3- Submundo

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Após a escuridão, a luz parece uma ofensa aos olhos me obrigando a piscar diversas vezes até abtuar-me a claridade. Arrumo as mechas de cabelos longos caidos sobre o rosto e vejo a névoa negra dar lugar as pedras escuras sob meus pés. Estávamos no submundo e além, no palácio do Deus de temperamento complicado.

Ele grita atrás da porta escura na minha frente, aquele uivo no céu tempestuoso significa a ira do Deus assola a pobre alma que cometeu a loucura de inrrita-lo. Situação comum, já que suas ideias e concepções valorizam um unico ser, ele mesmo.

Anagã, com sua genialidade e esperteza construiu um dos maiores imperios do submundo perdendo apenas para os diplomatas deuses gregos que enriquecem e ganham admiradores e fans a partir de suas histórias heroicas de deuses e semi deuses, são uns fantasiosos.

Nossa terra vermelha foi manchada pelos estrangeiros que invadiram e construiram seus recomeços trazendo consigo seus deuses e crenças arruinando nossa reputação e apagando os vestigios da nossa existencia da cultura dos mortais. situação que Anagã utilizou a persuasão e manipulação como arma e principalmente o segredo, afinal o que não é visto não é lembrado e qual a melhor forma de sucumbir ao desespero se não sabe quem lhe ataca.

Mara como um movimento de mãos abre a porta dando uma visão do salão de pedras negras e cortinhas roxas. Entro no vasto espaço sabendo que Anagã não é de muitos amigos e nesse momento, está furioso.

- Lucion, morto! - Ele grita para um homem alto, musculoso com cabelos longos e loiros que se encontra no centro da sala - Você sabe o que isso causará?

Os tons de aureas dos dois homens mituravam-se entre tons de cinza e preto, exibindo a complicação da situação que afeta suas emoções e ações.

As nuvens no teto do salão de coloração negra agitavam-se como em noites de tempestades a cada pico de emoções do Deus Anagã, Raios e trovões eram ouvidos e atingiam as paredes do espaço enquanto os criados iam e vinham agitados com a situação aterrorizante.

- Meu Mestre - Mara chama a sua atenção confusa com a situação tanto quanto eu, mas logo um serviçal aproxima-se e lhe informa em sussurros.

O homem negro sentado no trono vermelho com magníficas asas de pedras cravejadas de diamante pretos me olhou, percebendo a minha presença seus olhos verdes foram para vermelho fogo.

- Morgana - ele citou as sílabas do meu nome com cautela, saboreando as letras com um ódio que fez o chão tremer e as nuvens negras no teto do salão soltam um rojam de raios espalhado um claridade incomoda por alguns segundos. - Enfim vossa excelência deu o ar de sua graça.

- Chamou mestre? - inclino a cabeça em sinal de reverência ao homem sentado no trono imponente.

Mara me olha fria assim que se posiciona no seu lugar de prestigio ao lado direito do homem enfurecido. Um outro trono menor sem asas mas com a mesma beleza do maior, digna da rainha do submundo.

-Eu deveria arrancar seus membros e dar aos cães!- Anagã faz o seu comprimento formal.

- Acho que eles não vão gostar do sabor do hidratante de lavanda. - esnobou o perigo.

Eu clamo pela minha liberdade a décadas e por teimosia ou por gostar do meu desespero ele nega, e como não sou uma serva em potencial faço questão de leva-lo ao extremo de sua impaciência.

Ele estica a mão em minha direção e a fecha devagar, sinto a força do seu braço aperta meu pescoço. Ele apenas com o poder da mente consegue me levar ao sufoco até perder o ar.

Uma senhora baixa, de rosto redondo, sem um dos olhos meio corcunda de face enrugada mostrando a sua idade avançada aproxima devagar do meu agressor lhe avisado algo num diálogo baixo e silêncio entre eles que o faz parar e rever suas idéias.

- Depois eu resolvo com você menina insolente.

Retorna a sua atenção para o jovem a sua frente como seus olhos mudando para vermelhos por poucos segundos o encara como se desejasse arrancar sua cabeça afora como os próprios punhos.

- Ajoelhe! - Anagã ordena ao jovem ao meu lado que obedece.

Não conheci o jovem de cabelos longos imediatamente, apenas quando vi o medalhão de uma estrela de oito pontas que identifiquei quem era, Adress, filho de Anagã. Os únicos que podiam carregar o colar feito de Ródio maciço eram os Deuses e seus descendentes, e esse Deus que abaixa a cabeça perante Anagã não é muito conhecido.

A existência de Adress era quase um mito, nunca foi visto por ninguém dentro ou fora do Palácio. Existiam boatos que o filho do imortal mais temido era, diferente, por esse motivo era mantido isolado por seu pai.

Outra mulher com as feições semelhantes a da senhora aparece, essa no entanto é jovem com seus cabelos longos e negros formando uma franja reta no rosto e o resto da cabelo arrastava até o chão, em seu rosto apenas cicatrizes onde deveria ser seus olhos. Ela caminha em direção ao jovem loiro e encosta seu dedo indicador da mão direita nele.

- Então, diga!- Ele grita, trovões ressoam no céu vermelho fora do espaço. Sua irritação afetava todo submundo - ele cometeu esse ato, Adress humilhou nosso mundo e nosso reino assassinado Lucion.

- Meu senhor, não tema a resposta virá.— a idosa tenta uma palavra de conforto.

Ao meu lado uma menina pequena de olhos brancos aparece, ela era diferente de qualquer ser que eu já havia visto no submundo, sua pele era clara como seus cabelos brancos e liso que descia até o chão com uma franja reta cobrindo parcialmente seu rosto.

A pequena sorria para mim satisfeita, aparentemente feliz mesmo com suas características incomuns destacadas pelo vestido preto com alguns detalhes em azuis na barra.

- Oi! - fala com uma voz doce de criança . - você é bonita.- complementa mexendo no vestido demonstrando timidez.

-Posso te contar uma coisa.- a menina fala pegando minha mão e puxando para si me obrigando a abaixar na sua altura - venha deixa eu te contar- agarra meu rosto com as duas mãos. - você tem um poder especial muito raro- a sua voz começa a mudar de tom, ficando grave e alta.

Minha pele começa queimar com o toque da garota que agora estava longe de ser uma criança, se em algum momento eu duvidei da existência de demônios, agora eu tenho certeza.

— Não precisa disfarçado seu medo, posso ver a sua áurea.— Ela ri.

"Através da minha áurea, como posso ter áurea se não tenho alma"

Depois de um bom tempo aprendi que o submundo não é o inferno, é apenas o espaço temporal onde todos devem passar para chegar ao destino, se tiver sorte caminhará pelos campos floridos e atravessará o rio da vida e terá seu destino, se não, sua alma fica presa no rio que correrá até o além, onde nos chamamos de inferno.

— Por quê o medo Morgana, não vou te machucar... — a criatura feminina extremamente magra com rosto infantil cheia de dentes afiados em sua boca e garras pontudas em seus longos dedos diz.

— Eu esperava um cachorrinho. Poodle seria mais bonitinho. — puxo minha mão de volta segurando como por refelxo próximo ao peito sentido a pele arder.

A coisa solta um grito fino. Quase um uivo de lobo.
Basta!

MORGANAOnde histórias criam vida. Descubra agora