CAPÍTULO DEZ

12 1 0
                                    

LOUIS

Ravaryn - Sexta-feira - Três horas da tarde e cinquenta e oito horas.

Estou jogado em minha cama conversando com meus amigos sobre a vida nesse dia chuvoso aqui em Ravaryn.

O outono aqui em Ravaryn está começando a dar as caras, ainda continua fazendo um calor bom e algumas chuvas isoladas. Aqui na região do castelo ainda não tinha caído nenhuma chuva, até hoje. Não tem trovões e muito menos risco de alagamento, até porque não é mais tempo disso. Está com somente alguns pingos mais grossos, com isso a cidade continua trabalhando normalmente.

Mas hoje eu tinha trabalhos fora do castelo, e como minha mãe e a equipe de saúde ficaram com medo de acabar tendo um resfriado se ficar debaixo de respingos, eu concordei seriamente com eles. Posso pegar um resfriado por conta de pequenas gotas e morrer. Quem vai comandar o reino? Fui dando corda até eles me liberarem e me deixarem de folga, pelo menos até agora eles estão cumprindo.

- Como vai o seu relacionamento com a Clara? -pergunto para o mais novo que está sentado no chão mexendo em seu celular.

- Terminamos. Não estava dando mais certo. -Thomas responde, aparentemente triste. Nunca namorei, mas quando um relacionamento de 3 anos acaba, a pessoa não deve ficar normal como se nada tivesse acontecido, deve ser um sentimento estranho e ruim. Espero nunca ter que passar por isso.

- Ele chorou igual um bebê ontem. -Micael se manifesta, comendo algum tipo de biscoito em cima da minha cama.

Se minha mãe ou Alexia chegarem aqui, elas vão xingar tanto ele.

- Eu e a Clara estávamos a mais de três anos juntos, não é algo que acontece todos os dias, eu ainda estou tentando entender o que está acontecendo.

- Mas por que realmente vocês terminaram?

- Eu realmente não sei, Micael. Ela estava estranha esses últimos meses, se distanciando aos poucos de mim e no início desta semana ela veio falar que estava tudo acabado entre a gente.

- Não fica assim cara, vai achar uma mulher que fará de você um novo homem, ou você pode entrar para o clube dos solteiros junto de mim e do Micael! -eu e o menino ao meu lado rimos.

- Por enquanto queria que vocês ficassem calados. Talvez a Clara peça para a gente se reconciliar e voltar a namorar.

- Você não percebeu até agora que você tem um par de chifres na sua cabeça? Você foi corno meu amigo, me desculpe ter que ser eu te dizer isto. Ela não vai querer voltar para você e se você fizer isso eu vou socar sua cara até ficar com ela deformada. -Micael diz após jogar o pacote vazio em algum canto qualquer do quarto e eu bufo.

- O que te leva a pensar isso Micael? Ela nunca fez nada que me desse indícios que ela estaria me traindo.

- Talvez ela ficava pouco com você, ia bastante para as baladas com as amigas, ficava no meio de vários meninos, tinha uma amizade linda com o ex dela... -Micael diz sendo irônico e Thomas suspira triste.

O irmão deve ter falado tanto na cabeça dele, que o mesmo já deve estar se conformando que foi traído. O que ele quer, ele consegue.

- Conseguiu falar com a menina que queria no baile? -Thomas mudou de assunto.

- Sim, não tive nem tempo de agradecer vocês. Obrigado.

- Rolou algo a mais ou você só fez aquilo para ter uma amiga? -Micael pergunta.

- No baile não rolou nada, mas quase rolou um beijo quando estávamos na laje da biblioteca, mas minha mãe e minhas irmãs atrapalharam o momento. Ela é bem legal, a conversa entre nós flui, sabe? Dentro das minhas possibilidades quero tentar fazer isso mais vezes.

O BaileOnde histórias criam vida. Descubra agora