25. A surpresa

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JUNHO DE 1841,
SURPRESAS SÃO REVELADAS À TODA A FAMÍLIA.

A varanda estava cheia de pessoas, conversas, risadas e vida. Ter a família de Charlote ali era incrível, Levi adorava ver a casa cheia de vida daquela forma e ver que a sua esposa estava feliz, era quase como estar em meio às grandes festas que seu pai dava em Vila Verde quando ainda era vivo, só que com mais provocações e dar de línguas entre os seus convidados.
Eles tinham escolhido um jantar diferente para aquela noite, um churrasco, e todos estavam na varanda, devido ao clima quente daqueles dias. Já fazia alguns dias que toda a família estava ali e, finalmente, o dia de St. Lucas havia chegado, mas ainda haveriam mais alguns dias de confraternização depois do feriado, até o fim de semana.
Charlote estava radiante naquele dia, usava um vestido de cor púrpura e sorria com facilidade e grande alegria.
Ela tinha dito à Levi naqueles últimos dias que queria convidar Vic para o jantar no dia do feriado, pois a sua melhor amiga estaria sozinha em casa depois da viagem de seu filho e nora, então eles a convidaram e até a viscondessa estava entre os presentes daquele jantar.
Levi estava perdido na sua observação da esposa quando sentiu uma mão no seu ombro e virou-se para ver Simon ao seu lado, que era quem estava ajudando-o com a churrasqueira naquele dia.
- Está tudo bem? – Perguntou o cunhado. – Você está parado aí há minutos.
- Tudo ótimo. – Ele deu um aceno ao cunhado e voltou a assumir o seu lugar à churrasqueira, cuidando para não queimar o jantar de todos.
Levi só estava se perguntando quando é que Charlote falaria. Ele vinha esperando por todos aqueles últimos dias, cada vez mais ansioso, mas ela simplesmente não falava...
- Charlote está com um brilho diferente esta noite. – Simon comentou.
- Sim, ela está. – Levi admitiu, com um sorriso. – Acho que ela está feliz por ter todos aqui. A casa cheia costuma deixa-la feliz.
Ele só esperava não estar errado, ou então estaria em uma situação bem difícil de se sair em alguns dias. Charlote tinha até o fim do feriado para falar.
- Então ela deve estar sempre feliz. – Simon brincou. – Não é difícil ter uma casa cheia com quatro filhos...
Enquanto tirava alguns cortes de carne já assados, Levi riu daquilo.
- Disse a pessoa que fez parte de uma família quilométrica. – Debochou ele. – Você deve ter algum tio que tem mais filhos que eu.
Simon assentiu em resposta.
- Tia Beth tem cinco filhos. – Ele estremeceu. – Foram três de uma vez só.
Levi já tinha ouvido falar sobre as trigêmeas do marquês de Thunderberg, Simon dizia que as primas eram terríveis e que, por muitos anos, foram o seu suprimento de lesões e ferimentos a serem estudados. Ter trigêmeos não devia ser fácil, dessa forma, então, devia ser pior ainda.
- Sei que Benjamin ainda é novo demais, mas vocês não pensam em terem mais filhos? – Perguntou ele, olhando para Sarah com o menininho no colo e um enorme sorriso. – Sarah parece feliz sendo mãe.
Simon seguiu o olhar dele, parecendo orgulhoso do que via.
- Não queremos mais filhos biológicos, mas talvez adotemos, no futuro. – Ele deu de ombros. – Sarah decidiu, nessa semana, que vai passar a trabalhar menos no próximo semestre e passar mais tempo em casa com as crianças. Ela acha que está sendo uma péssima mãe para Helena e Benjamin.
Curioso, Levi franziu a testa e encarou o cunhado.
- E o que você acha disso? – Indagou.
Simon encolheu os ombros, ainda olhando para a esposa, que agora beijava a bochecha rechonchuda de Benjamin enquanto o menino gargalhava.
- Ela é uma ótima mãe, mas se cobra demais. – Simon falou. – Sarah sempre foi assim e acho que nunca mudará, ela não se contenta em ser mediana, tem sempre que ser a melhor em tudo que faz. Será bom para as crianças tê-la em casa, mas acho que ela poderá sentir falta de estar no hospital por mais tempo.
- Ela vai acabar se encontrando e tudo ficará bem. – Garantiu Levi, otimista. – Sarah é do tipo que não deve ser subestimada, se ela quer ser uma mãe melhor, ela será. Charlote comentou que ela estava um pouco perdida, isso pode ser o que ela precisa.
Simon concordou com um aceno.
- Só quero que Sarah seja feliz, fazendo aquilo que desejar.

