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Em Conflito - Capítulo 9 - capítulo 9

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Yue chegava de moto com Hikaru a mansão, depois de mais uma noite de trabalho. Realmente tinha ido trabalhar depois do casamento assim como os amigos e agora depois de um breve descanso dirigiu-se a mansão para cumprir a promessa feita a Takafumi.

Quando chegou foi permitido que entrasse imediatamente encontrando inesperadamente a família Minase, ou a maior parte dela pelo menos, tomando café o único que não estava a mesa era exatamente aquele que Yue queria ver.
- Bom Dia. - Disse Yue.
- Bom dia. Respondeu Hajime contrariado. O resto da família também o cumprimentou, todos surpresos pela presença do menino ali. Pela atitude de ontem e por tudo que ele havia passado eles imaginavam que ele não se aproximaria nunca mais daquela mansão.
- Onde está Takafumi? - perguntou seco e direto.
- Ontem ele teve sua própria comemoração particular e solitária, encheu a cara até cair. - Disse Toshio rindo recebendo um olhar de advertência da mãe. - Está praticamente em coma alcoólico lá no quarto.
- Não posso dizer que não tenha esperado por isso. Com licença, por favor, vou acordá-lo. - Disse Yue.
O menor pediu ajuda a uma das empregadas que encontrou no caminho e então subiu até o quarto de Takafumi esperando na porta a empregada voltar trazendo o que lhe foi pedido. Yue sabia qual era o quarto do outro afinal já esteve ali antes, guardava péssimas lembranças sobre aquele quarto mais por hora não podia ficar se prendendo ao passado.
Abrindo a porta com calma ele sequer olhou para os lados, foi direto a cama vendo Takafumi espalhado na cama, de sapato e tudo e em um sono pesado. Com um sentimento de alegria que ele nunca pensou que teria naquele lugar Yue pegou um balde com ágüe que havia pedido a empregada e derramou seu conteúdo sem dó sobre Takafumi que acordou em um pulo quase caindo da cama.
- Mas o que é isso? - Gritou o maior pelo susto.
- Está na hora de acordar vagabundo. O seu filho não vai sustentar-se sozinho.
- O que? - Ergueu os olhos Takafumi deparando-se com Yue em pé a sua frente com um sorriso debochado. Takafumi não precisou de muito tempo para se dar conta do que tinha acontecido ali ao ver o menino com um balde na mão e junto de toda raiva perante a situação veio a constatação do poderoso desejo que o olhar brilhante de Yue despertava.
- 8º regra do contrato feito com o seu pai para eu me casar com Você. - Disse Yue vendo o misto de raiva e desejo no olhar de Takafumi. - Você terá que trabalhar para ajudar no sustento do filho. Não vou aceitar que o homem que se diz pai do meu filho seja um vagabundo para o resto da vida.
Takafumi podia entender o ódio de Yue. Ele mesmo se sentia um idiota pelo que tinha feito o menino passar, por isso deixou passar em branco muitas das humilhações que Yue o tinha feito passar porém aquilo já era demais e se ele estava pensando que agüentaria e aceitaria ser humilhado dentro de sua própria casa por seu próprio marido estava muito enganado.
Em uma ação tão rápida que surpreendeu Yue, Takafumi se ergueu puxando o menor e o derrubando de costas sobre a cama molhada, deitando-se por cima dele o beijando com fome só parando o beijo quando notou que o menino estava com o corpo rígido e imóvel.
- Realmente deve ser muito divertido para você abusar de alguém mais fraco. - Disse Yue assim que teve a boca desocupada, contudo ainda estava tenso com o corpo do outro em cima do seu.
- Yue eu...
- Saiba que se você tentar alguma coisa eu vou gritar, toda sua família ao contrário daquele dia está em casa agora e se você ousar repetir os atos de violência de alguns meses atrás, se você ousar me tocar novamente sem a minha permissão o nosso casamento acaba agora.
- Como?
- - 2º regra do contrato. Você não pode tocar em mim sem minha permissão ou o casamento será desfeito e ninguém da família poderá ver meu filho.
- Mas que merda é essa? - Perguntou Takafumi exaltado e atordoado saindo imediatamente de cima de Yue que rapidamente se levantou da cama.
- Eu te falei ontem do contrato depois de casamento lembra? Parece que você preferiu encher a cara a procurar saber do que se tratava então seja homem agora para ir falar com seu pai e perguntar o que discutimos, já gastei bastante do meu tempo aqui. Vou te esperar lá embaixo e vamos discutir seriamente como homens, não como crianças, se esse casamento vai ter ou não prosseguimento. - Disse Yue saindo do quarto deixando um abalado Takafumi para trás.
