JEALOUS - Zion Kuwonu

capítulo trinta e nove

Cherry

Já se passou uma semana desde o valentine's day e eu e o Zion permanecemos sem contato. As únicas notícias que tenho dele, eu leio "sem querer" pelo twitter. Às vezes ele fica nos trends topics e eu dou uma olhadinha.
Essa semana foi meio corrida pra mim. Foram tantas descobertas e surpresas. A minha barriga já estava um pouco maior do que nos primeiros dias que eu descobri. Eu não consigo dizer se é um sonho ou um pesadelo.

ESTOU GRÁVIDA!! Desespero ou alegria?

Em todos os lugares com espelhos, eu tinha que parar para observar se meu disfarce estava dando certo. Eu não queria que as pessoas descobrissem, mesmo eu usando um moletom quente no calor de Los Angeles.
E justamente hoje, eu tenho uma missão. Vou ir buscar algumas das minhas peças de roupa que estão no quarto do Zion.

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Zion

O Austin tinha acabado de sair do quarto. Ele mandou avisar que a Cherry vinha buscar as roupas dela que estão aqui no meu quarto.

Nada me incomodou mais do que saber que ela mantém contato com os meus amigos e simplesmente me bloqueou de todas as redes sociais.
"Um relacionamento onde as duas pessoas são orgulhosas nunca poderia funcionar". A minha mãe sempre me dizia isso e eu achava que nunca ia servir para mim. Eu sinto falta dela, mas, talvez eu ache que nosso namoro já não exista mais.

E lá estava eu, arrumando as roupas numa mochila que ela esqueceu da última vez. O motivo do término foi tão mal resolvido, que até hoje ainda me pego olhando as fotos dela que eu tenho penduradas na parede do meu quarto.
"Eu S2 Zion" Li o que estava escrito na blusa da Cherry em uma das fotos. Sorri sem mostrar os dentes e arranquei a foto. Joguei todas aquelas coisas dentro de uma gaveta e fechei.

Alguém bateu na porta...

- Tá aberta. - Falei.

Ela abriu a porta vagarosamente, como sempre fazia quando chegava no meu quarto de manhã cedo. Cherry apenas sorriu e não disse nada ao me ver.

- De moletom nesse calor? - Perguntei.
No mesmo instante, ela ficou sem reação.

- Não estava afim de vestir roupas normais hoje. - Respondeu, sem olhar nos meus olhos.

Ela abriu a mochila e checou se suas roupas estavam todas ali e logo depois se ajeitou, indo na direção da porta.

- Ei. - Levantei e segurei seu braço. - Não quer conversar?

- Nós temos algo pra dizer? Acho que não. - Respondeu rapidamente.

Engoli a seco.

- Você sabe exatamente que nós temos muito à dizer. Apesar de jovens, somos adultos e eu só queria te tratar com decência.

Ela me observou, calada. Seu olhar tinha muito desespero. Era como se ela quisesse me dizer algo e aquilo estava entalado na garganta.

- Zion...

Te olhei atentamente.

- Me desculpe, preciso voltar pra casa. - Completou. A garota abriu a porta e saiu às pressas.

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Cherry

Eu estava em transe. Passei pela porta da casa e comecei a correr para longe dali. Não consigo te contar que estou esperando o nosso primeiro filho e isso me deixa totalmente abalada.
A única pessoa que sabe desse bebê é a Valentina, que voltou para o Brasil.

Dei passos largos indo em direção a um táxi, mas ele não parou. Eu estava sozinha naquela calçada e nenhum táxi parava. Aquilo era no mínimo assustador.

Um carro preto estava se aproximando. Era o mesmo carro que estava parado quase em frente a casa dos meninos. Levantei o braço e pedi por uma carona.
Um homem que usava balaclava no rosto, saiu do carro e me puxou. Ele tapou a minha boca com a própria mão e me fez entrar no carro.

Dentro do carro, observei tudo o que estava acontecendo.

- Meu Deus, o que é isso? - Gritei. Eu estava em choque.

Eles não me responderam. Eram três homens, todos usavam a mesma balaclava preta e pareciam tranquilos. Dois na frente e um deles estava do meu lado no banco de trás. Passou o braço sobre os meus ombros e com a outra mão ele tapou a minha boca com um pano. Eu podia observar todo o trajeto que o carro estava fazendo e depois de alguns minutos, eles estacionaram o carro.

Saíram do carro. O mesmo cara que estava do meu lado, segurou com força o meu braço e me puxou para dentro de um hotel no meio do nada.
Eles me levaram para o último quarto e trancaram a porta.

- Que porra é essa? - Perguntei aos berros.

Um deles pegou um pano para amarrar minha mão. Mas, quando ele veio em minha direção, eu corri para a janela aberta e comecei a gritar por socorro. O garoto fechou a janela com muita força e me deu um soco no rosto, fazendo eu bater a cabeça na parede e desmaiar no chão.