Quando toda a comida estava pronta e foi posta sobre a mesa, a família toda se reuniu e até as crianças estavam ali

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Quando toda a comida estava pronta e foi posta sobre a mesa, a família toda se reuniu e até as crianças estavam ali. Foram preciso algumas mesas extras para que todos coubessem, mas no fim tudo dera certo. Contando com Storms e Vic, eles estavam em vinte e seis pessoas naquela varanda.
Apenas um modesto jantar em família.
Margot, como sempre, fez a oração, mas antes que todos pudessem começar a se servirem, Charlote se levantou ao lado de Levi e pediu a atenção de todos, aquele enorme sorriso nos lábios.
Então aquele era o momento...
- Gostaria de aproveitar que todas as pessoas mais importantes da minha vida estão aqui e dar uma notícia a todos vocês. – Ela falou, os olhos pousando sobre Levi. Ele lançou uma piscadela para a espoa e admirou o lindo sorriso dela. – É muito bom ter todos vocês aqui e estou feliz com toda a família reunida, então quero agradecer pela presença de vocês e contar que, em breve, a família Hildegart vai crescer ainda mais.
A mão dela pousou sobre a barriga, que ainda não tinha sinais visíveis, e Charlote voltou o olhar para Levi, esperando pela reação dele.
- Você está grávida? – Perguntou Sarah. – De novo!?
A risada dos presentes encheu o ar.
- E não me contou nada? – Tessa fingia mágoa.
- Notei algumas coisas diferentes no meu corpo há algumas semanas e minhas regras estavam atrasadas, mas só me consultei com um médico na última semana, depois que a mamãe chegou à fazenda e pôde me acompanhar. – Contou Charlote, o olhar fixo no marido, que sorria amplamente. – O médico confirmou que estou esperando um bebê. Estou de pouco mais de oito semanas.
- Um irmão! – Frederico exclamou, com um sorriso enorme, e foi ecoado pelos irmãos mais novos.
A atenção de toda a família recaiu sobre Levi, esperando pelas palavras dele.
- Querem que eu finja surpresa? – Ele encolheu os ombros e se levantou. – Nós não estávamos planejando isso, mas aconteceu e será ótimo ter mais um integrante para a família. Andei notando algumas coisas diferentes em você, amore mio, mas não quis dizer nada sem ter certeza.
Charlote pareceu surpresa pelas palavras do marido. Ele enlaçou a cintura dela e depositou um beijo casto em seus lábios.
- O que me denunciou? – Perguntou ela.
Levi sorriu.
- O enjoo por conta do doce. – Contou e Charlote praguejou baixinho.
Tinha sido daquela forma em todas as outras vezes em que ela engravidara, não podia olhar para doces que já começava a ter enjoos. E quando Charlote saíra correndo da mesa depois de se ver de frente para o bolo de aniversário de Sarah, Levi teve a certeza de que a esposa esperava mais um bebê.
- Um bebê! – Margot exclamou com um sorriso enorme, como se já não soubesse daquilo. – Vou ter mais um neto para mimar!
Levi fixou o olhar na esposa, admirando aquela mulher incrível à sua frente.
- Cinco sempre foi meu número da sorte. – Sussurrou ele antes de beijá-la.
E no dia 28 de janeiro de 1842, Hope Crawford veio ao mundo, trazendo ainda mais felicidade para os seus pais e toda a família. Vic foi escolhida para ser a madrinha da menina que era a cópia da mãe em exatamente tudo, com os mesmos cabelos, olhos, nariz, boca e personalidade, para a felicidade eterna de Charlote, que finalmente tinha um filho que era inteiramente parecido com ela.
Levi teve ainda mais certeza, com a menina no colo, que não existiam limites para o amor. Ele amava ainda mais a sua esposa e seus filhos, estava extremamente feliz com a sua família e nada poderia tirar aquilo dele.
Mais do que nunca, a família Hildegart estava completa e Margot tinha muitos netos para poder mimar.

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