Ao ficar só Takafumi pegou a primeira coisa que viu e tacou na parede, seguido de várias outras coisas até enfim se acalmar e ir tomar banho para enfim fazer o que devia ter sido feito ontem, que era ver do que se tratava aquele contrato. Se Yue queria guerra para ele tudo bem, seguiria conforme o jogo, mas no final quem sairia vitorioso seria ele.
- Nossa! Parece que a coisa foi boa lá em cima. - Disse Toshio quando Yue desceu as escadas.
- O que está fazendo aqui ainda? Será que todos os membros da família Minase são vagabundos? - Disse Yue com veneno seguindo o outro até a sala onde ambos sentaram um de frente para o outro.
Toshio não era homem que caia facilmente em uma provocação apenas se dignou a gargalhar antes de responder.
- Sou o vice-presidente das empresas Minase, posso fazer meu próprio horário e para falar a verdade só estava esperando para ver se não ia rolar um barraco lá em cima. Você meu querido e venenoso cunhado desceu ileso mas pelos barulhos que escutei lá em cima provavelmente o quarto do meu irmãozinho está sendo destruído.
- Provavelmente. - Disse Yue indiferente.
- Prejuízo para nós. - Disse Hajime chegando a sala junto a mulher, ambos sentando-se. Road já tinha ido para a escola.
- Mas então... Porque você veio sozinho hoje, é bem estranho um daqueles seus "amigos" não estarem aqui com você.
- Meus "amigos", - falou Yue no mesmo tom cínico de Takafumi. - Trabalharam praticamente a noite inteira, eles também merecem descansar.
- ah! Então eles são seus empregados. O anjo loiro também não é? Acho que vou a passar a pedir mais pizza daqui para frente. - Disse Toshio que também estava a par dos negócios de Yue. Na verdade nada que acontecia ali naquela casa era segredo de Toshio. Nada.
Yue sorriu. Tinha notado o interesse de Toshio por Hikaru, no entanto não estava muito preocupado, Hikaru apesar de pequeno e lindo não tinha nada de inocente e definitivamente sabia se cuidar, fora que como ele mesmo havia dito estava gostando de brincar com Toshio Minase. Eles tinham muito em comum.
- Sim, só não garanto que será Hikaru a entregar.
- Vamos fazer um acordo? Você me dá o numero do anjo loiro e eu peço pizza toda noite durante 3 meses.
Yue riu porem não teve chances de responder, pois um Takafumi irritado descia as escadas já gritando por seu pai. Akane nervosa pela cara feia do marido foi até o filho o levando até a sala.
- Eu quero saber que contrato é esse que você concordou em assinar. - Já foi dizendo assim que chegou a sala e Yue ficou até surpreso quando Hikaru jogou uma blusa e um casaco para ele. Ele tinha até esquecido que estava um pouco molhado e sobre o olhar atento de todo se trocou ali mesmo, contudo não foi questionado.
- Você também assinou. - Disse Hajime estendendo uns papeis a Takafumi. - Se prestasse atenção ao que eu falo saberia do que se trata.
Takafumi pegou o papel arregalando mais e mais os olhos conforme lia o documento.
- Vocês só podem estar de brincadeira.
- Não! Estou falando muito sério e como você pode ver o seu nome está assinado aí também então é tarde demais para você questionar os termos ou não aceita-los, portanto, vamos ao que interessa. Quero que você trabalhe na pizzaria comigo.
- Mas...
- Espere Yue. O Takafumi vai trabalhar junto comigo. - Disse Hajime interrompendo o filho, afinal aquele contrato serviria a seus propósitos também. Fazer Takafumi trabalhar poderia lhe beneficiar. Se o filho se dedicasse ao emprego para agradar ao marido talvez um dia pudesse vir a ser tornar o presidente no lugar de Toshio e Hajime tinha certeza que o filho caçula ele podia controlar, ao contrário do filho mais velho. - Você disse que ele tinha que trabalhar, mas não especificou aonde então...
- Você tem razão, mas se Takafumi for trabalhar com você eu não vou morar aqui.
- O que? Mas nós combinamos fora do contrato que mesmo com aquela cláusula que você poderia morar aonde quisesse enquanto não dava a luz que você moraria aqui.
Hajime tinha armado para pelo menos o menino morar ali afinal o ditado já dizia: Mantenha seus amigos perto e seus inimigos mais ainda.
