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Any Gabrielly

Enquanto arrumavamos a mesa, Josh foi tomar um banho. Percebi que Ursula está estranha mas não quero invadir sua privacidade. Não quero ser indesejável ou intrometida.

– Você gosta dele não é? – Paralizo. Não sei o que dizer, estou encarando o prato sobre a mesa enquanto meu cérebro processa a resposta. – Não minta para mim querida, eu vejo nos seus olhos.

– Está tão na cara assim? – Ela assenti.

– Agora falando de mulher para mulher. Se você gosta dele, fale.

– É complicado...

– Complicado?

– É que somos amigos, melhores amigos. Tenho medo de abrir meu coração e ele se afastar de mim. Ursula ele é meu porto seguro, sem ele não sei o que fazer.

– Que conhecidencia... ele também não. Sem você teria feito alguma burrada. Mas vocês fingem ser namorados não é? Eu não entendo esses negócios de jovens. – Diz ao revirar os olhos me fazendo rir.

– É, nós fingimos ser namorados para despistar pessoas insistentes.

– Ele finge... você não, não é? – Assinto. – O minha querida, queria tanto aconselhar você mas conhecendo meu filho, sei que meus conselhos não darão em nada.

– Está tudo bem Ursula, vai passar. Prefiro sofrer agora e isso tudo passar do que perder a amizade de Josh.

– Você vale ouro Any, você vale ouro. – Beija o topo da minha cabeça e se direciona para a cozinha.

– Voltei! – Josh diz minutos depois, caminhando com os braços no alto. – Sentjram minha falta? – Olho para Ursula, ela olha para mim e negamos com a cabeça. – Qual é, sentiram sim que eu sei.

– Vou dizer que sim só por que sou sua mãe.

– Nossa dona Ursula... – Josh leva a mão ao peito fingindo estar magoado, aproposito, ele está sem camisa e com os cabelos molhados.

– Por isso que eu amo sua mãe. A sinceridade dela é maravilhosa.

– Bom, chega de falatório, o jantar está na mesa. – Ursula avisa.

– Ótimo, estou morto de fome. – Josh diz se sentando em uma das cadeiras.

– Dramático... – Sussurro.

– Any, faz muito tempo que não como a comida da minha mãe. Deixei de comer para saborear a comida dela, não é drama, é saudade.

– Entendo, também estava com saudade da comida da minha mãe.

Comemos enquanto conversávamos, Ursula nos informou como anda a família Beauchamp e como os seus outros três filhos são, Sofya como sempre é um doce de garota, quer ser bailarina e por isso ensaia todos os dias sem exceção. Já Jaden, está treinando para o regional de sua escola, joga Hóquei e quer levar isso para a vida já Jonah está administrando sua própria empresa de tecnologia.

Quem o vê não diz que trabalha nesse ramo, suas roupas pretas, cabelos longos e estilo metalheiro não diz que o mesmo é dono de uma empresa que está a todo vapor. Já Ron está como sempre, enfiado no trabalho não dando tanta atenção a família. Ursula nos informou que Ron deixou de comparecer em uma apresentação importante de Sofya para ir a uma reunião não tão importante.

Ela parecia triste contando o relato. Deve ser difícil ver o marido distante da família, mas segundo Ursula, sofya já até se acostumou com esse jeito dele. Diz que não liga, tendo a mãe e os irmãos ao seu lado, ela se senti confiante e pronta para tudo.

Também nos contou que sua professora disse que ela não tem talento para a dança e que só estaria perdendo seu tempo e dinheiro com essa história. Sabe o que ela fez? Ganhou um festival de dança moderna, misturando o balé e dança contemporânea assim mostrando para aquela professora que ela era sim capaz de ser quem ela quisesse ser. Como já disse antes, os Beauchamp's são teimosos, mas persistentes, quando querem algo, eles vão lá e conseguem.

Após o jantar nos sentamos no sofá que está deplorável, Ursula reclamou que a estrutura de madeira estava machucando suas costas. Quando soube que eu dormiria ali repreendeu Josh, ele se defendeu dizendo que ofereceu a cama dele para que dormisse mas recusei.

– Any, você não vai dormir nesse pedaço de pano. Nem molas essa velharia tem mais. Você irá dormir com Joshua e aca... – Ela parece se lembrar do que revelei enquanto arruamvamos a mesa. – Eu acho que consigo dormir aqui, pode ficar com o quarto Any.

– O quê? Não, não irei deixar você dormir nesse sofá, eu me viro.

– Por quê isso agora? Não estava combinado de nos dois dormirmos na minha cama? – Josh questiona e engulo em seco.

– Verdade. – Digo baixo. – Eu dormirei com Josh, está tudo bem Ursula, sem problemas. – Ela me olha sobre os ombros de Josh e sussura um pedido de desculpas, para que Josh não veja, pisco o olho para ela, informando que está tudo bem sendo que não está nada bem.

Eu sei, já dormi na mesma cama que ele duas vezes mas ainda é difícil para mim. A primeira vez foi vergonhoso demais, queria me esconder em um buraco fundo e nunca mais sair dali. Já a segunda vez eu gostei, isso é o que me preocupa. Eu sinto falta daquilo, dos corpos colados, do seu perfume em meu nariz, seus braços em volta de mim, sua respiração na minha pele. Que droga Gabrielly, seu cérebro é seu pior inimigo!

– Bom, a viagem foi cansativa para ambos, deveríamos ir dormir. – Ursula sugeri se levantando.

– Eu estou sem sono. – Digo atropelando as palavras.

– Mas deveria descansar. – Reforça, sério Ursula, eu amo você mas por favor pare.

– Ela tem razão. Vem, vamos nos deitar. – Josh se levanta. – Você vai ficar bem? – O mesmo pergunta para sua mãe.

– Acho que não irei me perder nessa casa, ficarei bem. Cuide dela garoto. – Sinto minhas bochechas esquentarem, que droga sentimento inútil.

– Irei. Boa noite mãe. – Josh deposita um beijo em sua testa.

– Boa noite Ursula. – Digo me aproximando para beijar sua bochecha. Ela pisca para mim, quando me aproximo de sua bochecha sussurro: "Você não existe." E a mesma sorri.

– Boa noite querida.

Entramos em seu quarto e me pego perdida, fico com as mãos em frente ao corpo enquanto Josh caminha até seu guarda-roupas, pega uma bermuda de linho preta, essa cor combina tanto com ele e a veste, temos intimidade para isso já que houve um tempo que quem trocava suas roupas era eu pois não tinha condições de fazer isso sozinho.

Ele leva as mãos aos cabelos, os penteando para trás. Fico ali, parada sem saber o que fazer, meus sentimentos me deixam confusa em certas circunstâncias e fico assim, igual uma estátua. Ele me olha já que não é normal eu estar assim e caminha até mim em passos lentos.

Me abraça e me deixo levar, envolvo meus braços em volta de seu tronco nu sentindo seu perfume marcante e sua pele de encontro a minha, nesse momento coloco o que sinto por ele de lado pois preciso do seu abraço, do seu carinho e meu coração sabe disso.

– Vem, vamos nos deitar. – Anúncia antes de depositar um beijo no topo da minha cabeça.

Nos deitamos, um em cada lado da cama. Fico um pouco mais afastada mas Josh me trás para mais perto de seu corpo. Deito minha cabeça em seu peito ouvindo as batidas normais de seu coração e suspiro, Josh deposita um beijo no topo da minha cabeça e suspira e assim ficamos, até adormecermos abraços.

Não esqueçam da "⭐" pois ajuda demais e comentem, os comentários me motivam a continuar.💕

Destiny [ Short fic ]Onde histórias criam vida. Descubra agora