6- Esfera

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O vento com cheiro de terra molhada sopra no meu rosto avisando que estamos de volta. Abro devagar os olhos sentido o toque de Adress.Aos poucos afasto meus lábios dos seus mantendo a indiferença ao seu toque delicado.

Por um segundo ainda pensei "Eu beijei esse homem" pior foi pensar que gostei, que desejei mais que isso. Pensamentos invasivos que me fizeram lembrar de Miacelly. Ela com certeza falaria isso sem pudor e até mais.

- E então? - Anagã pergunta com sua voz grave sentado em seu trono como seus olhos claros fixo em nós.

Olho para o casal mais imponente do sub mundo e retorno a minha atenção ao loiro.

- O que irá acontecer agora que você sabe, não ser o assasino de Lucion- pergunto  em um sussuro supondo que isso pode trazer vantagens já que Adress deseja encontrar o assasino do seu amado tutor. - Já que é um fato que foi um assassinato e que vc também foi dopado para dormir enquanto ele morria.

- O que falas ? - Anagã levanta-se e vem a nós em instantes. - Explique a nós, Morgana. - ele continua com o tom frio e erguendo sua cabeça ao citar meu nome

- Adress podia salva-lo quando ele tomou o veneno- volto a atenção ao Deus moreno indiferente a sua tentativa de imponência sobre de mim.- e o assassino sabia disso, que ele poderia dar sua vida devolta, e por isso,lhe dopou, pela situação que vi, em um copo havia sonífero e no outro o Veneno que se misturou ao chá.

- Sabia do poder? Impossível- Anagã volta ao trono. - posso contar nos dedos quem sabia até hoje das habilidades de meu filho.- ele abre os braços mostrando o salão cheio de empregados curiosos e alguns conversando discretamente.

- Quero encontra-lo.- Adress interrompe. - Quero matar o causador sa morte de Lucion e horrar a sua memória colocando a cabeça do animal para as picanhas do Grande Rio.

Bufo com as falas do loiro, é típico de homens matar em nome da honra e da justiça, pensar apenas no ato para saciar o ego é mais fácil que medir as consequências dos seus atos.

- Alguma objeção, Morgana.- Mara chama a atenção para mim.

- Vai resolver alguma coisa, ele continuará morto e o véu ainda irá cair.- questiono os fatos que são previsíveis.

- infelizmente não temos nada há fazer- diz Mara. - ela demonstra uma satisfação na face. Para ela, a Rainha das Ceifeiras, um mundo coberto de aberrações, criaturas místicas e almas vagando por todo o mundo sem nada para impedir ou aprisionar deve ser o caótico perfeito, para não falar prazeroso, quantos irão se jogar aos seus pés aclamando e pedindo proteção.

- Sim, temos. É quase irrelevante.- Anagã levanta-se do trono.- mas sim, podemos evitar que o véu caia.

- Como? - Adress questiona.

O Deus desce os degraus próximos ao seu trono e caminha em direção ao vazio no lado esquerdo do salão.

Com a mão fechada e com os dedos indicador e polegar extendidos ele movimentar sua mão em um círculo vertical formando uma leve ventania que logo tornasse uma tempestade e consequentemente um furacão forte que movimenta-se nas extremidades do salão.

Anagã abre os braços e puxa a força da natureza para próximo a ele, aos poucos o furacão roda dentro do próprio eixo abrindo algo no chão.

- O que está fazendo querido- Mara pergunta.

Anagã ignora observando as pedras do piso voarem pelo espaço como se tivessem sendo arremessadas.

- Eu não vou ficar para ver o que vai acontecer. - o Demônio de cabelos longos e brancos fala vendo os servos serem arremessados e morrerem a medida que o furacão ganha força.

Ela cruza os braços e fala algo em um dialeto que desconheço que faz assas deformadas aparecem em suas costas, corre para a janela e jogasse.

