Capitulo 14

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- bem, é uma rara doença psicologica em que voce rejeita todas as boas palavras direcionadas a si.

- e porque é que isso se passa? - Luke perguntou. Eu estava chocada, como é que isto foi acontecer? eu nasci assim?

- quando algo que não pertence ao organismo entra no organismo, ele rejeita o que é estranho e acaba por o tirar, é o que se está a passar, neste caso a menina Deizy pode nunca ter tido carinho ou ouvido boas palavras e por isso o seu corpo rejeita-as - dito isto eu encaro as minhas mãos.

- é verdade? - Luke pergunta-me e eu olho-o fazendo-o perceber.

- como é que isso se trata? - ele pergunta

- a unica maneira é faze-la ouvir coisas agradaveis, fazer-lhe coisas agradaveis até o seu corpo deixar de rejeitar.

- certo - Luke assente.

- muito obrigado por terem vindo, menina Deizy vou marcar-lhe uma outra consulta para daqui a 2 semanas, para vermos como está pode ser?

- sim - sussurro

- muito bem, aqui está - ele diz dando-me um papel - tenham um boa dia

- obrigado e igualmente - Luke diz mas eu já estou fora do consultorio.

Não consigo perceber porque raio isto se passa comigo, porque raio o meu corpo rejeita todas as boas coisas, talvez porque nunca as tiveste. Talvez o meu subconsciente tenha razão, eu nunca tive coisas boas.

- eih, espera - Luke chama mas eu ignoro - eih - ele diz agarrando-me no braço.

- o que foi? - respondo

- não estás sozinha nisto.

- estou sim ! - afirmo - eu não quero ser curada, eu estou bem assim, eu não quero que tu ou outra pessoa me tente curar!

- tu tens de ser curada, não podes ficar assim para o resto da tua vida.

- ai não? e então porquê? - digo cruzando os braços á minha frente.

- porque ninguém pode viver assim, é como viver na escuridão!

- eu estou bem na escuridão.

- alguém tem de te fazer sentir bem! já alguma vez tiveste um abraço? ou um beijo? já alguém te beijou ou disse que és linda? que gostava de ti?

- não mas eu também não preciso disso.

- precisas sim, porque é a melhor coisa do mundo!

- não, eu nunca experienciei isso mas ja vi e ouvi o que o amor e carinho faz ás pessoas, magoa-as, destroias, faz-la cometer loucuras! Eu não quero ser magoada ou destruida Luke!

- tu não vais ser - ele diz calmamente.

- vou sim - respondo no mesmo tom.

- não se tiveres a pessoa certa contigo, aquela que vai fazer de tudo para não te magoar ou destruir, aquela que mesmo não sendo perfeita e mesmo que te magoe vai fazer ver-te que vale a pena continuar...

- isso não existe - eu digo friamente.

- como queiras - ele suspira - vamos embora.

A musica toca no rádio do carro de Luke, a paisagem que vejo pela janela passa demasiado depressa e eu não quero amar. Não quero porque isso destroi, magoa, quebra-te de uma tal maneira que não conseguirás sorrir da mesma maneira depois disso. A verdade é que também não me consigo imaginar a ser amada e a amar, como é suposto confiar em alguém a esse ponto? Ao ponto de lhe dar o poder de acabar contigo.

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