Corte de flores e sombras

Cap 2

Tradicionalmente uma sacerdotisa deveria oficializar a cerimônia de parceria, mas para supresa de todos Nestha pediu a Feyre para que fosse a celebrante. Rhys segurava Nyx nos braços, rechonchudo e cheio de vida em seu mais profundo sono enquanto a Grã-Senhora proclamava as palavras que selariam o acordo entre os parceiros.

Cassian e Nestha estavam ajoelhados no mármore um de frente para o outro jurando na língua antiga que sempre se protegeriam e que seu amor permaneceria até nas horas mais sombrias, era como um selamento de pacto para que suas almas se encontrassem em outras vidas. Ataraxia estava fincada no chão entre os dois, um símbolo de que lutariam e morreriam um pelo outro, ao se levantarem pousaram suas mãos unidas sob o cabo da espada, Elain caminhou até eles entregando a Feyre o tecido branco em cetim que foi enrolado em suas mãos unindo-as.

Em um movimento suave, Cassian uniu sua testa na de Nestha dizendo em um sussurro:

- Quando achei que não teria mais esta vida, prometi te encontrar em próxima para que pudéssemos ter tempo nosso juntos. Mas mesmo hoje tendo esse tempo ainda te prometo que se um dia partir, eu sempre serei seu e sempre te encontrarei, você tem todo meu coração e é dona da minha alma.

Azriel não conseguia mais enxergar a cerimônia, pela primeira vez em muito tempo seus olhos estavam marejados, não conseguia deixar de sentir orgulho e felicidade pelo irmão e pela irmã que a vida lhe deu, o encantador de sombras inalou profundamente e se pegou observando em sua frente onde estava Mor, Emire, Gwynn e ... Elain, ela observava os dois parceiros no altar, as bochechas rosadas estavam úmidas de lágrimas e seu sorriso iluminava todo o local, suas sombras dançavam em torno dele e novamente ele afogou seus pensamento para um local inacessível de seu cérebro.

Tristeza invadiu seu peito, não se contendo em fazer uma súplica silenciosa dentro de si, no seu eu mais profundo, para que o caldeirão um dia lhe permitisse sentir que seria digno de alguém.

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Haveria um jantar na Casa do Vento, ele tinha ouvido Nestha murmurar algo sobre "a casa fazer questão de participar desta data", o que era confuso, talvez fosse algo que fazia parte das tradições de casamento humano, mas todos estavam ali, se arrumando a mesa e encontrando seus lugares.

Ao olhar ao longo do salão acabou notando a presença de mais uma cabeça ruiva que o fazia fervilhar por dentro. Lucien fora convidado para o jantar, ele achou que o Caldeirão o pouparia já que não estava presente na cerimônia, mas parece que as coisas mudaram de rumo no jantar.

Mor e seus irmãos já haviam ocupado seus lugares e ele tentou se mover rápido o bastante mas sem parecer que estava correndo para tomar o lugar ao lado de Feyre, por sorte ou azar do destino seu lugar a mesa era em frente a sua pequena Florzinha, Elain enrijeceu em sua cadeira quando encarou o encantador de sombras, haviam alguns lugares vagos ainda, mas não se passou meio segundo até que uma mão puxasse a cadeira ao lado de Elain para se sentar. Lucien, seu parceiro definido e escolhido pelo maldito destino obviamente escolheu tomar seu lugar e fixar seu território, deixando o claro recado de que ela pertencia ele, Azriel não pode deixar de notar que Elain se encolheu um pouco mais em sua cadeira.

Que a porra do caldeirão se explodisse em mil pedaços, ele teria que suportar ficar ali por seu irmão, sentir o cheiro da parceria dos dois que o enojava e não conseguia evitar os pensamentos que circulavam em sua mente como facas afiadas "Porque ele? Porque ele?" aquilo fervia tanto seu sangue que poderia derreter seus ossos. Estava tão rígido em seu acento que só então notou o par de olhos incrivelmente verdes da sacerdotisa pousados nele, ela estava sentada ao seu lado e ele mal notará a presença, mas não pode deixar de lhe lançar um sorriso amigável, Gwyn não era como uma amiga, mas ele se compadecia pela jovem ainda mais se lembrando dos horrores em que ela enfrentou, Gwyn era o tipo de pessoa em que você se sentia confortável no silêncio, não havia necessidade de conversas furadas ou cortesias, era simplesmente natural, como tudo que fluía de sua essência. Ela lhe lançou um sorriso felino ao perguntar: