Capítulo 8 - Sakura

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SAKURA

Era finalmente sexta-feira, a felicidade mal cabia em mim e torcia para não trabalhar sábado, só preciso de um fim de semana em casa, dormir um dia inteiro e o outro também.

Adoro meu chefe e as coisas que faço, mas puta que pariu! Estava esgotada, meu corpo, principalmente meus pés não aguentavam mais aquela rotina cansativa. Bracinho ficava na sala dele sentado o tempo inteiro naquela cadeira macia e confortável, porém eu corria todo o prédio resolvendo problemas para ele.

Será cedo para pedir férias?

Nos últimos dias, eu e Sasuke nos aproximamos muito, aos poucos me sentia confortável com ele de formas que nunca senti antes, era tão bom ter um amigo, fazia muito tempo que não tinha noção do que era isso. Ele, por outro lado, tem Naruto e a ruiva bonita que veio visitar ele ontem, ela é baixa, no entanto, o que não tem de altura, tem de linda e gostosa, senti uma pontada de inveja.

De canto de olho observei o CEO, sentado no carona mexendo no celular provavelmente resolvendo algum problema, afinal era o que nós dois sabíamos fazer, mesmo eles diminuindo diariamente pareciam não ter fim.

Estava dirigindo para algum restaurante, não sabíamos aonde iríamos comer, nossa única certeza era que faríamos juntos, acabou se tornando uma rotina para nós dois o almoço. A vaga lembrança do dia que ele me convidou pela primeira vez passou pela minha mente.

"Hoje não."

Hoje não? O que ele quis dizer com isso, nem reparei fitar seu rosto, furiosa. Só percebi quando notei o sinal amarelo mudar para vermelho, pisei no freio e senti meu corpo ser jogado para frente enquanto o cinto pressionava a região. Merda! Olhei Sasuke e agradeci pelos air-bag não terem acionado, o celular já não estava em sua mão e sua expressão de susto me fitava.

— Sakura, está tudo bem? — falou cuidadoso.

—Hoje não? — repeti suas palavras o fitando furiosa — Você não iria me comprar roupas novas aquele dia?

— Por causa disso quase nos matou? — perguntou erguendo uma sobrancelha.

— Me responde, Bracinho! Não foge do assunto.

Por uns segundos ele me analisou, parecia estar observando dentro da minha alma, porém nada daquilo me afetava, pois, estava nervosa e era nítido no meu olhar.

— Sim, algum problema? — falou com a cara mais cínica que tinha.

— Todos? Você não pode ficar comprando roupas pra mim.

O encarei furiosa, enquanto ele tinha uma expressão tranquila como se não estivesse fazendo nada de errado, eu poderia bater nele, nesse exato momento, falso e mentiroso!

— Na verdade, posso sim, posso te demitir também se quiser.

Senti meu coração gelar, a calma em seu rosto me fazia questionar se era real ou não, ele não podia fazer isso... pensando bem, podia sim. Merda! Mas aquilo não podia ser verdade, ele precisava de mim e sabia disso, ambos sabíamos. Eu de dinheiro e ele dos meus serviços, querendo ou não, estava colocando muitas coisas em ordem.

Olhei fundo nos seus olhos, teria que testar.

— Está blefando.

— Não, não estou. — disse sem expressão.

— Então eu me demito.

Estou levando isso a sério demais, mas nada melhor que pegar um mentiroso em sua própria mentira. O único problema é que isso pode me foder.

A genética não é rosaOnde histórias criam vida. Descubra agora