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Any Gabrielly

Já estou a quase quarenta minutos ouvindo Sabina dar detalhes da sua festa, me lembro de Josh se recusando a usar alguma fantasia.

– Any, estou falando com você! – Sabina me tira dos meus pensamentos.

– Desculpa, estava pensando longe.

– Estava pensando no Josh não? – Não respondo. – É, você estava. Any você deveria falar com ele, se abrir, eu sei que isso pode estragar o que vocês tem mas você já parou para pensar em você?

– Não, Sabina, não parei. Ultimamente meu objetivo é fingir que não gosto de Josh e quando estamos "atuando" eu possa me sentir verdadeira. Eu irei pensar nisso com cuidado, ok?

– Você quem sabe. Se precisar de mim só me ligar.

– Eu agradeço amiga.

Como já estamos no final do expediente e acabamos de arrumar as prateleiras para o dia seguinte, estamos liberadas e claramente cansadas. A única coisa que súplico é chegar em casa, tomar um banho e beber um vinho. Pego um carro por aplicativo pensando seriamente em comprar um carro. Não que eu tenha medo de dirigir, claro que não mas estava sem tempo e sem dinheiro também. Quando dei as minhas economias para pagar o tratamento de Ursula, desisti de comprar meu carro.

Já estou acostumada a pegar carona e pegar carro por aplicativo. Ursula é mais importante que um carro qualquer. Como já disse, Ursula é como uma mãe para mim, farei de tudo que está ao meu alcance para ajudá-la.

Quando finalmente chego em casa, tomo um banho relaxante e me jogo no sofá, quando ligo a TV o telefone toca. Eu não tenho cinco minutos de paz cara, como havia deixado minha bolsa longe, tive que levantar preguiçosamente para pegar o smartphone que tocava sem parar.

– Fala Josh.

– Preciso da sua ajuda.

Desde quando não precisa?

– É sério Any, passo na sua casa em meia hora.

Ele desliga. Que folgado, nem perguntou se eu estava de acordo com isso. Ele não me falou o que era, então como eu vou me arrumar? Sei que quando pedi nesse tipo de voz é para ir em uma festa. Conheço Josh há alguns anos e sei coisas sobre ele que talvez ninguém percebeu até hoje.

Sem ânimo caminho até meu quarto e visto um vestido preto com alças finas e um salto. Passo somente um corretivo para esconder minha cara de zumbi e o meu perfume favorito. Volto para a sala e me sento no sofá, esperando Josh chegar.

Quando ouço a buzina me levanto e desligo a TV, pego minhas chaves e meu celular, quando saio vejo Josh impaciente, batucando os dedos no volante. Quando me vê para e parece me analizar, sinto um arrepio na espinha com seu olhar.

– Que pressa é essa? Josh é dia de semana, amanhã eu trabalho! – Reclamo.

– Eu também mas é que um amigo me chamou para ir na casa dele pois está rolando uma socialzinha.

– Se é só uma social entre amigos então me obrigou a ir por quê?

– Vá que encontre uma das meninas que menti ter namorada, elas irão me perguntar onde ela está.

– É só dizer que estou viajando, que estou doente, que nós terminamos. Se virasse.

– E aí elas iriam se jogar para cima de mim, não rola.

– Sério Josh, se eu ficar sozinha bebendo enquanto você se agarra com outra garota eu mato você! – Por fora pareço normal mas por dentro essas palavras me machucaram.

– Não irei fazer isso, prometo. – Assim espero.

Josh arranca com o carro e seguimos até a casa do seu amigo que nunca ouvi falar. Parece que o sobrenome é Mandon pois é o nome que está na conversa. Não, eu não invadi o celular dele, estava aberto no painel do carro e vi quando fui trocar de música.

Quando chegamos na porta de um condomínio mega grande já imagino que não será só uma social com os amigos já que o som está extremamente alto e há vários, eu disse vários carros na porta da casa.

– Quando vai parar de mentir para mim? Isso não é uma social nem aqui nem no Paraguai.

– Se dissesse que era uma festa você não viria.

– Óbvio! Eu trabalho amanhã!

– Eu também. – Diz retirando seu cinto e desligado o veículo.

– Mas eu tenho cabeça para pensar nas consequências. Josh, eu estou podre de cansada, carreguei caixas o dia inteiro. Sinto que meus braços irão cair a qualquer momento e você nem se preocupa. Sou sua amiga não sua contratada que quando você estala os dedos estou do seu lado fingindo ser uma boa namorada.

– Está estressada hoje Any, vamos nos divertir.

Legal, eu não conheço absolutamente ninguém, provavelmente Josh me deixará sozinha. Eu vou embora se isso acontecer e no outro dia já planejo de que forma mato Bsauchamp.

– Vem. – Josh enlaça nossas mãos antes de entrarmos na casa e acho isso estranho já que nunca fizemos isso de entrar de mãos dadas. Nossa mentira era superficial, sem muitos detalhes.

Quando entramos agradeço por Josh estar de mãos dadas comigo ou me perderia no meio de tanta gente que pelo visto não trabalha. Assim que consigo sair do mar de pessoas dançando ao som de uma música eletrônica me sinto mais aliviada, não gosto de ficar aglomerada com muitas pessoas.

– Beauchamp! – O tal de Mandon diz se aproximando, o reconheci por causa da foto do chat de mensagens.

– Fala cara, quanto tempo. – Josh solta minha mão e cumprimenta o amigo o abraçando, dando leves tapinhas nas costas do mesmo.

– Eai cara, quem é essa? –  Pergunta descontraído.

– Alex, minha namorada. – Me apresenta.

– Espera, você namora? Cara nunca esperaria isso de você. Prazer Alex. – Se apresenta.

– Prazer, Any. – O cara aperta minha mão.

– Fiquem a vontade. – Diz se aproximando de uma menina de traços asiáticos, enlaçam as mãos e saem pela multidão.

Procuro um lugar menos movimentado que possa me abrigar já sabendo o que acontecerá. Prefiro não ver o que irá acontecer, sadomasoquismo não é comigo. Quando começo a me afastar, sinto alguém pegar em meu braço de forma não agressiva.

– Onde você vai? – Josh questiona em meu ouvido pois o som está alto.

– Vou procurar um lugar menos cheio e esperar você se divertir, quando precisar, só me mandar mensagem. – Explico.

– Não, não Bubble, vem vamos dançar. – Pega em minha mão me puxando para o meio das pessoas.

– Sério Josh, estou cansada. Vai lá ficar com algumas vagabundas e me deixe em paz. – Choramingo.

– Trouxe você para se divertir também. Eu prometi não deixar você sozinha não lembra?

– Achei que quando prometeu, iria me deixar fora dessas festas. – Isso se chama ser trouxa.

– Mas ainda temos um acordo não?

– Como esquecer se você me lembra todos os dias. – Rosno.

– Só aproveite Any.

Pego um copo de shot, sirvo uma dose de Tequila e viro o copo de uma só vez. A bebida desce rasgando minha garganta me fazendo arrepiar.

– Boa menina. – Diz colocando uma mecha do meu cabelo para trás da minha orelha, isso não vai prestar. – Vem, vamos dançar.

Paramos no meio da pista e uma música mais lenta começa, mais lenta que a eletrônica que tocava anteriormente. Resolvo me soltar, afinal só se vive uma vez não é mesmo? Eu acho que não deveria ter bebido mas já que comecei agora foda-se.

Não esqueçam da "⭐" pois ajuda demais e comentem, os comentários me motivam a continuar.💕

Destiny [ Short fic ]Onde histórias criam vida. Descubra agora