Guardianship [ TRADUÇÃO ]

Três

Depois de todas as apresentações, Potter levou os meninos para brincar no jardim. Draco optou por explorar a casa quando Potter perguntou se ele queria ir.

“Ok, divirta-se então. Você é livre para olhar para qualquer lugar que quiser, exceto o quinto andar. A única coisa lá em cima é o meu quarto, e ninguém tem permissão para entrar, nem mesmo os meninos. ”

Draco achou isso um pouco extremo, mas percebeu que Potter era estranho assim. Ele provavelmente tinha pesadelos, assim como todos os outros na guerra. Draco já havia acordado em lágrimas muitas vezes. Era constrangedor, algo que ele não queria que sua família visse.

Draco começou em seu quarto. Parecia ser o maior quarto de hóspedes, ou um quarto antigo e não usado para um filho mais novo. Era bem decorado com as cores da Sonserina, com seda cinza claro nas paredes e cortinas de veludo verde escuro na cama e nas janelas. As duas janelas davam para os jardins atrás da casa. Havia também um banheiro anexo com chuveiro e banheira com pés, uma cortesia que ele não esperava.

Ele vagou pelos corredores, enfiando a cabeça nos quartos enquanto caminhava. Seu quarto ficava no quarto andar, junto com o de Teddy e Reggie. O quarto de Teddy deve ter pertencido a Sirius Black, o único grifinório na família, já que era decorado em tons brilhantes de vermelho e dourado. Brinquedos amontoavam-se no chão e na parede havia uma foto de Lupin cansado, mas feliz acenando, e uma jovem de cabelo rosa que ele presumiu ser sua prima Nymphadora.

O de Reggie devia ocupar o antigo quarto de Regulus Black. As cores eram as mesmas do quarto de Draco, com seda cinza e cortinas de veludo, mas também havia um estandarte desbotado da Sonserina na parede, junto com uma foto antiga de um time de Quadribol vestido de verde e prata. A legenda listava o garoto franzino e moreno no centro com a Taça como Regulus Black, Seeker. Uma vassoura de criança estava apoiada em um canto. Ao contrário do quarto de Teddy, o de Reggie era limpo e arrumado.

Draco continuou a explorar a casa. O terceiro andar tinha principalmente quartos de hóspedes e parecia completamente sem uso. O primeiro andar, que ele vira antes, tinha apenas o hall de entrada, uma sala de estar formal, sala de Flu e cozinha. O segundo andar, entretanto, continha todos os espaços de trabalho e salas de uso geral. Junto com a sala de estar em que ele encontrou os meninos, Draco encontrou um laboratório de poções, vários escritórios incluindo o de Potter, com papéis sobre a mesa e um poleiro vazio para um pássaro que estava fora, algumas salas de rituais protegidas e uma câmara de duelo. No final do corredor havia um arco com uma pequena escada que levava à biblioteca, uma sala circular de vários andares com uma escada em espiral no centro para alcançar o andar superior. Foi onde Potter encontrou Draco várias horas depois, folheando os livros.

“Eu pensei que poderia te encontrar em um dos laboratórios, já preparando uma poção experimental ou algo assim,” ele riu. Ele parecia estar bem com Draco folheando antigos tomos pertencentes à Herança Negra. Draco se perguntou por quê. O que tornava esse Potter tão diferente do garoto de temperamento quente com ódio aos puros-sangues que ele conhecera na escola?

“Eu não queria me impor”, ele respondeu sem rodeios. “Eu gostaria de usar um dos laboratórios, se você permitir.”

“Claro, Malfoy. Eu dificilmente faço cerveja de qualquer maneira. Posso ser um cervejeiro decente agora, mas ainda odeio isso, ”ele esfregou a nuca e deu a Draco um sorriso torto que fez coisas engraçadas em seu estômago. “Sentimentos residuais da escola, eu acho.”

Pela vida dele, Draco não conseguia entender Potter. Ele agia como se estivesse feliz por ter Draco em sua casa, como se ele fosse um primo perdido ou um velho amigo. Para onde foi seu inimigo mortal?