- Que inveja - sussurro a ver ela desaparecer - mas não deixa de ser covardia. - desvio de algo que parecia ser a senhora com apenas um olho. Baixo fincado meus dedos nas pedras sob meus pés que estão rachados na tentativa de ficar firme no chão.

Anagã fecha os braço e a ventania some, restando no lugar uma cratera que extendesse por quase todos o salão. Ele movimenta suas mãos abertas de baixo para cima fazendo uma bola cintilante no tom azul subir do buraco.

- Um Deus morto vai para o Campo dos Elísio, descansar em sua vida eterna. No entanto, se sua ausência causar o caus no mundo mortal- ele pega a bola enorme em sua mãos a fazendo brilhar mais - Lete pode julgar necessário o seu retorno se for dado algo em troca.

- Então, pode ser evitado a queda? - pergunto admirando a esfera azul brilhante com meu cabelo cobrindo parte do meu rosto.

- Sim.

- Lucion pode voltar a vida? - Adress pergunta demonstrando satisfação e alívio pela novidade.

- Sim, no entanto deve ser feito o quanto antes. Daqui a sete dias Lucion passará pelo julgamento e atravessará as águas de Lete. Se isso acontecer não haverá retorno.

- Um Deus por uma alma? - Mara questiona a mesma pergunta que me faço.

- Não, um Deus por uma relíquia, cada submundo a algo tão importante e único quanto a própria morte.

- Como o último segundo de vida, quando é dado o último suspiro e tudo se desfaz - uma onda de lembranças vem a mente, a morte não me assusta por eu fazer parte dela, mas por eu ter lhe visto fazer seu trabalho por diversas vezes- é tão importante e único, que chega a ser uma obra de arte.

- Poucos veem a morte como uma arte, um fato inevitável sim, mas arte jamais.- Falou Mara.

- Por quê será...- Anagã observa a loira e depois retorna a sua atenção a mim. - me surpreenderia se não pensasse assim. A morte é muito amiga das bruxas.

- Como faremos para conseguir trazer Lucion- Adress interrompe a conversa filosófica.

- Bem, cada submundo há um objeto de grande valor- ele olha admirando a esfera- todos os objetos juntos formam uma relíquia valiosíssima e de grande poder. - Mara levantasse e aprimora-se de Anagã pegando a bola cintilante- Nada mais justo que trocar uma relíquia tão importante por um Deus tão precioso.

- O que essa alma tem de tão importante que as outras não tem?- Mara pergunta.

- Amor. - sou surpreendida com a palavra- Esse homem veio a minha procura para pedir a salvação de seu filho- ele toma a bola para si- a criança de pouco mais de dois anos ia morrer em poucas horas assolado pela gripe espanhola. Ele pediu para dar ao seu filho os anos que ele ainda tinha para viver e assim eu fiz, em menos de duas horas sua alma veio, e ele simplesmente agradeceu por ver seu filho sorrir saudável antes de cair morto no chão.

- O amor de um pai pelo seu filho, pode ser tão poderoso assim para ser considerado uma relíquia? - Mara menosprezar.

- O amor de uma alma pela outra, nunca será só amor, será uma conexão tão valiosa que pode ser inquebrável e durar além das vidas.

- Como podemos conseguir essas almas? - pergunto.

- Nem todas a joias do Submundo são almas, cada submundo tem seu objetivo de grande valor para forma a Relíquia, cabe a vocês conseguirem todas elas. Isso é, se quiserem Lucion de volta. - Anagã joga a bola para Adress que a pega no ar.

- quantas? - O loiro pergunta.

- Seis continentes, seis submundos, seis relíquias. Aconselho terem pressa, o tempo é nosso inimigo agora.

Adress segura meu braço puxando-me para próximo dele sem deixa espaço para contestar.

- vou trazer-lo de volta. — uma luz forte acende de algum lugar que desconheço irritando meus olho obrigando-me a fecha-los

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⏰ Última atualização: Oct 22, 2023 ⏰

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