- Verdade, mas lembra que eu falei que tinha uma condição que te falava depois? Bem, é essa. Quero que Takafumi trabalhe junto comigo por um tempo. Depois ele pode ir para empresa se preferir, no entanto antes eu tenho que ter certeza que ele vai trabalhar de verdade. Caso você ou ele não me aceitem vou ficar na casa do Akira. - Disse Yue propositalmente sabendo a reação que teria com essas palavras.
- Não foi isso que combi...
Hajime foi impedido de continuar por um Takafumi ciumento.
- Tudo bem, eu aceito. Apesar de não saber fazer nada eu posso aprender. - Disse Takafumi. Ele nem precisa pensar, não deixaria Yue com Akira, aquele homem era seu rival e inimigo declarado e deixar Yue morar com ele seria entregar o menino de badeja aos braços do inimigo.
- ótimo. - Falou Yue com um sorriso satisfeito no rosto. Se for assim amanhã mesmo me mudarei para cá. Pode ser Akane?
- Claro. - respondeu a mulher ainda surpresa por toda aquela loucura enquanto Hajime permanecia sério pensando que seus planos não estavam de todo arruinados.
- O expediente hoje começa as 12:00 horas, não se atrase. Passar bem. - Disse o menino saindo. Sendo seguido discretamente por Toshio.
- E então? Vai me dar o numero do anjo loiro?
- Ele está mais para demônio se você quer saber - disse Yue não acreditando na insistência do outro, realmente os irmãos não eram parecidos somente na aparência.
- Eu pude perceber isso. - Murmurou Toshio sorrindo.
- Você deve ser masoquista, mas mesmo assim eu não vou te dar o numero dele, contudo se você quer tanto assim falar com ele apareça lá na pizzaria.
Toshio concordou sorrindo e parou de seguir o menino que já estava no portão da casa.
- Você quer uma carona?
- Não obrigada. - Respondeu Yue seguindo seu caminho. Voltando para casa. Tinha que preparar as coisas para a mudança assim como para o primeiro dia de Trabalho de Takafumi. Quanto a Toshio, Yue só tinha falado aquilo porque Hikaru permitiu, ele também tinha ficado interessado no irmão mais velho de Takafumi. Hikaru gostava de brincar e Toshio havia se mostrado exatamente o tipo que ele mais gostava então deixaria o menino fazer o que quisesse, porém torcendo para que Hikaru moderasse seu envolvimento e atos com Toshio afinal Yue não confiava em nenhum homem com o sobrenome Minase e não queria ver seu amigo machucado.
Takafumi deixou Yue partir. Não fez sequer menção de impedi-lo afinal mais tarde estaria com ele e a partir de amanhã eles morariam sobre o mesmo teto. Ele ainda estava digerindo aquelas regras absurdas, depois de seu pai ter entregado o contrato para ele. Algumas delas podia aceitar como não trair Yue, não tinha essa intenção mesmo já que só desejava o menino mas a pior de todas era não poder tocá-lo mas Takafumi tinha esperança que com o tempo e a convivência conseguisse reverter aquela situação assim como encarar seus próprios sentimentos e descobrir o que sentia por Yue. A partir de agora ele teria muito tempo para isso, pelo menos era isso que ele achava.
- Mãe mande arrumar a casa da piscina. Eu e Yue vamos morar lá.
- Tem certeza Takafumi? - perguntou a mãe surpresa, apesar de a casa pertencer ao terreno da mansão a casa da piscina era uma parte separada destinadas a hospedes e Yue e Takafumi estariam longe dos olhos dos outros membros da família Minase.
-Sim precisamos ter nossa privacidade. - Disse Takafumi olhando diretamente para o pai.
Hjime bufou por mais uma vez ter seus planos estragados. Morar na casa da piscina não seria a mesma coisa que morar debaixo de seu teto e complicaria um pouco as coisas. Seria difícil ficar de olho em seu filho e seu Genro assim como Takafumi não trabalhar na empresa seria um obstáculo para ele fazer do filho do meio o próximo presidente das empresas Minase, mas o pior de tudo e o que mais preocupava Hajime no momento era a convivência de Yue e Takafumi, sozinhos na casa da piscina. Ele temia que o menino viesse a mudar de idéia em relação ao filho. Para as coisas darem certo para ele Yue tinha que continuar odiando Takafumi ou suas duas saídas para continuar a mandar na empresa depois que viesse a se aposentar estariam ameaçadas. Se Yue desse uma chance a Takafumi ele perderei seu filho e seu neto em uma só tacada. Definitivamente ele não podia permitir isso.

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