A não ida a Hogsmeade

15 0 0
                                    

Faltavam apenas cinco frascos, mas Harry teve que fazer uma pausa porque os relatórios estavam se acumulando e ele precisava cuidar disso o mais rápido possível. Quando ele finalmente conseguiu colocar o escritório de volta em ordem, pegou um dos frascos e despejou na penseira.

Dessa vez Harry reconheceu o lugar como sendo a escada que leva à torre de astronomia. Tom estava subindo apressadamente e era possível ouvir alguém chorando. Conforme o menino se aproximava o choro parou e Lizie entrou no campo de visão dos dois. Ela estava sentada com o corpo encostado na parede e o rosto escondido nos joelhos.

Tom sentou-se ao lado dela e passou um braço em torno do ombro dela para trazê-la mais para perto. Lizie escondeu o rosto contra o peito dele, soluçando baixinho.

"Por que você fugiu?" Ele perguntou baixinho, não parecia bravo, mas sua voz era dura.

"Eu estou tão cansada Tom, não sei mais o que fazer. Não é junto que eu te incomode com isso, você já tem muito sobre o que pensar. Estou só sendo boba." Ela disse, mas então recomeçou a chorar baixinho.

Tom passou os braços em torno dela, apertando a menina contra ele.

"Eu exijo ser incomodado com isso, vamos, fale tudo. Eu achei que você queria ir a Hogsmeade." Ele começou e o tom de sua voz era tão doce que deixou Harry surpreso.

"De que adianta ir lá para ver as pessoas se divertindo fazendo compras quando você não pode fazer isso? Se for para andar na neve eu faço isso aqui que pelo menos está mais perto." Lizie respondeu amargamente.

"Eu estou cansada de nunca poder fazer nada por causa dos meus pais, eu sempre tenho que escolher entre o que eu quero e o que eu preciso. Por que eu nunca posso ter os dois?" Ela continuou.

"Por que o mundo é tão injusto conosco Tom? Por que temos que fazer mais do que os outros e são eles que recebem tudo?"

"Eu realmente não sei." Tom parecia transtornado, as perguntas que Lizie estava fazendo não são fáceis de responder.

"Eu tento ser forte como você, mas as vezes é muito difícil, por isso eu vim me esconder aqui." Lizie admitiu.

"Você não precisa se esconder, não de mim." Tom sussurrou contra o cabelo dela e beijou o topo de sua cabeça.

"Eu prometo que um dia os trouxas vão pagar por tudo o que nos fizeram sofrer. Chegará um dia que nós não precisaremos mais nos esconder e reprimir os nossos poderes para proteger seres insignificantes como eles. Os bruxos irão comandar o mundo, assim como sempre deveria ter sido. Eu prometo Lizie." Naquele momento Harry pode ver nos olhos de Tom o mesmo brilho que havia nos de Voldemort. Ódio, sede de vingança e de poder, tudo isso queimava dentro dos profundos olhos verdes do menino que tentava consolar a garota que ele ama.

Harry foi jogado para fora da memória novamente, como se Riddle estivesse lhe dizendo para parar de espiona-lo, para parar de fazer perguntas e revirar o passado doloroso dele.

As memórias de RiddleOnde histórias criam vida. Descubra agora