desculpa a demora pra atualizar :(
Dazai estava estressado e mais cansado que o normal, além de sedentário, a sua mente parecia estar em outro canto, ele estava pensando em muita coisa. Fazia uns dias que Kunikida não o visitava, desde aquele dia que desmaiou, e quando sentia saudades, o loiro justificava algo do tipo "estou ocupado" ou algo assim.
O moreno podia agir bem infantilmente agora, mas sabia o motivo do loiro fazer uma visita; Dazai inventou que tinha passado mal, e consequentemente, seu irmão apenas colocaria o pé naquele lugar sujo e com cheiro de remédio se tivesse esse tipo de desculpa. Dazai se sentia vazio, não tinha asco ou culpa por mentir, ele só queria a companhia de seu irmão.
Sorriu pequeno ao perceber a porta sendo aberta no desespero, vendo o ruivo parar e suspirar cansado pela corrida.
— Você está bem?
— Eu quem pergunto. Existe uma tecnologia muito interessante chamada ônibus circular, poderia ter pegado ele ao invés de se matar correndo.— O moreno não deixou de debochar só para ver o loiro irritado.
— Então você está ótimo, já posso ir embora. — Mencionou se virando, preparado para abrir a porta novamente, mesmo Dazai sabendo que ele não faria isso.
— Espera! — Osamu se condenou pelo que fez no mesmo instante que percebeu esticar os braços, pelo fato de estar no soro, sua veia doía muito. — Vai deixar seu irmão aqui é?
Dazai nunca parou de ser assim, suas chantagens emocionais sempre estiveram presentes, só que dessa vez, era mais realista. Kunikida se virou novamente ao ouvi-lo, dessa vez ajudando o mesmo com a reposição do soro e então se sentou na mini cadeira, começando uma conversa.
— Então... Por que diabos você me desesperou pra vir aqui, pensando que você estivesse morrendo?
— Mas eu estou, você sabe.
O de fios bagunçados se condenou muito alto na mente. Por um segundo esqueceu, e esqueceu que aquilo também feria seu irmão de alguma forma, mesmo que ele tivesse aceitado.
— Enfim... — Suspirou desviando o assunto. — Você nunca me visita. Eu sei que o trabalho na polícia não é fácil, mas sei também que tem seus dias de folga.— Completou roendo as própias unhas.
— E por que eu viria?
— Você ainda pergunta?— Ficou indignado por uns segundos. — Você é meu irmão, sabe que eu sinto sua falta, não faça pouco caso de vir só quando passo mal, mesmo que isso aconteça quase sempre.— Repreendeu o mais velho, ainda entretido com suas unhas.
O maior assentiu, tendo uma conversa longa com Dazai, contando alguns casos que ele tem investigado nesses ultimos dias, sabia que o garoto gostava de saber sobre, e até criava teorias na mente vez ou outra.
— Mas vocês acertaram a profissão dele! Não acredito que deixou essa informação passar. — Bufou irritado.
— Ei! Não me repreenda. Não tinham câmeras dessse modelo em lugar algum, não tem como saber.
— Tudo bem, tudo bem.— deu de ombros por alguns segundos, mas se lembrou de algo que poderia ajudar— Eu tenho um amigo que pode ajudar! Sabe aquele ruivo que me visita sempre? Então, ele faz algum tipo de coisa relacionado a isso. Talvez ele te ajude a achar.
— Pode ser que sim, mas com certeza ele é caro. — resmungou — E você 'tá apaixonado por acaso? Você fala muito dele.
— Não. — Respondeu simples.— Pode ser caro, mas com toda certeza encontraria esse cara antes de todos vocês. Nem a inteligência básica vocês tiveram de levar aquela carta pra verificar a caligrafia!
Doppo resmungou e então acabou o diálogo, se despedindo do irmão ao receber tal telefonema daquele mesmo caso mencionado antes, mas Dazai sabia que os argumentos do seu irmão também haviam se esgotado.
Falando em Dazai, o mesmo agora se revirava pra cima e pra baixo em sua maca, faltava um trisque para que o tédio o matasse. Já havia tentado ler, contar plantas, matar mosquitos e continuava entediado.
O seu sorriso mais espontâneo surgiu quando o ruivo apareceu na porta, mas estranhou a ausência do chapéu indispensável.
— Sem o chapéu hoje? — Comentou se endireitando.
— Eu esqueci. Trouxe algo mais importante na mochila. — Falou se sentando na maca frente a frente com o moreno.
— E o que seria?
— Eu não sou maluco ta bom? — Sussurrou abrindo a mochila ouvindo ronronados e a expressão surpresa do moreno. — Esse é o...
— GATO!!! — Dazai gritou. Ama tanto gatos que perdeu os filtros. Teve uma leve hesitação quando sentiu a mão de Chuuya na sua boca, mas logo mordeu afim de disfarçar a surpresa.
— Na verdade esse é o Oki. Bom... Não deixe ninguém vê-lo, fiquei com dó de deixa-lo sozinho em casa. — Fez bico e então um sorriso fraco e bobo se formou quando o mais alto apertou levemente sua bochecha.
— Ai meu Deus, eu to apaixonado pelo gato. — Comentou fazendo carinho na barriga branca do felino, recebendo lambidas em resposta.
— Tô' com ciúmes.
— De mim ou do gato?
— Seus o caralho, o Oki não é carinhoso comigo. Nunca fui feliz. — Fez drama cruzando os braços.
— Mas eu sou, vem. — Abriu os braços, abraçando o ruivo, que não hesitou em retribuir.
Os dois se deitaram lado a lado, logo começando a assistir um caso criminal, estripador de Yorkshire.
— Deixa eu ver se entendi... O cara enganou todo mundo, erraram o sotaque dele, fez uma imitação das cartas do Jack estripador, e pegaram ele por literalmente pura sorte?
— Exatamente isso neném. Ele foi do zero ao máximo, e do máximo ao zero.— Dazai nem notou no apelido, estava concentrado com Oki na sua barriga.
Por outro lado, Chuuya quase surta. Seu coração acelerou de um jeito que nem ele sabe descrever, mas de qualquer forma era só um apelido.
A enfermeira passou pelo corredor, e Chuuya rapidamente escondeu Oki na mochila, na verdade quase manda ela se foder quando alertou o limite de visitas, mas se segurou, não tem outra escolha.
— Parece que eu não tenho escolha. — Formou um bico nos lábios. — Mas amanhã eu volto.
— Tudo bem... Mas vem cá. — Sentiu a aproximação e não hesitou em rouba-lo um beijo casto, que com toda certeza, não era nada impulsivo, na verdade planejava isso a um tempo. — Até amanhã... neném.
Nakahara literalmente travou. Dazai admirava a visão enquanto via o estado de transe deixar de invadi-lo aos poucos — A- a-té.
O ruivo se virou muito rápido logo saindo e fechando a porta, parando contra a parede do lado de fora e respirando, não acreditando no que ocorreu.
O apocalipse o invadiu de novo.
o autor se encontra chorando pois não tem um Chuuya #mematei.
VOCÊ ESTÁ LENDO
𝐑𝐄𝐋𝐈𝐄𝐅 𝐅𝐎𝐑 𝐘𝐎𝐔- soukoku.
Fiksi Penggemar"Em meio ao apocalipse mental, eu serei o seu alívio." Foi o que Chuuya pensou depois daquele dia. #3- Soukoku 14/10/21