capítulo trinta e seis

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Zion

Saí de casa e fui caminhando pelas ruas. Sem muito movimento e fazendo muito frio.
Coloquei as mãos no bolso do moletom e continuei andando sem rumo.

Eu estava me aproximando de uma praia. Pensei bem e não desci na areia. Só me encostei em um muro e fiquei observando o mar de longe.

Tinha alguns casais sentados num bar perto da areia. Respirei fundo e desviei o olhar.

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Eu já estava rritada com todo aquele caos que a festa tinha se tornado.

Nick estava se divertindo com alguns caras, acredito que a Rochelle faça falta. A Trisha sumiu de vista e eu imagino que ela não esteja perdendo tempo algum. O Edwin...fica o questionamento, onde está o Edwin?

Fui andando pela casa, em busca do garoto e finalmente o achei. Ele estava saindo do banheiro, aparentemente, um pouco tonto. Fui até ele e segurei em seu braço.

- Tá tudo bem? - Perguntei.

- Parece que não. Acabei de vomitar. - Ele respondeu.

- Quer descansar? Beber uma água, sei lá!

- Descansar é pros fracos. Vou pedir uísque. - Falou e tirou o braço da minha mão. Segurei firme novamente, o que fez ele parar.

- Vem comigo.

Fomos para a cozinha, onde não fazia tanto barulho. Peguei um copo d'água e te entreguei.
Me encostei em uma bancada à sua frente.

Nós estávamos nos encarando. Observei ele morder os lábios, enquanto o mesmo se aproximava cada vez mais do meu corpo.

A cada passo que ele dava, eu ficava mais vermelha. E quando eu já sentia a sua respiração em meu rosto, eu senti que eu havia virado um tomate.

- Tudo bem...eu...eu não quero recusar nada. Faça isso...- Falei pausadamente.

Ele sorriu e colocou uma das suas mãos em meu rosto. Com a outra mão, ele colocou o copo encima da bancada e levou a mesma, até o alto da minha cintura. Posso afirmar que mal estou conseguindo respirar.

O garoto começou a dar selinhos em minha bochecha e quando tudo parecia estar indo muito bem...

Um barulho muito alto nos atrapalhou.

- VOCÊ ESCUTOU ISSO? - Gritei.
Edwin se afastou rapidamente.

Nós saímos da cozinha e nos deparamos com muita gritaria e desespero.

- O que tá acontecendo, pelo amor de Deus? - Perguntei em voz alta.

Era muita gente correndo para dentro da casa e ninguém conseguia dizer o que havia ocorrido.

Consegui avistar o Nick e a Trisha, juntos. Eu e Edwin, fomos até eles.

- Phoebe! Que bom que vocês estão aqui dentro! - Trisha me abraçou.

- Tá, agora dá pra você explicar o que foi isso? - Perguntei.

- Parece que um grupo de caras que estavam vendendo algumas drogas, discutiram entre si e atiraram em sei lá quem. Só sei que parece que tem um garoto caído lá fora, onde ocorreu a briga. - Trisha contou.

- Puta merda! Não sei nem o que dizer! - Coloquei a mão no coração.

A galera inteira estava dentro da casa, esperando as coisas aliviarem lá fora.
De repente, um carro parou em frente a casa. Seis caras, saíram do carro. Todos de preto e mascarados.

- Sai todo mundo da casa ou nós vamos entrar atirando em todo mundo! - Gritou, um dos homens.

Naquele momento, todos estavam desesperados e eu não fazia idéia da gravidade daquilo.

Edwin segurou minha mão, olhei para você.

- Parece que eles vieram atrás de um alvo, por isso, quer que todos saiam. - Nick disse.

- Ouvi dizer que é mais ou menos isso. - Trisha também falou.

Os homens lá fora, estavam com armas apontadas na direção da porta. Eles pediram que as pessoas saíssem com calma.

- Liguei pra polícia. - Nick sussurrou.

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Valentina

Eu estava observando atentamente o Austin, enquanto ele arrumava as comidas pro "piquenique".

Ele estava indo bem, mas, acabou percebendo meu olhar sobre você e começou a ficar desastrado. Derrubou um pouco do suco de uva no pano de mesa.

- Droga! - Ele esbravejou.

- Quer ajuda? - Perguntei.

- Não, dou um jeito. - Disse e tirou a camisa em seguida. Ele ia passando a camisa encima do pano, pra tentar secar o local.

Voltei a observar seu corpo. Eu vou sentir tanta falta dele...

- Amor, você tá tão calada. Quer conversar sobre alguma coisa? - Austin se sentou ao meu lado.

Respirei fundo e olhei para você.

- Na verdade eu quero sim.

Ele balançou a cabeça positivamente.

- Antes de tudo, eu me sinto todos os dias, uma insensível por ter começado qualquer tipo de coisa com você desde que cheguei aqui. - Comecei.

- Como assim? O que tem de errado?

- Porter, eu deveria ter te contado assim que nos conhecemos...mas...eu realmente achei que não passaríamos de um rolo. Eu tenho um relacionamento de quatro anos no Brasil e...sim...eu sou o pior ser humano do mundo! Me desculpe, Porter. Me desculpe. - Logo em seguida comecei a chorar. Desviei o olhar para a fogueira acesa, não conseguiria mais encarar o rosto do garoto.

Ele permaneceu em silêncio por algum tempo. Austin parecia esperar que eu dissesse mais alguma coisa.

Limpei as lágrimas e respirei fundo novamente.

- Eu tenho uma mãe de criação, eu a considero como uma mãe mesmo. Eu havia prometido a ela que eu iria voltar pro Brasil se ela conseguisse as passagens. Ela insistiu que eu não ficasse aqui por muito tempo, por causa de alguns problemas no emprego dela e eu deixei claro que eu voltaria para ajudar. O meu namorado, ele me envia mensagens todos os dias...disse que sente a minha falta e eu...eu...- Engoli a seco. - Eu não sinto nada. - Terminei.

Austin agora estava me encarando sem reação. Desde que te vi pela primeira vez, nunca tinha visto o garoto tão sério.

Alguém me fuzila. Por favor.

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Cherry

Despertei no sofá e já era noite. Olhei o horário pelo celular e percebi que eu havia dormido a tarde inteira, o que geralmente eu não faço.
Levantei e imediatamente, senti uma forte dor de cabeça. Passei a mão no topo da cabeça e comecei massageando a área.

- Nossa, estou péssima. - Falei enquanto me olhava pelo reflexo da televisão.

Abri a caixa de primeiros socorros e peguei um comprimido para enxaquecas. Engoli o mesmo, seguido de um copo d'água.

De repente, comecei a sentir enjôos e uma tontura agoniante. Corri pro banheiro e me ajoelhei a frente do vaso sanitário. Comecei a vomitar.

JEALOUS - Zion Kuwonu Onde histórias criam vida. Descubra agora