4- Memórias

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— Basta sua Besta!— diz Anagã —  preciso que faça o serviço, por que a demora?

— Eu a sinto, mas não absorvo— responde a forma sobrenatural ao meu lado — ela me bloqueia de alguma forma. — encerra olhando para suas mão longas  agora avermelhadas e com bolhas, estava queimada.

Percebendo o quanto a criatura está abalada sinto uma leve alteração nos meus batimentos cardíaco.

— Como você não conseguiu absorve o poder de uma simples serva, Demônio!— a forma anormal agora volta a ser a criança exótica choramingando enquanto olha para as mãos.

— Até  hoje absorvi todo tipo de ser, desde almas humanas até bestas sorrateiras que sobrevivem entre os mundos e nenhuma trouxe nenhum trabalho a mim— ela volta-se para mim— o que é você?

— Só mais uma — Diz Mara— a idade está lhe deixando fraca.

— Pretendia sugar os meus poderes — olho para a menina diabólica e depois para o homem moreno sentado no trono vermelho. — se queria me matar, devia ter avisado, tinha comprado um vinho para comemorar.

A aberração, se tivesse sorte, teria sugado a minha energia vital assim como eu faço com as minhas vítimas quando me alimento.

— Como faz? — pergunta o jovem loiro virando-se para mim. — Diga, o que é  necessário para você ver os meus atos?

— Então é isso, você apenas precisa ser lido. — um incômodo toma conta de mim trazendo irritabilidade — esse show é  apenas para me tomar os poderes, precisou de um Demônio para isso? — aponto para a criança — por quê você simplesmente não pediu?

Ele aproxima ficando tão próximo que posso sentir sua respiração sopra meu rosto.

— Eu não peço — sussurra Adress.

— Bom, não! —  ele segura meus braços e aperta.

— Morgana— Anagã fala ao longe— Um Deus morreu, e eu lhe garanto que sua morte foi longe de ser natural.

Os Deuses ao contrário do que todos pensão também morrem, o caminho de sua vida que é difente, pois um Deus vive seus milenios de anos e muitos podem ser tão antigos quanto a humanidade vivendo entre os vivos ou longe dos mesmo.

A morte de um Deus é como uma arvore que joga suas sementes antes da sua morte. No periodo de ouro de um deus o seu sucessor nasce em meio aos humanos ou até mesmo do proprio Deus como seu filho. o jovem então subirá ao trono portando todos os seus poderes e por fim o antigo Deus terá seu descanso.

Mas quando um Deus é morto, arrancado de sua posição no mundo seus descendentes conectados por uma ligação inesplicavel também morrem.

- Eu estou sendo acusado de matar meu tutor, menina -Adress solta meu braço-  diga-me que fiz isso e deixe-me receber a minha punição.

- A morte- diz Mara em pé proxima ao seu trono- este homem a sua frente Morgana está sendo acusado de ter matado Lucion, o Deus responsavel pelo véu do nosso mundo, sem o sucessor de Lucion o véu irá cair.

O véu, a fina camada que divide o visivel do invisivel, do natural ao sobrenatural  do mundo humano ao nosso. Sem essa parte invisvel da vida, tudo se mistura e destruiria o mundo como conhecemos.

- Eu mandei caça-la por toda a america do sul, porque vc é a unica que pode descobri o que de fato aconteceu nessa tarde.

O Deus de olhos claros e pele escura mantem seus olhos no loiro que ainda encontra-se próximo a mim.

- Descubra o que ouve.- Adress sussura para mim— por favor?

Olho fixamente para os olhos azuis do homem loiro a minha frente. Sua feição séria e respiração forte amedronta porém não deixo de pensar o porquê da morte de Lucion, quem seria tão burro de matar um Deus tão importante para manter a segurança dos mundos ou se a pessoa que o fez deseja que venha a nós o caus que essa morte trás.

MORGANAOnde histórias criam vida. Descubra agora