12. O chalé

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JUNHO DE 1841,

"VAMOS BATIZAR CADA PARTE DESTE LUGAR."

O que antes era para ser apenas uma pequena reforma na cabana de caça acabou se tornando algo grande e agora Vila Verde possuía um chalé de férias. A pequena cozinha do lugar fora aumentada e recebera uma mesa de jantar digna, o espaço onde antes era o quarto com uma pequena área de estar se tornou uma sala de estar com alguns sofás confortáveis e poltronas de frente para a lareira antiga que fora reformada, um corredor surgiu à direita do espaço da sala de estar e ali havia um quarto de cada lado, um para a frente do chalé e outro para os fundos, o dos fundos era o quarto maior e com um banheiro especial, onde uma banheira de cobre com tamanho suficiente para duas pessoas fora posicionada – como Levi prometera à esposa – e ambos os quartos possuíam a própria lareira também.

Charlote tinha passado os últimos dias todos pedindo ao marido que permitisse que ela fosse até lá para conferir como tudo estava, mas Levi não permitira. Vic tinha ido até ali há pouco mais de uma semana e tirado medidas para tudo que fossem precisar, estava levando Charlote junto dela para comprar cada item que estaria ali, mas ela ainda não tinha conhecido o lugar depois da reforma, apenas espiara de longe em um dia em que Storms descuidara do seu posto de guarda.

Agora tudo finalmente estava pronto e depois de a viscondessa ter feito um trabalho impecável com todos os itens comprados, Levi finalmente permitiu que a esposa fosse até ali. Era sexta-feira, quase cair da noite, e os planos dele envolviam voltarem para a casa grande apenas no dia seguinte e depois do meio-dia, já que Storms e a babá estariam responsáveis pelos pequenos. Aquele chalé ainda comportava as lembranças do passado e agora tinha muito espaço para novas lembranças serem criadas.

Parando de frente para a pequena escada que levava à varanda, Levi manteve a esposa à sua frente e as mãos sobre os olhos dela.

- Chegamos? – Perguntou Charlote. – Eu estou ansiosa, amore mio.

- Eu percebi, você não para de se mexer... – resmungou ele, fazendo mais suspense antes de deixa-la ver.

- Levi... – Charlote reclamou, tentando tirar as mãos dele dos seus olhos.

Rindo, ele permitiu aquilo, descendo as mãos para a cintura dela enquanto se mantinha atrás de Charlote. Ela avaliou a imagem, em silêncio. Os troncos de madeira avermelhada haviam sido envernizados e agora estavam mais bonitos que antes, assim como as novas partes da construção também chamavam a atenção, os telhados pretos foram subsistidos totalmente e a imagem toda era impressionante. Levi se orgulhava de ter feito aquilo tudo.

- Isso tudo está incrível! – Exclamou Charlote.

Ela voltou-se para o marido, com um sorriso enorme e os olhos cinzentos brilhando. Os seus braços envolveram o pescoço de Levi e ela ficou na ponta dos pés, pressionando os lábios contra os dele. Levi riu, afastando-se dela.

- Você ainda nem viu por dentro... – murmurou, o olhar preso no dela. – Mas eu fico feliz que tenha gostado.

Charlote tornou a se virar, olhando para a construção à sua frente, e começou a falar enquanto subia os degraus.

- Esse lugar está tão incrível e tão grande que nós poderíamos morar aqui a partir de agora. – Dizia ela e Levi apenas ria. – Olhe só para essa cozinha! Tem até um forno aqui...

Parando na porta, ele deixou que ela explorasse o ambiente da cozinha, que era comprido na lateral da construção, separado da sala de estar apenas por uma fina parede e tinha a mesa de jantar ali, mais perto da porta, com o fogão e o forno citado por Charlote ao fundo, para não atrapalhar o fluxo do lugar.

Amor em St. LucasOnde histórias criam vida. Descubra agora