• o n z e •

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– Mamãe, o meu sapato!

— Debaixo do sofá, querida.

— Jake, para de babar no Blue — corre até o irmão e tira a pelúcia dele, que ri a bate palminhas. — Babão — rola os olhinhos e deixa um beijinho em sua bochecha.

— Hope, pegou a sua mochila? — Harry sai procurando a chave do carro.

— Sim. Eu mesma arrumei ela! — sorri orgulhosa.

— Muito bem, amor — faz carinho em seu cabelo. — Alex, você deixa as crianças no Zayn? Meu plantão começa hoje e não vou conseguir sair do hospital.

— Tudo bem. Não se esqueça que amanhã eu tenho o projeto de inverno! Preciso que fique com eles à noite.

— Okay, acho que consigo sair depois das oito.

— Jake! — Hope grita e atrai a atenção dos adultos. O bebê serelepe se agarrou em uma camiseta de Harry e subiu no sofá sozinho, mas caiu no último minuto no tapete felpudo, fazendo bico e ficando com os olhos molhados.

— Tudo bem, mocinho, tudo bem — Harry o pega e dá várias batidinhas em seu bumbum.

— Cabeça — aponta pra ela.

— Não, botãozinho, você não bateu a cabeça.

— Criança dengosa — Alex ri. — Vamos, Hope — pega Jake de Harry e a bolsa dele na ilha da cozinha.

— Tchau, gente.

— Tchau, papai — o bebê acena.

— Tchau, papai — a garotinha repete.

Alex paralisa no meio do caminho e Harry abre bem os olhos. Os dois se olham mas não conseguem dizer nada; nem a corrigir ou esclarecer a pequena confusão. Sem reação, Alex segura a mão dela e saem do apartamento.

Dois anos já que moravam ali; dois anos que viviam juntos e fazendo tudo juntos; dois anos que Hope vê Harry a criar e fazer tudo o que um pai faz; um ano que ouve Jake o chamar de papai e então resolveu fazer igual.

Quatro anos que Hope não falava com o pai.

Alex tentou não deixar aquilo atrapalhar seus pensamentos do dia, mas foi meio impossível não lembrar do quanto soou natural a palavra vindo dela. Fizzy e Zayn ainda a levavam para ver Louis, agora não com tanta frequência, mas falavam dele sempre e mostravam vídeos dos dois. Infelizmente, isso não amenizava o fato de ser Styles a figura que tinha todos os dias, o tempo tempo, fazendo tudo por ela.

A surpresa quando a ouviu o chamando assim foi por ter sido real, pois Harry já amava aquela criança muito antes de Jake nascer. Cuidava dela, levava e buscava, brincava e a fazia dormir quando tinha pesadelos; sentia-se pai dela. Mas não era, e sabia disso.

Contou aos amigos o que tinha acontecido, não se surpreendendo por eles não estarem chocados, até eles imaginaram que aquilo aconteceria mais cedo ou mais tarde, mas não era mais reconfortante. Tirou alguns minutos e foi visitar Louis, o que fazia nos últimos quatro anos, mesmo após Zayn ter o expulsado aquela vez, era simplesmente mais forte que ele.

Levava Jake também quando Hope ia o ver, o menino passou a chamá-lo de tio por se familiarizar com a palavra, mas ouvia a irmã dizer "pai". Era curioso a forma como Styles apenas sentava e despejava o que quisesse, contando que Louis estivesse escutando. Ele esperava que as coisas não fossem tão desastrosas se ele acordasse.

...

— Dragão! — Zayn abre os braços e Hope o abraça.

— Tio, tio, tio! — Jake estende os bracinhos em sua direção.

Comatose - Larry StylinsonOnde histórias criam vida. Descubra agora