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A claridade da segunda-feira entrou sorrateira pela fresta da janela aberta, soprando friamente o casal descoberto na cama, adormecidos em um sono profundo e cansado. Louis acordou primeiro, sentindo um arrepio desconfortável tocar seu pé descoberto e então, para o encorajar a levantar-se, um choro baixo vindo da babá eletrônica. Com preguiça, sentou-se no colchão, esticou os braços e bocejou, calçou as pantufas e saiu da cama, coçando os olhos ainda com sono.

Entrou devagar no pequeno quarto de sua garotinha, vendo-a em pé e se segurando nas barras de madeira do berço. Assim que notou a presença do adulto, esticou os bracinhos e fez um bico enorme, caindo sentada enquanto repetia "papai" diversas vezes.

— Bom dia, meu pacotinho — a pega sorrindo. Hope para de chorar na hora e deita a cabecinha no ombro do pai, fungando baixinho. — Eu to aqui, amor.

— Leite! — põe a mãozinha no queixo dele.

— Está com fome, passarinho? Voc... Nossa, Hope, que cheiro horrível! — faz careta. — Vamos trocar você e depois eu faço o café da manhã da primeira, tudo bem?

Alex surge na cozinha quando o marido está colocando ovos na mesa, beija várias vezes a bochecha da filha em sua cadeirinha e diz um baixo "bom dia". O clima entre o casal não era dos melhores, estavam brigando há dias já, dormindo sem mal se tocarem e saindo de casa sem uma conversa decente.

Louis não ia jogar a culpa em nenhum dos dois, sabia o quanto a esposa estava extremamente sobrecarregada com o trabalho, ainda tinha o pai enchendo o saco com assuntos desnecessários; suas aulas na faculdade também o mantinham estressado, já era final do curso e os trabalhos e provas só ajudavam no cansaço e correria.

Alex odiava descontar o nervosismo nele, mas às vezes acabava sendo um pouco inevitável. As discussões quando ambos chegavam do trabalho não melhoravam em nada o péssimo humor, mas se mantinham "bem" por Hope. Zayn, Fizzy e até mesmo Liam ajudavam muito, mesmo que Louis dissesse que não era obrigação deles. Não tinha como discutir com o padrinho de sua filha, ele sabia ser muito teimoso quando queria — o que Tomlinson agradecia muito, no fundo.

— Zayn disse que pode ficar com ela hoje à noite. Passo pra buscá-la quando sair da palestra — puxa assunto.

— Tudo bem. Vou ter uma reunião com os estilistas e apresentação do projeto de verão. Podemos voltar a falar sobre a escolinha, mas... hã... acho que vou chegar tarde demais hoje.

— Emma pode ficar até Zayn chegar?

Antes que a resposta viesse, a campainha toca. Louis vai receber a melhor amiga de sua esposa e a cumprimenta com um abraço.

— Emma Stone, você não me disse que arranjou um sugar daddy tão milionário assim! Estou triste por ser o último a saber da fofoca.

— Alessa, sua linguaruda! — joga um pedaço de morango na outra. Pega Hope no colo assim que a escuta falar "titia" e bater palminhas. — Oi, coisinha linda e babona. Não se empolgue, Tomlinson, apenas fomos jantar.

— Em Veneza! Após ele chamar o jatinho particular! E te dar um colar que custa o triplo do meu apartamento e órgãos corporais!

— Ah, cale a boca — revira os olhos. — Não é nada, aposto que amanhã mesmo ele estará atrás de outra jovem ingênua.

— Pede pra ele se interessar por mim — coloca a xícara na pia e ouve a risada dela. — Estou indo pra aula. Você pode ficar até Zayn vir buscá-la? Acho que ele deve aparecer lá pelas cinco.

— Sem problemas, Tommo. Eu e a babona aqui vamos nos divertir horrores até lá. Certo, Hope? — a criança apenas bate palminhas.

— Não duvido — ri fraquinho. Deixa um beijo na testa da filha e lança um olhar demorado para Alex. — Tchau, garotas! — e sai de casa.

Comatose - Larry StylinsonOnde histórias criam vida. Descubra agora