colorido é quem sou, quando chego tarde da noite, essa sou eu e é isso o que importa.
Finalmente consegui encaixar a maldita cabeleira, hoje irei a mais uma entrevista de emprego, em uma empresa de grande renome na cidade — talvez no país — e com um CEO pra lá de conhecido. Se conseguir esse emprego poderei manter a kitnet que moro no subúrbio, vou conseguir economizar bastante e terei dinheiro para voltar para casa. Minhas economias já estão no fim, então não posso falhar.
Fitei o relógio barato na parede, já estava quase ficando atrasada, ainda teria que pegar o metrô, um ônibus e andar um pedaço, pensando melhor estou atrasada.
— Merda! — resmunguei alto.
Maldito nervosismo que me atrapalhou a colocar a bendita peruca.
Peguei minha bolsa e sai correndo o máximo que podia, apesar de estar de saltos e uma saia executiva, já estava acostumada a isso, essa era uma grande habilidade de ser mulher, duvido que um homem consiga, quero dizer... duvido que algum machista consiga, é fácil diminuir uma mulher quando seu pau e cérebro são pequenos.
Após pegar um metrô lotado, um ônibus sem lugar vago e andar alguns minutos, havia chegado na porta do prédio onde seria minha entrevista.
O arranha-céu era inteiro de uma empresa, e pelo que vi andando um pouco pelo saguão, parecia ter muitas empresas terceirizadas, que alguma me contrate e que não seja para lavar privadas! Nenhum preconceito, já fiz muito isso, mas o salário não ajudaria para o que preciso.
Peguei o elevador e fui até o andar que a recepcionista havia indicado, caralho, que lugar alto, quantos andares, fácil se perder nesse lugar.
No andar que desci era outra recepção, mas diferente do saguão, essa só não estava completamente vazia, pois tinha uma mulher atrás de uma mesa, a sala tinha um formato redondo, com algumas portas nela, e seguindo reto assim que saísse do elevador, uma porta grande e preta, parecia ser uma sala importante.
— Oi, bom dia, eu vim para a entrevista. — expliquei com um sorriso gentil, assim que cheguei a moça atrás da mesa grande.
— Ah, oi, bom dia, você pode se sentar, já vão chamá-la. — falou de forma gentil retribuindo meu sorriso.
Me sentei como pediu, o sofá era tão macio, melhor que minha cama.
Esperei por alguns minutinhos, nenhum outro candidato apareceu, aquilo foi bizarro, não sabia se estava em vantagem ou desvantagem, aquela sensação era horrível.
O telefone da recepção tocou e logo foi atendido, a mulher cochichou algumas coisas e logo se dirigiu a mim, falando que podia entrar na porta grande. Agradeci e segui. Segurei a maçaneta, uma onda de ansiedade passou pelo meu corpo, tenho que parecer o mais convincente e competente possível.
Abri a porta, senti meu coração acelerar, inferno de ansiedade. Quase fiquei cega pela claridade que vinha da janela, a parede inteira era coberta por vidro, a imagem da cidade deveria ser um espetáculo dalí.
Meus olhos pousaram no homem em pé atrás da mesa, ele estava sozinho na sala enorme, era desnecessário uma sala daquele tamanho para um homem só.
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A genética não é rosa
RomanceDesesperada em busca de dinheiro, Sakura aceita um trabalho infernal como secretária do CEO Sasuke Uchiha, mas ela não imaginava que dentro desse emprego ganharia a oportunidade de um emprego bem melhor, barriga de aluguel. Alerta gatilhos: Assédio...