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Any Gabrielly

De última hora decidi ir apenas com um vestido simples preto e um salto da mesma cor, não estou no clima de festas.

– Está pronta? – Josh questiona ao abrir a porta. Ele segura a massaneta enquanto aguarda minha resposta, assinto limpando o canto da minha boca com o polegar. – Então vamos, antes que desista e me jogue no sofá e coma algo bem gorduroso assistindo um filme de ação.

– Vamos.

Pego minha pequena bolsa e coloco meu celular e a chave reserva da casa de Josh, ele sempre tem a tendência de perder as chaves de casa quando exagera na bebida. No caminho até a casa de Sabina vamos escutando algumas músicas para nos animar um pouco já que não queríamos ir a essa festa.

Ao chegarmos na casa de Sabina, o som já estava alto. Alguns jovens parecem tão animados logo no começo da festa, jogados no gramado com suas brincadeiras idiotas e sem sentido.

– Vocês chegaram! – Sabina anuncia caminhando até nós com os braços abertos.

– Infelismente... – Josh sussurra.

– As bebidas estão na geladeira, temos bebidas diferentes, você vai gostar Any.

– Não estou no clima para beber...

– Você quem sabe, se divirtam! – Girta já longe de nós.

– Eu vou pegar uma bebida, vem comigo? – Assinto.

Enquanto tentávamos caminhar até a cozinha pensava os prós e contras de receber os sermões de Sabina no outro dia por ter ido embora da festa em menos de meia hora mas lembro que Sabina é vingativa e traiçoeira, ela não medi esforços para se vingar.

– Tem certeza que não quer beber algo? – Nego. – Você quem sabe.

Josh abre a geladeira e pega uma garrafa de cerveja e abre impulsionando a tampa na beirada da pia, fazendo a tampa voar para algum lugar que nem percebi onde caiu.

– Vem. – Segura meu pulso e sem saber o que fazer o sigo, estou perdida aqui, não queria vir e não quero fazer nada mas tenho que fingir ser namorada de Josh.

– Hey, olha o casal aí! – Taylor diz atrás de nós e vejo a expressão de Josh mudar.

– Taylor, como é bom ver você. – A cumprimento com um abraço simples, Josh arranha a garganta mas pelo visto, só eu ouvi.

– Eu vim pois não queria ficar sozinha em casa sem fazer nada. – Oha que engraçado, eu queria estar assim agora.

– Entendo. Se divirta, só não passe do ponto.

– Pode deixar, vejo vocês por aí.

Quando Taylor se afasta percebo que estou de mãos dadas com Josh, solto minha mão e Josh olha para o local onde ambas estavam entre nós.

– Está tudo bem?

– Tudo ótimo. Não quer se divertir um pouco?

– Claro, vamos dançar?

– Eu estou falando de você ir comer alguém em um canto qualquer e me deixar sozinha.

– Eu já disse que não irei fazer isso novamente. E não trnaso com alguém a muito tempo.

– Você vai ficar do meu lado a noite inteira? Qual é Josh, nós dois sabemos que você não aguentaria ficar tanto tempo assim sem se divertir do seu jeito pegador. Vá e se divirta, talvez me encontre do lado de fora, na varanda.

Caminho até a porta e quando abro sinto um vento gélido bater contra meu corpo, saio fechando a porta e me encostando na pilastra que decora a faixada da casa. Pensativa pensando que enquanto me lamento de gostar do meu melhor amigo, ele está lá se divertindo. Eu sei que mandei ele ir, mas eu sabia que ele iria me largar sozinha uma hora ou outra, só antecipei o acontecimento.

Quarenta minutos se passaram e estou aqui, encostada na pilastra que sustenta a varanda, girando meu celular entre os dedos encarando o nada enquanto o resto ao meu redor bebe, usa drogas ilícitas, dança, beija e conversa alegremente.

De repente meu celular vibra. Vejo que na tela mostra o nome da minha mãe, atendo a chamada e ouço alguém chorando do outro lado da chamada.

