As memórias de Riddle

De volta à Hogwarts

Harry pensou em conversar com Gina sobre as memórias de Tom Riddle, mas não teve coragem. Ela provavelmente ficaria preocupada dele estar se metendo novamente com coisas que envolvem o bruxo das trevas, mas honestamente Harry estava curioso para saber mais sobre a vida de Voldemort antes dele se tornar o monstro que matou sua família e amigos.

De volta ao escritório ele verificou a papelada que foi deixada em sua mesa, depois voltou sua atenção para a penseira colocada provisoriamente no centro do cômodo. Ele despejou um novo frasco e respirou fundo, esperando que com a mente clara fosse mais fácil tirar o máximo de informações daquelas memórias.

Desta vez ele entrou no expresso de Hogwarts e tentou se desviar de vários passageiros antes de lembrar que era penas um espectador na memória de Tom. Logo Harry o encontrou em uma das cabines, cercado de pessoas que pareciam estar rindo de uma piada. Lizie estava sentada ao lado dele e os dois pareciam não ter entendido a piada ou não acharam graça.

"Como foram as suas férias Lizie? Se divertiu com os trouxas?" Um dos rapazes perguntou para a menina.

"Tanto quando estou me divertindo aqui com você Avery." Ela respondeu entediada.

"Você está parecendo Slughorn nos questionando sobre as nossas férias, como se esperasse que fossemos contar uma história maravilhosa. Por acaso nada de interessante aconteceu com você por isso quer reunir ideias para inventar uma história convincente?" Tom perguntou, ele não se mexeu ou aumentou a voz, mas seu tom era frio como gelo. Com base no que já sabia sobre o relacionamento entre ele e Lizie, Harry imaginou se o menino estava fazendo isso para retribuir o comentário maldoso do outro.

"Claro que não, minhas férias foram muito interessantes Tom, meus pais me levaram para esquiar." Avery respondeu ficando muito vermelho e gaguejando.

"Novamente? Seus pais não fazem nada além de descer montanhas de gelo? Talvez seja realmente melhor você inventar uma história para o Slughorn." Tom continua, mas dessa vez ele está sorrindo, como se torturar o pobre rapaz fosse algum tipo de divertimento.

"Por favor Tom, não julgue o pobre Avery. A quantidade de coisas que ele sabe fazer é reduzida." Lizie comentou, fazendo todos rirem na cabine. Avery lançou a ela um olhar muito bravo, mas a menina não pareceu se importar.

"Você tem razão, mas dentre as que ele sabe é muito bom, não é mesmo Avery?" Tom disse e Harry pode perceber a manipulação psicológica que Tom estava tentando exercer sobre o garoto, primeiro fazendo-o de bobo e depois elogiando para que esquecesse o ocorrido.

"Muito obrigada Tom." Avery disse alegre, como um cachorro que acaba de ganhar um osso do dono e fica feliz, mesmo depois do dono tê-lo feito de bobo durante todo o dia.

Harry foi levado de volta para sua sala mais uma vez. Lizie não parece ser uma mocinha inocente e pura, mas Harry se perguntou como Voldemort seria se ela ainda estivesse viva.