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Josh Beauchamp

Estou há mais ou menos quarenta minutos procurando Any em todos os cantos dessa casa mas não a encontro, ela disse que estaria do lado de fora da casa mas não está.

– Sabina, você sabe onde Any está?

– Ela não falou para você?

– Falou o quê? – Questiono pegando meu celular do bolso, droga, devo ter silenciado sem querer. Diversas ligações perdidas de Any.

– A vó dela faleceu Josh. Onde você estava? Ela procurou por você.

– Eu estava... – Não sei como dizer.

– Aos beijos com uma garota qualquer? Era de se esperar...

– Onde ela está?

– A essa hora... pegando o próximo voo para Geórgia. – Diz rispida.

– Que droga! Eu preciso ir atrás dela...

– Acho melhor não Josh.

– Por quê não?

– Você lá só piorará as coisas, vai por mim.

– Eu não sei o que fiz mas não posso deixar ela sozinha nesse momento Sabina. Eu vou para a Geórgia no próximo voo. – Declaro já pegando as chaves do meu carro.

– Josh! – Sabina grita, na mesma hora em que fecho a porta atrás de mim.

Que droga Josh, o que você fez? Eu ouvi meu celular tocando mas menti, não imaginei que seria Any. Me sinto péssimo, queria bater em mim mesmo por não estar do seu lado nesse momento. Que ódio de mim mesmo.

Dirijo o mais rápido que consigo até minha casa, quando entro e passo pelo quarto de ospedes o vestido que Any usava está sobre a cama de forma desajeitada, como se estivesse com pressa. Sua mala não está mais no canto do quarto e o pequeno roteiro que Any usa está aberto e os cabides estão jogados pelo carpete, que merda Josh.

Entro as pressas em meu quarto e faço uma mala qualquer, pego peças aleatórias e as coloco na mala, fecho a mesma e saio as pressas para meu carro. Jogo a mala no banco de trás e entro no carro, compro a passagem mais rápida, sem conexões para a Geórgia. Não preciso dizer o quanto estou bravo comigo mesmo, ela sempre está do meu lado, não importa o que seja ou que hora seja, quando ela precisa de mim faço essa merda, você é um filho da puta Josh, você não merece ela.

Deixo meu carro no estacionamento do aeroporto e espero impacientemente o meu voo ser chamado.

Any Gabrielly

Não tenho mais lágrimas o suficiente para chorar, me sinto fraca de tanto chorar. Saber que minha vó se foi, é como se uma parte de mim se fosse. Meu coração dói e se comprime, queria estar do seu lado até seu último suspiro mas não pude, queria dizer o quanto eu a amava mas não consegui dizer.

Senhoras e senhores, o voo com destino a Geórgia irá pousar em poucos minutos, fiquem sentados nas poltronas e sigam as orientações ditas pelas comissárias, obrigada por voar conosco.

Finamente, eu só quero o abraço quentinho da minha mãe, consolá-la pela perda. Conto os minutos para que o avião pouse em terra firme. Quando as portas se abrem, não ligo se esbarro em pessoas, eu só quero sair daqui e ir para casa, a minha casa.

Como o universo está conspirando contra mim, minha mala demora cerca de quarenta minutos para aparecer na esteira. Assim que pego a minha mala saio as pressas pelo mesmo corredor que corri anos atrás, pegando o voo para minha nova vida enquanto meu pai ficava parado me observando se afastar, me deu o último tchau antes de embarcar no avião.

Destiny [ Short fic ]Onde histórias criam vida. Descubra agora