A genética não é rosa

Capítulo 4 - Sakura

SAKURA

Já havia passado mais de uma semana desde que fui ao bar naquela sexta-feira.

Na semana seguinte àquela, nós fomos ao bar diariamente, no início desta semana também e hoje, quarta-feira, iremos de novo. Sei que preciso economizar, por isso calculei, tomar um drink ou cerveja por dia, degustar devagar, assim duraria mais e poderia beber tranquilamente.

Não era regra ir todo dia, porém eles pareciam animados e queriam fofocar todo dia. Estava amando aquilo, mesmo que precisasse usar peruca, me sentia inclusa.

Sentei na cama, a porra do despertador não tocava por nada, peguei meu celular e olhei as horas. Puta merda! Estava terrivelmente atrasada, num pulo levantei e corri para o banheiro.

Já vestida me encarei no espelho, minha peruca! Preciso colocar, mas estou fodidamente atrasada, não vai ter como colocar agora. Joguei a cabeleira e outras coisas na bolsa.

Corri o mais rápido que podia, o metrô estava vazio, mesmo tendo lugar para sentar, não conseguia, a ansiedade martelava meu coração, batia frequentemente o pé no chão.

Quando desci na minha estação, corri o mais rápido que aguentei, meu ônibus estava quase saindo do ponto, por pouco não me enfiei na frente dele para parar, bendito seja esse motorista que parou para essa desesperada. Dentro dele outro desespero, não era os passageiros que sempre via, ele estava cheio, todavia não como estava acostumada.

Merda, eu estou muito fodida, Sasuke vai me matar por chegar tão tarde, só desejo que ele esteja dando conta de tudo.

Após correr o caminho até o prédio, tinha finalmente chegado, corri saguão adentro, ele estaria vazio se não fosse pelos seguranças, estranhamente eles vieram correndo em minha direção, pedindo para esperar, mas pararam quando passei na catraca com o crachá. Eles se olharam sem entender.

Ok, essa foi a reação mais estranha que já tiveram, sempre me cumprimentavam gentilmente, eles gostavam de mim e eu deles.

A subida no elevador era tortuosa, a única coisa na minha cabeça era: quantos vai ser descontado no meu salário? Porra, isso não poderia acontecer, significaria fazer hora extra para repor, estou tão cansada para fazê-las, Sasuke poderia ser bonzinho comigo, faço tudo o que pede e não reclamo.

Sou uma boa funcionária, um atraso não pode ser motivo da minha demissão, né? Ou pode? Merda.

Quando o elevador abriu, corri reto na direção da porta do CEO, abrir e o vi sentado na cadeira, reclinado nela com a mão no queixo, olhando alguns papéis na mesa.

— Desculpa! Desculpa chegar atrasada, por favor não desconte do meu salário, vim o mais rápido que consegui. — implorei enquanto tentava tomar fôlego.

Com a cara mais cínica possível, ele me olhou, apenas levantou uma sobrancelha.

— Por que descontar o seu salário, se você chegou... — ele fez uma pausa e olhou seu relógio de pulso — Uma hora e meia adiantada? Suponho que deveria te dar hora extra, não? — seu cenho continuava erguido em dúvida.

Olhei meu celular, ele estava certo, havia chegado uma hora e meia adiantada, merda, como pude ter confundido o horário assim? Ri da minha cara, aquilo era sacanagem, quando desliguei o celular no ônibus, achava ser alguém me ligando, era apenas meu alarme e nem me dei conta.

Respirei fundo, o tempo que perdi vindo para o trabalho poderia estar dormindo, seria um longo dia, irei fazer muito café, se não vou dormir em pé.