– Mãe? Está tudo bem? – Ela não responde mas consigo ouvir seu choro do outro lado da chamada. – Por favor mãe, me fale o que está acontecendo.

Sua vó faleceu Any. – Não, não pode ser. – Ela se foi filha.

– Mãe, por favor, diz que isso não é real. Por favor...

– Lamento Any, se foi...

Não consigo expressar minhas reações nesse momento pois não as tenho. Não sei o que fazer ou o que dizer.

– Eu estou indo para o aeroporto, pegarei o primeiro voo o mais rápido possível.

Desligo a chamada, entro na casa secando uma lágrima que cai sem que ao menos perceba. Olho para os lados em busca de Josh, eu preciso dele agora, ele é meu porto seguro, minha calmaria. Tento ligar uma, duas, três vezes e nada, eu preciso dele.

Subo as escadas e quando olho para o final delas vejo algo que me destrói, Josh beijando uma qualquer sem serimonias. Engulo em seco, uma lágrima tenta cair mas a seco antes que caia. Desço as escadas controlando meu emocional, não posso desabar na frente de todos, parecerei fraca.

Com as mãos trêmulas tento pegar meu celular e tentar ligar para qualquer um que possa me buscar mas não acho ninguém. Vejo um taxi parado, duas pessoas caminhavam até a porta mas corro, tentando chegar primeiro.

– Hey garota, tá doida? Esse taxi é nosso!

– Não tem o nome de vocês aqui. Moço, corra para esse endereço. – Entrego o papel que fica na case do meu celular caso precise e não consiga dizer onde moro que no caso é a casa de Josh.

Quando o taxi para em frente a residência pago pela corrida e saio as pressas já com a chave reserva em mãos, assim que abro a porta a imagem que presenciei a poucos minutos atrás surge, droga garota, qual o seu problema? Ele não é para você, ele não quer ninguém, se toca.

Entro no quarto de ospedes e pego a pequena mala que está ao lado da cama, sempre deixo uma pequena mala... na verdade esqueci ela aqui quando fiquei uma temporada aqui, quando Josh ficou doente e precisou de cuidados.

Jogo algumas roupas de qualquer jeito em soluços, meu coração dói e minha mente projeta imagens da minha vó fazendo o que mais sabia fazer: Sorrir. Eu quero chorar, gritar, bater, quero me afundar em um abraço caloroso e acolhedor mas estou sozinha e abalada, não, destruída.

Após pegar a pequena mala que fiz e deixar ela ao lado da cama, troco de roupa, tirando aquele vestido e o jogando na cama de qualquer jeito. Pego meu passaporte, no caminho até aqui comprei uma passagem para as quatro da manhã, foi o voo mais rápido que consegui.

Chamei outro taxi, nem me atentei a pedir que me esperasse que pagaria a mais pela corrida, minha cabeça está em um furacão de pensamentos. Sabina me ligou no caminho pois desapareci da festa e que Josh estava atrás de mim, eu sei pois me ligou vinte e três vezes, recusei todas, quando precisei ele não deu bola agora que se foda.

Expliquei o que aconteceu para Sabina que lamentou a perda da minha vó, ela e Sabina tinham uma mania de apostar dinheiro no Truco. Era uma pequena diversão enquanto estávamos ospedadas na minha antiga casa. A cada miséra coisa que penso, lembro dela e isso faz meu coração se comprimir de dor, agora um buraco habita meu coração.

Minha vó era tudo para mim, com ela aprendi a ser forte, como ela ensinou minha mãe a ser, como Belinha será, pois era isso que ela iria querer, mulheres fortes e prontas para tudo, assim como ela era. O carro para em frente ao aeroporto e pago o motorista que tem uma expressão triste ao me olhar, devo estar toda borrada com os olhos inchados. Saio do carro e adentro o aeroporto secando as lágrimas que insistem em cair.

Não esqueçam da "⭐" pois ajuda demais e comentem, os comentários me motivam a continuar.💕

Destiny [ Short fic ]Onde histórias criam vida. Descubra agora