5- Promessas

8 2 0
                                    

O olha triste de Adress não negava o seu desespero mesmo impondo sua expressão séria.

- Ele sabia que algo está errado, e sabe quem está causando tudo isso. Foi por saber o nome que ele morreu. No fim ele sabia demais...

- Você acha que quem está libertando os sobrenaturais é possivelmente o assassino de Lucion. - ele olha para a árvore centenária.

- Sim...  Você consegui sair, é uma fugitiva. - Ele processede com um tom furioso ainda olhando para o lado. - Como uma humana patética conseguiu sair do radar de Anagã por tanto tempo. - ele olha para mim- com certeza teve ajuda de alguém.

Por mais que eu não estivéssemos ali em forma física pude sentir um arrepio percorrer meu corpo. E óbvio que ele, mesmo contendo suas emoções iria procurar alguém para culpar mesmo sendo absurdamente impossível.

- Calma aí, eu apenas sai. Não matei ninguém e não sei quem me libertou.- Falo observando seu olhar mudar de cor, para um azul resplandecente por alguns segundos.

- Deixaram algum recado? — o interrogatório continua— alguma informação que possa vir a ser útil? —  a insistência me pareceu desnecessária, porém me fez lembrar de um pequeno papel que estava no bolso só meu vestido quando fugi, uma frase que até agora considerava insignificante.— tem? — A pergunta vem como um grito.

- Um aviso. — pauso um pouco vendo os olhos do loiro voltarem ao seu tom natural.— "No momento certo você deverá voltar".

Adress continuam com seu olhar fixo nos meus olhos com sua feição sem expressões.

- foi por isso que você retornou?

- Não, ou eu vinha ou seu pai me matava, aliás ele quase conseguiu.

— me pareceu falso. Tudo armado.

— Se você acredita nessa hipótese, está  bem, mas séria muita loucura crer que o Deus do Submundo iria se prestar ao trabalho de armar uma sena com o único intuito de me fazer levar você a ver a morte de seu tutor sendo eu uma suposta assasina. — bufo inrritada— seu desejo de acusar qualquer um está  tão latente que não consegue raciocinar direito. — viro-me em direção a floresta dença que nos rodeia ouvindo o silêncio tomar de conta do espaço sem cheiro.

Se aquele lugar fosse real, eu poderia sentir o cheiro de terra molhada e das plantas nativas, talvez o som dos animais quebraria o denso silêncio que pairava no ar como um castigo para nós.

- Se vc não sabe — ele começa — vou precisar de você.

Respiro fundo, eu realmente queria está em uma floresta verdadeira, retorno minha atenção para ele desejando que a conversa terminasse ou pelo menos o nosso tempo em sua mente, o clima estava muito pesado. — E por quê eu faria algo por você?

- por quê posso te fazer voltar a ser humana, poderá viver uma vida feliz e comum. — as palavras de Adress surgiram como uma bomba de esperança que assustaram mais do que alegraram a mim. — Não é  isso que você quer?

Depois de quase dois séculos de existência ouvir a palavra vida, como ela deveria ser é de fato assustador.

- Como você pode fazer isso? — pergunto descrente desse oportunidade boa demais para ser verdadeira.

- Apenas eu posso fazer isso, Posso tirar e dar a vida a qualquer ser vivo. Sou o filho do Deus do Submundo com o dom de dar vida a qualquer ser já morto no mundo e também no submundo. — ele dá  um leve sorriso —Para Anagã, sou uma praga para os negócios da família, a ovelha negra.

Adress,  por ser filho de um Deus nasceu com um dom como qualquer ser vivo mortal ou imortal. A diferença do ser humano para os sobrenaturais é  que os humanos não conseguem desenvolver suas habilidades já que a maioria as conhece enquanto, nós a despertamos assim que morremos, ou como eles dizem, renascemos.

- Garante a minha vida mortal de volta? — quantas vezes citei essa frase em vão, reformula essas palavras depois de eu ter desistido de voltar a minha vida humana pareceu no mínimo estranho.

- Sim, poderá casar e ter filhos como deveria ter feito. Em vez de ter se vendido para Anagã em troca de qualquer bobagem.

— Eu deveria me ofender? Sua opinião não  tem muita importância. — dou de ombros— é  apenas um Deus.

— Você não tem amor a vida— ele retruca.

— Se eu tivesse, não teria me vendido — ponho a mão no queixo — foi pelo quê mesmo, dinheiro não, fama em 1800 — solto um sorriso sarcástico — talvez juventude eterna. Não, são muitas possibilidades, já sei, tudo junto em um belo e grande pacote de embrulho chamado não é da sua conta.

Adress enrrigece a mandibular, talvez por desejar a minha morte naquele momento e não puder, se ele causasse a minha morte ele seria para toda a eternidade um vegetal, pois ficaria perdido dentro do seu próprio subconsciente.

Ele remove um anel de seu dedo anelar e joga para mim dexando-me confusa com a atitude do Deus.

- poderá me chamar em qualquer lugar do mundo, basta girar 3 vezes e sussurar meu nome na pedra. Virei imediatamente. — olho para o objeto em ouro maciço com uma pedra vermelha em sua ponta e retorno a atenção a ele.

— Eu vou cumprir com minha palavra, me ajude e você poderá ser livre. —  sua respiração cansada avisa que nosso tempo está acabando então deslizo o anel encaixando em meu dedo- certo.

- Vamos? — ele dá pigarro forçando a garganta.

- Vamos. - aproximo e lhe beijo.

MORGANAOnde histórias criam vida. Descubra agora