As memórias de Riddle

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Harry finalmente entendeu porque Tom havia se livrado daquelas memórias, elas eram dolorosas demais e ele estava sozinho para suporta-las. Seus seguidores nunca foram realmente seus amigos, eles apenas estão interessados no que Tom pode oferecer, isso só tornou pior a dor de ter perdido Lizie. Após muito tempo tentando convencer a si mesmo que não há nada que possa ser feito agora que os dois estão mortos, Harry conseguiu se colocar de pé e limpar as lágrimas do rosto, ainda havia uma memória para ser vista.

Ele foi parar uma caverna, a mesma em que tom escondeu o medalhão com um pedaço de sua alma. Apenas duas pessoas estavam presentes, Tom que parecia ter acabado de sair de Hogwarts e um rapaz mais ou menos da mesma idade, nas mãos dele estava a mesma maleta que foi levada para o escritório de Harry.

"Essa é a última, já terminei de apagar as memórias de todos os outros também, assim ninguém mais falará sobre essa pessoa na minha frente." A voz dele era fria como gelo, Harry viu que tinha um frasco nas mãos e pousou a ponta da varinha sobre a têmpora.

"O senhor tem certeza Milord, será como se ela nunca tivesse existido." O homem abaixou a cabeça respeitosamente quando Tom se virou para ele. Por um momento Harry pensou que iria mata-lo.

"Eu não me lembro de ter dado permissão para me questionar apenas porque te incumbi das minhas memórias."

"Essa é a única maneira de seguir em frente, eu devo me livrar de todas as minhas fraquezas. A única coisa que restará é a nossa promessa." Ele continuou ainda segurando a varinha contra a têmpora.

"Eu farei todos aqueles que nos fizeram sofrer pagarem com as próprias vidas." Tom puxou o fio prateado que estava preso a ponta da varinha e a memória se esvaiu, deixando Harry novamente em seu escritório.

Ele sentou-se por um tempo olhando para o teto, sem saber como iria transformar tudo o que aprendeu em um relatório.

No fim do dia ele foi chamado até a sala da Ministra da Magia.

"Você só pode estar brincando." Foi a primeira coisa que Hermione disse para ele.

"Não estou." Foi tudo o que ele respondeu enquanto a amiga o fitava.

"Permitir que Delphi tenha acesso as memórias do pai vai contra tudo o que Azkaban representa. Isso está fora de cogitação." Hermione respondeu resoluta.

"Ela nunca o viu, você estava lá quando ela me implorou para deixa-la vê-lo. O quão perigosas algumas memórias podem ser?" Harry tenta argumentar.

"Pergunte à Gina o quão perigosa uma memória de Tom Riddle pode ser Harry. E eu não me lembro de você ter ficado tão preocupado com o bem-estar da filha dele quando ela sequestrou Alvo." A ministra lembra Harry com um olhar zangado.

"A única coisa que eu tive dos meus pais foi o álbum de fotos que Hagrid me deu, ela não tem nem mesmo isso." Ele tenta fazer Hermione entender, apesar de que nem ele compreende porque insiste no assunto.

"Estamos falando dela e não de você Harry. Ela escolheu o próprio caminho." Hermione responde, ela levanta a varinha e põe fogo na ponta do relatório de Harry.

"Quero que essa maleta seja destruída imediatamente. Depois vá para casa, você está dispensado dos seus deveres até a próxima semana." Ela avisou com um olhar sério.

"Você não pode fazer isso." Harry tenta interceder.

"Essa missão obviamente te afetou Harry, sei que deve ter ficado abalado com o que descobriu, mas você mesmo disse que o garoto dessas memórias deixou de existir a muitos anos. Eu não gosto de brigar com você, mas aqui dentro eu sou sua chefe e preciso pensar no bem de todos e não só nas minhas vontades. Vai ser melhor se ninguém tiver acesso a essas memórias." Hermione levantou os olhos para encarar o amigo, naquele momento ela precisava ser dura com ele.

"Como quiser Ministra." Harry se virou e deixou a sala chateado.

De volta a sua sala ele pegou a maleta com as memórias de Tom e aparatou em uma pequena vila próxima a Hogwarts. Apesar de entender os motivos de Hermione, ele não tinha a menor intenção de destruir a memórias de Tom Riddle.

"Será como se ela nunca tivesse existido"

As palavras daquele homem ainda rondavam a cabeça de Harry quando ele adentrou a antiga mansão abandonada. Nada havia mudado desde a última vez que esteve na Casa dos Gritos, o lugar ainda era conhecido por abrigar fantasmas e lobisomens. Ninguém se atrevia a entrar lá e mesmo que tentassem as barreiras mágicas impediriam qualquer aluno curioso.

Harry foi até o porão e moveu algumas tábuas do assoalho, apenas o bastante para que a maleta coubesse no buraco em baixo delas. Depois disso ele selou a maleta com um feitiço.

"Só uma pessoa que quiser conhece-lo, mas não quiser ser como ele poderá abrir esta maleta."

"Esse foi uma das minhas ideias mais brilhantes."

As palavras de Dumbledore em seu primeiro ano fizeram Harry sorrir na escuridão do porão.

"Realmente professor, uma ideia brilhante." Ele disse para si mesmo enquanto colocava as tábuas de volta no lugar.

Harry deixou a Casa dos gritos e voltou para Hogsmeade de onde aparatou para casa. Talvez ele estivesse mesmo precisando de uns dias de folga para passar com Gina e as crianças.


Fim.


**Muito obrigada a todos que leram até aqui.

As memórias de RiddleOnde histórias criam vida. Descubra agora