A festa de Natal part 2

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Harry não sabia dizer o que se passava na mente de Tom, só que o menino estava agindo de maneira estranha.

"Você está pronta?" Ele perguntou para Lizie e ela acenou com a cabeça.

Tom fez sinal para que ela fosse na frente e depois de cruzarem o portal de entrada andaram lado a lado pelos corredores. Os dois continuaram subindo as escadas até o sétimo andar e nenhum deles disse nada até então.

"Onde estamos indo Tom?" Lizie finalmente perguntou enquanto olhava para os lados.

"Quero passar em um lugar antes da festa, você se importa?" Ele respondeu olhando para ela de lado.

"Não, mas ficaria feliz se me dissesse onde é, andar com estes sapatos é desconfortável." Ela respondeu devolvendo o olhar do menino.

"É mais interessante se eu mostrar." Ele sorri e ela continua a segui-lo.

Os dois pararam em frente a tapeçaria de Barnabás, o Amalucado, tentando ensinar balé aos trasgos. Harry sabia que Tom conhecia a sala precisa porque foi lá que escondeu uma das Horcrux, mas não imaginava que ele já a usasse naquela época. Lizie olhou para o garoto com uma sobrancelha levantada enquanto ele andava de um lado para o outro três vezes. Quando a porta apareceu ela soltou uma exclamação de surpresa e Tom sorriu vitorioso.

"Que lugar é esse?" Ela pergunta enquanto o menino ia até a porta para a abrir.

"Eu não sei exatamente o nome, encontrei-a durante algumas expedições noturnas pelo castelo. Entre." Ele acenou novamente para ela entrar primeiro enquanto ele segura a porta.

Harry foi com eles e ficou surpreso com o que viu. A decoração da sala se parecia muito com que aparecia quando ele usava a sala nas reuniões da Armada de Dumbledore, mas era essencialmente verde e prata.

"É lindo." Lizie disse olhando em volta.

"Nossa própria Sala Comunal." Ele diz indo até a lareira para pegar garrafas de cerveja amanteigada para eles.

"Tudo bem mesmo nós estarmos aqui?" Ela pergunta aceitando a garrafa que ele estendeu para ela e sentando no sofá.

"Esta sala é magica, creio que não há problema em usa-la contanto que não façamos nada drástico." Ele se sentou ao lado de Lizie no sofá, fazendo com que seus braços se encostassem.

"Para que você precisa de um outro Salão Comunal? O da Sonserina não é mais grande o bastante para você?" Lizie pergunta irônica e Tom sorri.

"O problema é que o Salão Comunal da Sonserina é muito cheio e o que eu quero fazer neste salão não deve chegar a ouvidos estranhos." Ele respondeu antes de tomar um gole de cerveja.

"E o que você pretende fazer?" Ela perguntou sem demonstrar nenhum interesse, apenas como se fosse o correto para continuar a conversa.

"Um grupo de estudos." Tom virou para ela que estava tomando um gole de cerveja.

"Isso não é algo que precise ser mantido em segredo." Ela diz lambendo os lábios e Harry percebeu que Tom desviou o olhar para o fogo.

"Depende do que nós vamos estudar." Ele respondeu, sua voz permanecia normal, mas ele percebeu que o garoto estava mais rígido.

"Acho que entendo onde quer chegar." Ela disse encarando Tom que voltou a olhar para ela.

"Há magias muito mais poderosas do que as que aprendemos aqui, os professores as mantém escondidas porque a maioria dos paspalhos dessa escola não saberia como lidar com elas." O tom de desprezo na voz do garoto é clara.

"Mas nós saberíamos." Lizie responde sem parecer impressionada.

"Um pequeno grupo de amigos sob minha instrução, apenas aqueles que eu considero verdadeiramente capacitados." Ele responde como se estivessem conversando sobre o tempo.

"Creio que como você se deu ao trabalho de trazer-me até aqui, eu devo ser um desses amigos." Ela diz e Harry percebe a ponta de um sorriso se formando em seus lábios.

"Quero que me ajude a escolher os demais membros, sei que posso confiar em você." Ele responde olhando diretamente nos olhos castanhos da menina.

"Por que eu te devo uma?" Ela pergunta, sustentando o olhar dele.

"Não, sua dívida já está paga." Ele se levanta e caminha até a janela, abrindo uma fresta na cortina para ver a neve cair.

"Pois bem, apenas me dê os nomes e eu te digo o que acho das suas escolhas." Ela se levanta e caminha para ao lado dele.

"Talvez devêssemos ir agora." Ela comenta, mas não se move para sair de perto da janela.

"Não tenho interesse nenhum em comparecer aquela festa." Tom responde distraído.

"Você não voltou para casa no Natal." Ele afirma após ficarem em silêncio durante um tempo.

"Não tenho boas lembranças do Natal e minha família não comemora. Hogwarts é a minha casa agora." Os olhos de Tom foram da janela para a menina novamente, como se ele estivesse tentando ler a mente dela.

"Sei como se sente é o mesmo para mim. Nunca mais voltaria para o orfanato se pudesse." Ele parecia muito triste e Harry pode enxergar nele um garoto de doze anos e não somente o monstro que ele iria se tornar.

Provavelmente ele estava pensando assim porque passou muito tempo vendo as memórias de quando Voldemort era um garoto e não tinha certeza de como se sentir vendo uma semelhança tão grande entre os dois. Quantas vezes ele não desejou ficar em Hogwarts para sempre ao invés de voltar para a casa dos Dursley.

"O que eu mais quero é ter minha própria casa e não precisar vê-los nunca mais." Ela admitiu.

Tom soltou a cortina e se virou para Lizie.

"Não vai demorar muito, nós seremos tão poderosos que poderemos ter tudo o que quisermos." Ele disse muito sério.

"Parece bom para mim." Lizie responde sorrindo e a tensão no rosto de Tom parece se dissolver.

Harry foi levado de volta para a sala dele no presente e fica desconcertado sem saber se situar no tempo e espaço, provavelmente ele passou muito tempo dentro das memórias de Tom Riddle. O melhor a fazer era dar um tempo e continuar sua investigação no dia seguinte.

As memórias de RiddleOnde histórias criam vida. Descubra agora