capitulo 4

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—Mas esse plano é uma loucura!—Digo sabendo do que Nicolai é capaz.
—Vocês não o conhecem. Ele matou meu irmão. Ele me sequestrou, estou presa há meses. E ninguém conseguiu me encontrar. Acham que meu pai não tem meios para isso? Mesmo assim nunca me encontraram. Agora ele disse que vamos casar. Eu o odeio! E ele me quer como sua mulher. Tenho náuseas só de pensar nisso.—Argumento sabendo que isso é loucura. Tentar fugir. Hã, elas acham que já não tentei? Sempre foi um fiasco. E ainda tive que aturar Nicolai me humilhando deixando-me sem comer por dias. Eu era gorda. Pesava setenta e cinco quilos, com um metro e cinquenta e sete. Já devo ter perdido uns dez quilos desde que estou trancada aqui.

—Nadja, eu sei que está com medo. Mas Thomas é nossa última esperança. Você vai conseguir. Ele vai te deixar sozinha em algum momento e você vai fugir. Nossas vidas dependem de você. Lana está gravida e eu... Também.—Ela afaga o ventre, ainda liso. Sem nenhuma aparência de haver um bebe ali.

—Luisa! Mas você não me disse nada.—Elas se abraçam e eu fico ali assistindo como mera espectadora da cumplicidade delas.—Venha Nadja, se junte ao nosso abraço, você não só ganhou duas irmãs, como também dois sobrinhos.

—Ou sobrinhas...—Luisa diz afagando a barriga novamente.

—Ou um sobrinho e uma sobrinha.—Digo. E estou realmente feliz em saber disso. Pena que nossa situação seja tão ruim. Mas vendo que não ha outra opção ...—Eu topo. Vamos seguir o plano de Luisa.

No dia seguinte um dos seguranças de Nicolai vem até nosso quarto.
Dormimos as três na cama. Depois de ficarmos conversando por horas madrugada a dentro.E acordamos juntas.

—O senhor Nicolai, disse que amanhã vem pegar você para o casamento. Pediu que use essas coisas e esse vestido. —Ele joga algumas sacolas sobre o sofá. E sai. Outro segurança entra com o café da manhã. Ao menos nesses últimos dias não tenho passado fome.

—Venham precisamos nos alimentar. Se queremos fugir precisamos estar bem alimentadas. Por nós e por nossos bebês.—Luisa diz pegando uma maçã. —Venha Nadja coma, Lana coma. Temos que ser práticas. Andrew me ensinou a ficar calma, o nervosismo não nos deixa pensar direito.

Depois ela vai até as sacolas. E começa a remexer em tudo.

—O que tem ai?—Pergunto também olhando o conteúdo das sacolas. Esmalte, cremes de cabelo, shampoo, perfume, laminas de barbear. E outros produtos de beleza. Tem um vestido, adornos para o cabelo e um sapato.—Esse cara é louco. Se ele pensa que vou me fantasiar para ele está muito enganado.

—Você vai. Essa é a sua chance. A nossa chance! —Luisa gesticula apontando para cada uma.—Depois de comermos vamos usar todas essas coisas.
E amanhã vamos te deixar bem bonita.

—Isso não vai dar certo. Eu já falei noite passada. Já tentei fugir inúmeras vezes. Sempre me pegam.

—Mas desta vez será diferente.

Luisa é uma pessoa bem confiante, eu posso sentir. Lana é mais calada. Porém não deixava de ser forte.

Durante o dia elas me contaram suas histórias. Eu chorei muito com Lana, com todo seu sofrimento. E isso me deu mais coragem para que nosso plano fosse cumprido.

Pintei as unhas, me depilei, e no dia seguinte fiz tudo o que o segurança mandou. Me vesti, me perfumei, usei maquiagem.

E Nicolai finalmente apareceu.

—Uau! Isso que é produção! Essa noite vai valer a pena.—Ele deposita um beijo em meu rosto. Fico enjoada, mas consigo disfarçar.

Ele me leva, mas antes de sairmos minhas irmãs, vem me abraçar.Luisa fala baixinho.

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